quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Ah o amor!

Ah amor.. de tí não espero mais nada.
Já me fizeste sentir todas as emoções, já me surpreendeste de todas as formas.
Ah amor... quantas noites acordado eu dediquei a tí. Algumas delas extasiado de alegria, outras tantas assombrado por tua força, amaldiçoado por tua dor.
Ah amor... Como podes subverter as mais concretas leis da natureza. Como consegues escurecer os mais belos dias e clarear as melancólicas noites com tamanha facilidade.
Ah amor... Concebido com o único objetivo de propagar felicidade, vieste com tamanha carga de tristeza que te tornaste insuportavelmente indecifrável. Consegues derrubar o mais temido guerreiro da mesma forma como tornas indestrutível o pequeno e frágil ser arrebatando-o com tua força.
Ah amor... Tu és o dono de todas as histórias, ou melhor, és o motivo delas. Tu és a razão ou o objetivo? Tu és para tantos o início e tantos outros tu és apenas o fim.
Ah amor... De ti emanam todos os sentimentos secundários. Alegria, tristeza, certeza e insegurança, verdade e suspeição, virtude e desgraça, coragem e medo.
Ah amor.. Percebes que és dúbio? Consegues ser a doença e a cura na mesma medida, na mesma proporção.
Ah amor... O ódio não é teu contrário, o ódio não é teu antônimo. És tu disfarçado pregando peças em nós, humanos indefesos.
Ah amor... de tí não espero mais nada. Mudaste tanto com os anos, tornaste multifacetado, menos duradouro, mais individual, menos companheiro, mais arrogante.
Ah amor... Se me fosse dado o direito de voltar no tempo e mudar alguma coisa na minha vida eu não o faria. Daria a tí este presente para que encontres no passado o exato momento onde deixastes de ser amor para seres esta mistura que és hoje!




domingo, 8 de dezembro de 2013

As flores de plástico não morrem

Na vida nem tudo são flores! Esta expressão popular mostra que nem tudo acontece da forma como queremos que aconteça e que não temos controle total sobre as questões que nos afetam. Aprendemos isso de um jeito ou de outro. Na dor ou no conformismo, aprendemos. Faz parte do crescimento e do amadurecimento do ser humano pleno.
O que difere as pessoas umas das outras é justamente a forma como se interpreta o que são as flores nas suas vidas e o tempo que estas duram.
Muitas pessoas esquecem que as flores não são eternas e que, mesmo que as coisas aconteçam de acordo com nossa vontade, uma hora elas acabam. Como as flores, das coisas restam apenas as sementes.
Muitas pessoas agem com a soberba da prerrogativa de serem superiores e fazerem o que bem entenderem com a sua vida e com a vida das pessoas que as cercam como se suas flores fossem eternas, como se o céu fosse sempre de brigadeiro, como se o mar estivesse sempre na calmaria e os ventos sempre a favor.
E como estas pessoas têm sorte, como estas pessoas conseguem aos trancos e barrancos, empurrarem e adiarem o acerto de contas com a própria vida.
Mas nossa vida não é feita com flores de plástico... E uma hora inevitável, chega a fatura, chega a conta para pagar do que fizemos dos nossos dias.
Mesmo aqueles que nunca retribuíram os favores, mesmo aqueles que jamais foram gratos, mesmo aqueles que sequer pensaram em dividir, aqueles que enganaram, aqueles que se
utilizaram da força de outros para se erguer, aqueles que fizeram falsas promessas, aqueles que mentiram e que construiram suas bases apenas em interesses próprios, estes aproveitarão muito de seus artíficies, saborearão suas vitórias e gozarão de sucesso.
Mas para todos chegará a hora de replantar, chegará a hora que seremos obrigados a abrir a mão e mostrar as sementes das flores que cuidamos. E flores de plástico não geram sementes!