Imagine-se olhando o seu reflexo nas águas límpidas e calmas de um belo lago.
Verá a sua face, com a perfeição de seu sorriso estampada com a mesma calma das águas deste lago.
Agora, faça um exercício e jogue dentro do lago uma pequena pedra, bem no meio de seu reflexo e olhe novamente.
Verá com certeza as águas trêmulas e o seu rosto distorcido pelas pequenas ondas sem aquele sorriso perfeito de antes.
E o que causou esta deformidade? O que deixou os traços perfeitos tão abalados?
Foi a ação. Foi o ato de jogar a pequena pedra. A água estava alí, parada, límpida, pronta para refletir qualquer imagem que se projetasse sobre ela. Foi a pedra atirada que modificou tudo.
Os relacionamentos são assim.
Pessoas olhando-se frente a frente, refletindo os mais belos sentimentos. Refletindo o amor, o companheirismo, a ajuda mútua, a solidariedade, a paz, o carinho um no outro.
Qualquer pedra, por menor que seja, quando atirada, modifica o reflexo, modifica o que se vê do outro lado. Modifica-se a comunicação.
Mas foi o ato de atirar a pedra que causa a transformação.
Costumamos culpar a outra parte que reflete uma imagem distorcida sem nos recordar do exato momento que atiramos a pedra. Jogar uma pedrinha é tão simples e insignificante que não atentamos para o ato e cobramos da outra parte que ela continue refletindo a imagem perfeita.
Não queremos dar o tempo necessário para que a água volte a ficar límpida e parada. Não jogamos por terra as pedra que ainda restam em nossas mãos. Somos fracos e não as conseguimos segurar por muito tempo. Não aceitamos que demora tempo para que as águas se acalmem e o reflexo volte a ser perfeito e não temos a paciência de esperar
.

Daí todas as pedras que carregamos nas mãos pesam e as vamos deixando cair no lago do nosso relacionamento, distorcendo cada vez mais o reflexo, aumentando o tamanho e a intensidade das ondas, transformando aos nossos olhos o reflexo cada vez mais deformado e assustador.
E quando nos damos conta, aquela pessoa que foi um dia o nosso apoio, aquela pessoa que foi na maior parte do tempo a nossa sustentação e a nossa razão de viver, se transforma em um monstro desfigurado, cheio de deformidades insuportáveis para a convivência.
E aí nós vamos embora. Desistimos e nos desiludimos, carregando dentro de nós a certeza de que aquele reflexo foi ao longo do tempo ficando feio e insustentável. Vamos embora na certeza de que nós estávamos certos e que aquele lago já não possui as águas límpidas que sempre nos saciaram a sede, que sempre regaram nosso jardim, que sempre alimentaram nossa tranquilidade e que nos momentos mais difíceis, amenizaram nossa dor e confortaram nossas almas.
Porém, vamos embora, para outro lago, com as águas límpidas que ajudamos a distorcer, porém, com as mãos ainda carregadas de pedras de todos os tamanhos.

Então pessoas, me entendam, tentem mensurar a dor, o sofrimento, os desejos e necessidades do seu lago.
Olhe para o seu lago como se fosse a sí próprio. Conversem com seu lago, digam a ele com certeza o que se quer e o que não se quer.
Meçam a distancia percorrida para encontrar este lago e o tempo que se banhou em suas águas. Desnudem-se, tirem toda a roupa, as jóias, os acessórios, jogue fora as pedras que carregam nas mãos e entrem no lago turbulento. Esperem lá dentro por mais algum tempo, imóvel. Apenas com o contato de seu corpo e com as boas memórias refletidas ao longo de sua vida.
contemplem o milagre das águas se acalmando e começe a ver o reflexo bonito de novo aparecendo devagar. Cuidem para que mais nada caia nele. Peça dele o mesmo cuidado para com vocês.
Cada um na vida tem um lago próprio que é calmo e turbulento de acordo com as pedras atiradas ao longo do trajeto. Encontrar no meio do deserto um oásis é uma bênção. Um presente eterno.
Mesmo o lago mais agitado, até com a lama do fundo revolta, com tempo e paciência volta ao seu estado normal.
Não desista jamais!!! Pois eu não desistí!!!

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