Já me fizeste sentir todas as emoções, já me surpreendeste de todas as formas.
Ah amor... quantas noites acordado eu dediquei a tí. Algumas delas extasiado de alegria, outras tantas assombrado por tua força, amaldiçoado por tua dor.
Ah amor... Como podes subverter as mais concretas leis da natureza. Como consegues escurecer os mais belos dias e clarear as melancólicas noites com tamanha facilidade.
Ah amor... Concebido com o único objetivo de propagar felicidade, vieste com tamanha carga de tristeza que te tornaste insuportavelmente indecifrável. Consegues derrubar o mais temido guerreiro da mesma forma como tornas indestrutível o pequeno e frágil ser arrebatando-o com tua força.
Ah amor... Tu és o dono de todas as histórias, ou melhor, és o motivo delas. Tu és a razão ou o objetivo? Tu és para tantos o início e tantos outros tu és apenas o fim.
Ah amor... De ti emanam todos os sentimentos secundários. Alegria, tristeza, certeza e insegurança, verdade e suspeição, virtude e desgraça, coragem e medo.
Ah amor.. Percebes que és dúbio? Consegues ser a doença e a cura na mesma medida, na mesma proporção.
Ah amor... O ódio não é teu contrário, o ódio não é teu antônimo. És tu disfarçado pregando peças em nós, humanos indefesos.
Ah amor... de tí não espero mais nada. Mudaste tanto com os anos, tornaste multifacetado, menos duradouro, mais individual, menos companheiro, mais arrogante.
Ah amor... Se me fosse dado o direito de voltar no tempo e mudar alguma coisa na minha vida eu não o faria. Daria a tí este presente para que encontres no passado o exato momento onde deixastes de ser amor para seres esta mistura que és hoje!