sábado, 30 de novembro de 2013

ùltimo segundo

Não importa qual seja a sua religião ou qual o Deus que você adora...
Não importa quais sejam suas rezas, suas orações; Para todos, sem exceção, chegará um dia o momento do acerto final.
Chegará um dia em que sua vida será colocada na balança e lhe será cobrada a colheita das sementes que plantou.
Um dia, Aquele que lhe deu ferramentas, Aquele que lhe deu o terreno, Aquele que lhe deu as sementes para iniciar sua vida virá para se alimentar de seus frutos.
O Deus que cremos habita em nós. O Deus que cremos reside em nossa própria consciência.
Então, quando quisermos mais vida e não conseguirmos, quando quisermos continuar respirando e nosso corpo não corresponder, o saldo de nossas ações será apresentado.
E é justamente o que fizemos durante nossa semeadura que determinará se este último segundo será recompensado.
E aí será apresentado para cada um de nós o maior segredo de nossa existência: Este último segundo é ETERNO. este último segundo se repetirá interminavelmente em nossa alma. Neste últmo segundo a alma se carrega de todos os nutrientes para viver fora do corpo, da matéria.
No saldo da nossa colheita, Aquele que lhe deu as sementes distribuirá com justiça todas as doses de satisfação e arrependimento. E nossa alma então passará a viver destes dois sentimentos para todo o sempre.
A nossa passagem pelo corpo que habitamos é efêmera, absolutamente rápida porém as atitudes que tomamos, nossas decisões e exemplos ecoarão através dos anos.


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Globalização do amor

Os anos vão passado, as décadas vão se sucedendo e as modas e costumes vão mudando de acordo com  as novas tendências, de acordo com o passo largo da civilização.
As músicas, as roupas, as artes, a arquitetura, os penteados, os calçados, até mesmo os pensamentos, tudo, absolutamente tudo se transforma com o passar dos anos. Os limites mudam com o passar dos anos. Até a tradição e o original sofrem mudanças com o passar dos anos.
Dois fatores contribuem de forma definitiva para o crescimento exponencial destas mudanças: A globalização e o avanço das comunicações.
É definitiva a forma como a globalização arrebatou nossas vidas e estamos fadados a tomar apenas um caminho, apenas uma única forma de comportamento. Estamos nos tornando iguais a todos, estamos nos tornando uma só pessoa, um só pensamento. Tudo está mais próximo e acessível, tudo é mais fácil e perto. E com  a facilidade, com a proximidade, vem o conforto, e com o conforto vem a preguiça e com a preguiça vem a falta de atitude e com a falta de atitude vem o conformismo.
Estamos além de nos tornando uma só pessoa, nos conformando em sermos iguais. Nem melhores, nem piores. confortavelmente iguais.
Então um dia no futuro nós perguntaremos às nossas crianças: Quem nasceu primeiro? A globalização ou as redes sociais?
É inacreditável como as redes sociais, como a comunicação virtual está proporcionando a massificação de um só caráter, de uma só moral. 
São tantas curtidas e compartilhamentos das mesmas coisas que estamos cedendo à terceiros nosso direito de pensar. E quando cedemos nosso direito de pensar, caminhamos no escuro, sem aproveitar a estrada nem ao menos sabendo aonde ela nos levará.
Caminhamos na mesma onda, nos mesmos pensamentos, nos mesmos usos e costumes de todos. 
E por falar em mudanças, me assusta uma enorme e silenciosa mudança que está acontecendo com um sentimento chamado AMOR.
Será que ninguém ainda percebeu a transformação do sentido do sentimento chamado amor?
Proponho uma volta ao passado para compararmos como era o amor antes das redes sociais e após as redes sociais.
Sei que "ainda" não posso generalizar mas era muito mais frequente aos namorados de antigamente o sentimento de cuidado e carinho visando o bem estar um do outro. O crescimento pessoal, o respeito à individualidade do ser amado.
Antes era muito mais aguçado o sentimento de preocupação, o cuidado e o carinho presente, real.  O planejamento do futuro e a solidificação do compromisso. Antes o amor era menos intenso porém muito mais duradouro.
Hoje, protegidos pelo poder do teclado, encorajados pelo click do mouse, o amor transformou-se em algo incrivelmente potencializado, extremamente intenso e decepcionantemente passageiro. Ama-se rápido demais, desgosta-se rápido demais e começa-se tudo novamente mais rápido ainda.
O amor que antes era o sentimento mais autruísta, mais generoso que existia, de repente tornou-se um sentimento egoísta. Inverteu-se o sentido.
Procurávamos alguém para agregar, para crescer junto, para edificar família, para transmitir valores, para educar filhos enfim, procurávamos alguém para quem seria praseroso darmos o melhor de nós.
Hoje não mais. Hoje nao convivemos com defeitos, hoje não toleramos erros. Hoje amamos até o momento da primeira crise, até o momento da primeira insatisfação, da primeira desconfiança.
Estamos aprendendo a amar intensamente, o tempo todo, independente da pessoa.
Muito além de um simples sentimento, o amor está se transformando em um vício incontrolável que encontramos e perdemos em diversas pessoas ao longo de nossa jornada pela vida. Aplicamos a máxima: O que importa é ser feliz! Recomeçar! A fila andou! Partir para  a próxima! A vida que segue. 
Vamos amando cada vez mais intensamente pessoas que não duram uma vida, alíás, pessoas que não duram nem o tamanho de nosso próprio egoísmo.
Em tempos de globalização, o amor se transformou em commodity.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Alicerce

