Então quando criei este blog a vida estava em plena ebulição. Era o tempo que tudo fervia definitivamente, era o tempo de separar as moléculas, purificar a mistura.
E de tanto ferver, e de tanto ebuluir, em um ciclo quimicamente estável, conseguentemente as partículas foram se aglomerando novamente e naturalmente deu-se o tempo da condensação, deu-se naturalmente o tempo em que as gotas começaram a se formar, a ficarem maiores, pesadas e voltaram a cair novamente para dentro da mistura fervente.
É como uma tampa de panela aglutinando o vapor, transformando-o em água novamente.
É como o ciclo da formação das nuvens que inevitavelmente devolve para a terra toda a água evaporada pelo sol.
Só que a chuva nunca cai no exato lugar de onde a água evaporou. E nem a vida volta para o mesmo lugar de onde ebuluiu. A vida volta em outro lugar, condensa-se e cai novamente, purificada, em outro momento, em outra situação.
E esta semana, após vários e vários meses de reclusão, encontrei-me novamente acompanhado, encontrei-me novamente em meu ambiente natural, novamente vivendo e fazendo o que gosto. Encontrei-me novamente na noite, me divertindo, conversando, conhecendo lugares.
Acordei depois de vários meses com aquela gostosa sensação de cansaço, de sono, de ardência nos olhos que teimam em não ver a luz do dia de trabalho que brilha pela frente depois de uma noite de boemia, de relaxamento mental, de tira gosto, de cerveja e muita conversa.
Nesta noite os meus sentidos foram aguçados, foram colocados à prova, foram testados ao "quase extremo". A visão foi o principal deles. E que bela visão eu tive. Que prazer em poder contemplar a beleza na minha frente, pura, simples e absolutamente, absurdamente surpreendente. Da cabeça aos pés, tudo estava perfeito. 1.51-34-38, às vezes 36.
O olfato era alimentado pela fragância doce e suave que exalava da pele e preenchia todo o ambiente como se fosse uma trilha sonora completando uma bela cena de um filme.
O tato foi macio, suave, excitante e curto em seu tempo. O tato foi o tempo todo infelizmente, casual, acidental e despretencioso, O tato foi apenas coincidente, foi, infelizmente gostoso quando poderia ter sido maravilhoso.
A audição sorridente. Meus ouvidos sorriam o tempo todo ao som de uma simples interjeição de surpresa, de espanto: Um som seco que relembro o tempo todo. Oh!
E o paladar??? Ah, o paladar não pude sentir, não pude experimentar mas curiosamente, deixou um gostinho de quero mais... quero sempre mais!!!

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