Desculpas por não ter conseguido entrar em sintonia com o seu momento mágico, compartilhar de sua felicidade e de sua realização instantânea. Um milhão de desculpas por ter permanecido inalterado em minhas emoções enquanto todos ao seu redor comungavam de sua alegria.
Quero me desculpar com você por sempre pensar mais a frente, por sempre reger minhas ações analisando o que elas influenciarão no futuro a médio e longo prazo. Acredito realmente que o momento presente é o que importa mas é através dele que garantimos o próximo momento, a próxima felicidade, a próxima tristeza.
Quero me desculpar também por este sentimento, por esta coisa que eu sei bem quantificar e dominar ao ponto de recolher para dentro de mim e deixar tudo como está, sem interferir no meio.
Quero que entenda que tem que ser assim e que as coisas, todas, têm o seu tempo. O tempo do homem e o tempo de Deus. O tempo do homem varia de acordo com sua educação e com seus conceitos de moral e ética, varia de acordo com o bonsenso e com a dignidade de cada pessoa. O tempo do homem varia de acordo com a relação risco x recompensa, o tempo do homem varia de acordo com o respeito às circunstâcias.
Para Deus, não há tempo, para Deus é só vontade.
São poucas as decisões que podemos tomar durante um único dia porém o acúmulo delas interferem de forma decisiva em nossas vidas e nas vidas das pessoas que nos cercam. As que vivem e as que viverão por conta destas. A responsabilidade funciona indiferente das alegrias e dificuldades. As responsabilidades não respeitam sorrisos e lágrimas. As responsabilidades não devem ser
O mais interessante nisto tudo é que os efeitos que este pedido de desculpas proporcionarão serão os mais variados ao longo do tempo. À medida que o tempo for passando, que a experiência for acumulando e a vida mostrar como deve ser vivida, os significados das entrelinhas farão mais sentido que as palavras aqui escritas. As memórias aflorarão e enfim, em um futuro distante, tudo isto será significativo mesmo que hoje, não valha nada.