Quando me calo, a quem meu silêncio atinge?
Quando falo, a quem machuco?
Quantos são os segundos que se passam quando estou parado no tempo?
Quantas rugas surgem em minha face e em tantas outras faces ao meu redor?
Quais são as respostas para as perguntas que não faço?
Qual o final das histórias dos livros que não lí?
Quais os nomes dos animais de estimação que não tive?
Quem são os amores que não tive coragem de viver?
Onde ficam os lugares que não me atreví a ir?
Quais os erros que não cometí?
E quais os acertos das atitudes que não tomei?
Quantos perdões não pedi?
Quantas desculpas não aceitei?
Quanto tempo terei antes de acabar com todas estas interrogações?
Como aprenderei a me desfazer destas interrogações e transformá-las em exclamações?
As perguntas serão sempre as mesmas e a resposta será apenas uma.
Sobrevivemos dia após dia. Mas vivemos mesmo, passamos a saber o que é a vida apenas quando nos damos conta que esta é uma só. Não tem retorno, não tem um segundo que se repete. Não há momento que reviva, não há dia que se perpetue.
Quero sim ver todas as cores possíveis, calar-me e expressar-me ao meu bel prazer, ler tantas histórias quanto forem possíveis, perguntar os maiores absurdo, viver todos os amores, ir a tantos lugares que meus pés me carreguem, cultivar plantas, dar nome aos cães e gatos, errar, acertar, agir, perdoar e ser perdoado, esquecer as interrogações e viver de exclamações sempre que abrir meus olhos e fizer minha vida, minha única vida, acontecer!

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