Ainda no parque de diversões, as argolas também premiam, às vezes mais pela sorte do que pela maestria do arremesso mas tudo não passa de um jogo, de uma diversão acertar a caixa de fósforos e ser premiado com uma garrafa de espumante ou um jogo de pega varetas.
E assim vamos brincando de roleta, de tiro ao alvo, de arremessos, de gangorra...
Embora nem tudo seja brincadeira, nestes momentos nos damos direito ao erro pois perdemos apenas alguns poucos vinténs, alguns centavos e um pouco de tempo.
Mas e naquele momento que não podemos errar? e naquele momento que os 10 tiros terão que ser certeiros pois o prêmio não é apenas um urso de pelúcia gigante e sim o direito de ser feliz e, principalmente, fazer as pessoas ao redor felizes sob pena em errar apenas meio disparo, carregar esta responsabilidade para o resto da vida?
Acredito que realmente sejamos todos iguais na essência porém uma das coisas que diferem umas pessoas das outras é justamente o senso de responsabilidade sobre as vidas alheias.
Existem pessoas que se importam e que quando devem tomar alguma decisão, alguma atitude, pesam antes os efeitos destss em relação à vida dos seus próximos e existem aquelas pessoas que pensam em sí no primeiro momento e depois vão remediando as consequências dos atos tomados.
Existem pessoas que definem sua vida como um eterno parque de diversões e que arremessam as argolas e gastam os tiros à esmo, sem rumo, sem planejar os demais cômodos da casa, apenas o seu próprio quarto.
Aliás, existem pessoas que habitam quartos decorados apenas por espelhos, refletindo apenas a sua própria imagem, voltando para sí apenas o que, no alto de seu egocentrismo, importa.
Ah... que engano! A vida cobra, a vida é cruel e tudo volta no acerto de contas. O limbo, o purgatório habitam nossa própria consciência. Os conflitos mais difíceis de vencer são os que temos conosco mesmo. As guerras mais sangrentas são as das nossas consciências, dos nossos atos, das nossas decisões em momentos que poderíamos ter pensado mais, refletido melhor, buscado ajuda, reconhecido nossas fraquezas, admitido nossos erros e sobretudo, termos tido humildade suficiente para reconhecer e mudar. Mudar na essência, mudar no mais alto grau de punição a nós próprios em benefício dos que realmente importam.
As argolas, as balas de chumbinho da vida real são as vidas das pessoas. Não podemos errar.

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