Temos acompanhado através dos noticiários em geral o grande aumento no número de homens maltratando as mulheres, seja verbalmente ou fisicamente, este número a cada dia se torna mais assutador e preocupante.
São inúmeros casos de maridos que batem nas mulheres, matam, degolam, abusam dos filhos, dos enteados, quebram a casa e destroem a família.
Obviamente que estes fatos sempre ocorreram e algumas pessoas vão dizer que devido a lei Maria da Penha, só agora as mulheres estão tomando coragem para denunciar e resolver o problema. Era comum no passado a mulher se resignar, aceitar a violência do marido, resolver as coisas mesmo em família, esconder dos filhos e dos vizinhos os maus tratos.
Com o aumento do número te televisores nos lares e o grande número de programas jornalísticos que se alimenta destes casos, nossos ouvidos e olhos estão o tempo todo sendo bombardeados com estas imagens e sons da violência doméstica.
Eu costumo ler muito e me informar bastante. Gosto da historia de um modo em geral pois através dela vamos acompanhando não só a formação de uma nação mas também as mudanças de comportamento de seu povo.
Geralmente estudamos polícita nacional, internacional, estudamos o comércio, as guerras, as conquistas e derrocadas das nações mas quase nunca estudamos a formação da sociedade e a sua mudança através dos tempos. Geralmente não estudamos o ponto final onde chegou o rock de Elvis ou dos Beatles, a influência da Semana da moda em Paris, os avanços da industrialização e da produção de bens de consumo em série, as novas tecnologias da imprensa escrita que inundou de informação as cabeças das pessoas.
Nunca, ou quase nunca, lemos estudos que remetam ao comportamento por detrás das portas de uma casa.
Estudamos o comportamento da massa e não da família individualmente.
Mas, de acordo com o que leio, de acordo com o que eu pesquiso, uma mudança radical está acontecendo na origem deste problema de violência doméstica onde, a algumas décadas atrás, o principal motivo destas ocorrências era o vício em bebidas alcoólicas seguido pelo desemprego e frustração do homem em não conseguir provir sua família com todas as condições necessárias ao seu bem estar.
Aos poucos as mulheres foram encontrando seus direitos, estudando e ocupando cada vez mais as vagas no mercado de trabalho e no interesse do comércio dos bens de consumo. Cada vez mais as mulheres se tornaram independentes e auto-sustentáveis. Cada vez mais as mulheres foram conseguindo se livrar da mão de ferro do homem dominador e a bebida deixou de ser o principal motivo para justificar a violência contra ela.
O problema é que com toda a independência, com todas as suas conquistas, a mulher perdeu um quê de feminilidade. A mulher também perdeu um pouco do romantismo e se deixou nivelar de igual para igual com o homem.
A mulher passou a propagar suas idéias, a demonstrar seus interesses e também a mudar sua opinião e postura até mesmo dentro da união sentimental.
Somando-se a estes fatores também o desenvolvimento da imprensa, falada, escrita e televisada, a pré-globalização dos anos 1980, a invasão das modas e costumes europeus e americanos, a banalização das artes, das músicas, das vestimentas, a liberdade conquistada pela queda da ditadura e a falta de orientação de o que fazer com esta liberdade levaram à esta condição social que estamos vivendo hoje.
Tudo é permitido e tudo é liberado. Começar de novo é mais fácil que insistir e tentar de novo. Os amores são trocados de acordo com a conveniência de dia, de lugar, de momento.
Onde havia o flerte, a troca de olhares e os sorrisos tímidos com a cabeça abaixada tornou-se uma competição de beijos e trocas de pretendentes efêmeros, que duram apenas uma noite.
As mulheres hoje buscam os homens da mesma forma como os homens buscavam as mulheres no passado.
Há de se avaliar a situação com o coração aberto e sem levantar bandeiras de feminismo ou machismo. Estou apenas compartilhando a minha opinião de que as mudanças ocorreram muito mais rápidas nas mulheres que nos homens. Os homens ainda têm o instinto de predador, de procriador, de provedor mais aflorados dos que os instintos de família da mulher.
Acredito que mais importantes que as leis que dão direitos iguais a homens e mulheres, deveriam haver projetos, leis, estudos, comprometimento da sociedade, estudos, especialistas, defensores, advogados e juízes que obrigassem, que tornassem obrigatório os tratamentos e terapias em família para evitar que no futuro, do jeito que a coisa anda, nos tornemos meros praticantes de sexo de noite e inimigos durante o dia.
Não há lei Maria da Penha ou João da Silva que dê jeito na situação.
A violência contra a mulher é crime, a violência contra o homem é crime. A violência contra a instituição família também deveria ser crime.
Proponho a criação da lei Maria João da Família Unida.
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