Pais...
Pais... que coisa estranha somos nós!
Não digo pais no sentido de criadores... não estou incluindo mães... Estou falando pais de pai no plural mesmo.
Pais... que coisa estranha somos nós! Do nada deixamos de ser moleques para sermos pais.
De repente tudo aquilo que abominávamos passa a fazer parte do nosso dia a dia. Fraldas cheias, banheiras, carrinhos de bebê, vômitos, pomadas, papinhas, choros intermináveis na madrugada, dodóis, febres, médicos, creches, vacinas, parques, carrossel, bate bate, roda gigante, maternal, escola, roupas novas, sapatinhos, sapatos, salto alto.
Giz de cera, tinta guache, massinha, lápis de cor, caderno de desenho, caneta, batons, maquiagens e as cores vão mudando... E a tela vai mudando...
Bonecas, casinhas, panelinhas, amarelinhas, queimadas, voley, brincos, pulseiras, celulares, tablets... E os brinquedos vão mudando...
Desenhos animados, contos de fadas, histórias de príncipes e princesas, finais felizes, paixões, namoros, alegrias e tristezas, decepções, realizações e até aí... A atriz vai mudando!!!
E quando abrimos os olhos, quando nos damos conta, por mais que tenhamos feito, por mais que a intuição tenha nos conduzido, nós, pais, abrimos os olhos como se acordando de um sonho e percebemos que do zero aos 15, durou um segundo! Parece que dormimos além da conta, parece que tínhamos muita coisa ainda para fazer que não foi feito e alí, parada na sua frente, está uma pessoa no meio termo entre menina e mulher, sua filha, nossas filhas, com 15 anos.
Então ficamos no meio do caminho, em cima do muro da vida. Olhando para seus pais, olhando para nós mesmos e nossas filhas com 15 anos. Voltamos aos nossos 15 anos, subtraímos a idade de nossos pais e fazemos a comparação inevitável! Estamos no caminho certo? Estamos fazendo tudo direito? Somos iguais ou melhores que nossos pais? Aprendemos a lição? Reconhecemos a educação que nos foi dada? Somos gratos a eles por nos ter proporcionado condições de termos, em um segundo, uma filha de 15 anos? Pois até ontem, minha filha era um bebê. Acordei hoje e ela tem 15 anos!
Ora o que não é a vida senão uma sucessão de segundos sem fim, uma corrida desenfreada até a morte?
Então eu olho para dentro de mim e uma dúvida cai por terra. A prova da existência de Deus.
Está escancarado em nossa frente como sempre esteve. Nós é que nunca tivemos a capacidade de discernimento, de entendimento para ver que a vida eterna existe e sempre existiu a partir do momento em que viemos ao mundo através de nossos pais e viveremos eternamente na existência de nossos filhos, netos e daí, para sempre!
Então eu percebo que hoje, ao completar 15 anos, um dia como outro qualquer, um dia mais importante que outro qualquer, minha filha, ajude o seu pai aqui a ter a idade necessária para estar sempre ao seu lado, para estar sempre presente na sua vida.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
A cura - tudo tem seu tempo
Tem que deixar doer mesmo... Tem que deixar a insônia lhe acompanhar por algumas noites, deixar que as lágrimas apareçam e que a falta de apetite leve em alguns dias os quilos que tentou perder ao longo do ano. Tem que ouvir aquela música especial infinitas vezes, rasgar e colar as fotos que registravam os momentos de alegria e os lugares especiais, tem que sentir o cheiro do perfume acelerar o seu coração. Tem que parar do nada algumas vezes no meio da rua, tem que sair correndo sem motivos. Tem que doer. Não se cura de amor de outra forma.
Não se cura um amor com outro amor. Não se cura o amor adiantando os ponteiros do relógio. Não se cura um amor com palavras, com conselhos, com festas, com reclusão, com remédios.
Amor se cura com o tempo. Amor se cura com a sucessão de segundos, com os constantes pores do sol, com as inúmeras fases da lua.
O amor é como uma grande construção! Olham vejam vocês se o amor não é como uma grande construção!
E para construir leva tempo, requer espaço, esforço, gastos.
E quando acaba, acaba rápido, implode, restam escombros.
Não se constroi outro amor em cima de escombros. Não são conselhos que removem os escombros, não é a mágica que vai limpar o terreno. É o tempo. É o trabalho. É o esforço.
Em tempos de facebook, twitter, instagram, não nos permitimos esperar. Não permitimos deixar o tempo passar e tudo voltar a ser como antes. Temos que estar sempre por cima, sempre alegres, sempre felizes, sempre melhores que os outros. Em temos de redes sociais temos que ser sempre os donos da razão, temos que mostrar para todos os conhecidos e principalmente para os desconhecidos que não há espaço para sofrimento, que a fila andou, que relacionamentos têm e devem ser perfeitos o tempo todo e que o direito de descartar pessoas acaba sendo nossa única arma contra justamente a dor da espera.
Está havendo um comprometimento com a mentira, com a falsa impressão que tudo está sempre bem, que ninguém sofre, que não dói nada, que é simples que tudo é efêmero.Uma mentira contada para sí mesmo.
Há tempo para tudo. Há tempo para construir um amor e consequentemente há tempo para que os vestígios deste amor desapareçam quando for inevitável. Tudo é cíclico e aquele que pula uma ou outra etapa está inevitavelmente caminhando para uma vida que no fim, será só de decepções.
Não se cura um amor com outro amor. Não se cura o amor adiantando os ponteiros do relógio. Não se cura um amor com palavras, com conselhos, com festas, com reclusão, com remédios.
Amor se cura com o tempo. Amor se cura com a sucessão de segundos, com os constantes pores do sol, com as inúmeras fases da lua.
O amor é como uma grande construção! Olham vejam vocês se o amor não é como uma grande construção!
E para construir leva tempo, requer espaço, esforço, gastos.
E quando acaba, acaba rápido, implode, restam escombros.
Não se constroi outro amor em cima de escombros. Não são conselhos que removem os escombros, não é a mágica que vai limpar o terreno. É o tempo. É o trabalho. É o esforço.
Em tempos de facebook, twitter, instagram, não nos permitimos esperar. Não permitimos deixar o tempo passar e tudo voltar a ser como antes. Temos que estar sempre por cima, sempre alegres, sempre felizes, sempre melhores que os outros. Em temos de redes sociais temos que ser sempre os donos da razão, temos que mostrar para todos os conhecidos e principalmente para os desconhecidos que não há espaço para sofrimento, que a fila andou, que relacionamentos têm e devem ser perfeitos o tempo todo e que o direito de descartar pessoas acaba sendo nossa única arma contra justamente a dor da espera.
Está havendo um comprometimento com a mentira, com a falsa impressão que tudo está sempre bem, que ninguém sofre, que não dói nada, que é simples que tudo é efêmero.Uma mentira contada para sí mesmo.
Há tempo para tudo. Há tempo para construir um amor e consequentemente há tempo para que os vestígios deste amor desapareçam quando for inevitável. Tudo é cíclico e aquele que pula uma ou outra etapa está inevitavelmente caminhando para uma vida que no fim, será só de decepções.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Perdão
Deixemos de ser hipócritas.... Dificilmente perdoar uma pessoa causa nela algum tipo de transformação ou sequer mesmo emoção.
O ato do perdão transforma infinitamente mais a quem o concede do que quem o recebe. É um esforço descomunal ultrapassar todas as mágoas, todo o prejuízo, todos os rancores e todo o tempo perdido para simplesmente perdoar uma pessoa que definitivamente não mudará em nada suas atitudes e seu caráter.
A grande maioria das pessoas diz que o ato de perdoar torna qualquer pessoa mais sábia, mais forte e mais sensata e eu não discordo disso. O problema é que só as benfeitorias são levadas em conta e a outra parte que modifica em quem perdoa não é analisada.
Quem perdoa é mais sábio, mais forte e mais sensato porém fica também muito mais suscetível às passividades, ao controle, ao comando daqueles que apenas se utilizam das pessoas para atingirem seus objetivos.
Acredito verdadeiramente no poder do perdão porém acho que ele deveria vir com muito amor próprio, com muita individualidade. Acredito verdadeiramente que o perdão deva vir com um fechar de portas, sem reticências ou exclamações. Acredito verdadeiramente que o perdão deva vir com um ponto final. Perdão e retrocesso não combinam. Perdoar e continuar da mesma forma é pedir para doer de novo, é pedir para machucar de novo, pedir para se magoar. Perder tempo.
Acredito verdadeiramente que o perdão deva servir para libertar a pessoa magoada porém o que acontece é o contrário. O perdão absolve o ofensor e oprime o afetado.
O perdão não trás alívio e sim a desconfiança, trás a vigilância constante, perpetua as dores e acentua as cicatrizes.
Então que o perdão seja uma chave!!! Ou melhor, que o perdão seja o ato de fechar algo, guardar no armário em uma caixa e, no meio do oceano, deixar deliberadamente a chave cair e descançar no mais profundo abissal. E que a chave e a caixa jamais se encontrem novamente.
Deixemos de ser hipócritas e politicamente corretos... O perdão não nos torna superiores a ninguém... O perdão não faz as coisas voltarem a ser como antes...Perdoar não trará borboletas para seu jardim, perdoar apenas manterá as lagartas por perto!
O ato do perdão transforma infinitamente mais a quem o concede do que quem o recebe. É um esforço descomunal ultrapassar todas as mágoas, todo o prejuízo, todos os rancores e todo o tempo perdido para simplesmente perdoar uma pessoa que definitivamente não mudará em nada suas atitudes e seu caráter.
A grande maioria das pessoas diz que o ato de perdoar torna qualquer pessoa mais sábia, mais forte e mais sensata e eu não discordo disso. O problema é que só as benfeitorias são levadas em conta e a outra parte que modifica em quem perdoa não é analisada.
Quem perdoa é mais sábio, mais forte e mais sensato porém fica também muito mais suscetível às passividades, ao controle, ao comando daqueles que apenas se utilizam das pessoas para atingirem seus objetivos.
Acredito verdadeiramente no poder do perdão porém acho que ele deveria vir com muito amor próprio, com muita individualidade. Acredito verdadeiramente que o perdão deva vir com um fechar de portas, sem reticências ou exclamações. Acredito verdadeiramente que o perdão deva vir com um ponto final. Perdão e retrocesso não combinam. Perdoar e continuar da mesma forma é pedir para doer de novo, é pedir para machucar de novo, pedir para se magoar. Perder tempo.
Acredito verdadeiramente que o perdão deva servir para libertar a pessoa magoada porém o que acontece é o contrário. O perdão absolve o ofensor e oprime o afetado.
O perdão não trás alívio e sim a desconfiança, trás a vigilância constante, perpetua as dores e acentua as cicatrizes.
Então que o perdão seja uma chave!!! Ou melhor, que o perdão seja o ato de fechar algo, guardar no armário em uma caixa e, no meio do oceano, deixar deliberadamente a chave cair e descançar no mais profundo abissal. E que a chave e a caixa jamais se encontrem novamente.
Deixemos de ser hipócritas e politicamente corretos... O perdão não nos torna superiores a ninguém... O perdão não faz as coisas voltarem a ser como antes...Perdoar não trará borboletas para seu jardim, perdoar apenas manterá as lagartas por perto!
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