Erramos quando escolhemos uma pessoa para nós e vamos idealizando nela todas as qualidades que desejamos receber de alguém.
Passamos vários anos esperando que esta pessoa mude de acordo com nossas vontades, de acordo com os nossos sonhos e não percebemos que o erro aconteceu lá no início. Na escolha.
Não sejamos hipócritas ao ponto de negar que quando começamos a nos relacionar com alguém sempre imaginamos o que as pessoas ao nosso redor pensarão à respeito de quem está conosco. Escolhemos as pessoas também baseado nos efeitos de admiração e inveja que esta escolha causará em terceiros.
É como comprar uma roupa nova, um carro novo, um smartphone de última geração. Queremos ser admirados pelo nosso novo bem. E esse nosso novo bem tem que nos causar satisfação!
E o tempo vai passando e a roupa nova sai de moda, o carro novo "bebe" gasolina demais e  smartphone consome toda a bateria em menos da metade do dia. Mas mantemos nossas aparencias, mantemos nosso padrão de vida pois não podemos retroceder, não podemos ser julgados, apontados, mostrados como exemplo de fracasso.
O erro talvez esteja lá na origem, no princípio de tudo, quando nos dispomos a encontrar alguém. Erramos no nosso primeiro passo.
Erramos quando escolhemos uma pessoa por aparência, erramos quando escolhemos uma pessoa pela idade, pela posição social, pela religião, pelo corpo. Erramos quando procuramos uma pessoa que acreditamos que mudará  de acordo com nossos desejo ao passo que seria muito mais fácil, muito mais prazeroso, muito mais edificante encontrar alguém que realmente quer nos fazer felizes.
As pessoas estão prontas. Todas já com seus valores. Prédios prontos com  os seus alicerces. Podemos até redecorar, ampliar, quebrar e construir novas paredes, pintar com uma cor mais agradável mas nunca mexer em suas bases. As pessoas não mudam seu caráter.












quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Espelho

Então você está parada na frente do espelho. Maquina fotográfica digital na mão, pose preparada, cabelos penteados e roupa alinhada. Ora um sorriso nos lábios, ora um biquinho, pescoço inclinado e um gesto com com os dedos e a foto nas redes sociais. Os comentários e as curtidas.
Distante um metro da parede e dentro da parede mais um metro as duas imagens se confrontam, idênticas. Mesmo sorriso e mesmo olhar.
Há apenas uma importante diferença, há apenas um porém que desiguala estas duas imagens, a real e a virtual.
Apenas a que está fora da parede carrega o pensamento. As emoções, os problemas, os sonhos, as perspectivas e as esperanças estão atrás da máquina digital. Do lado de cá da parede.
Os comentários e as curtidas são para a imagem dentro da parede. Não são para a pessoa e sim para seu reflexo.
Quem vê apenas o reflexo não tem noção, sequer imagina os pensamentos que habitam o lado de fora, atrás do sorriso fácil e os olhos brilhantes.
Ah.. quantas pessoas querem apenas o espelho, quantas pessoas querem apenas o reflexo!!! Quantas pessoas buscam apenas a imagem e quantas pessoas querem deixar de lado os problemas, os sonhos, os desejos, os sofrimentos e as dores!!!
Eu quero ser a pedra.. Eu quero ser aquele que terá o privilégio de quebrar este espelho, acabar com todos os reflexos e curtir, comentar, fazer acontecer os sonhos, enfrentar os problemas, compartilhar as esperanças de que por detrás dos sorrisos e olhos brilhantes não haja nada além da verdadeira felicidade.




sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um lugar

Ei, venha cá, quero propor a você uma brincadeira de confiança. Deixe-me vendar seus olhos. Assim, sem ver absolutamente nada, me dê a sua mão, segure firme que vou levar você a um lugar.
Isso, siga meus passos. Com cuidado, não vou deixar você tropeçar.
Chegamos. Vamos entrar.
Pronto, fechei a porta. Posso tirar a sua venda agora para que você tente saber onde está.
Está vendo algo? Reconhece este lugar?
Não, não tem como acender a luz. Tem que ser no escuro mesmo. Vá apalpando as coisas, as paredes, sinta o cheiro, o tamanho e a umidade do lugar. Veja se reconhece. Ao menos tente.
É grande mesmo... Parece não ter fim... Está se sentindo confortável? Aconchegante aqui não é mesmo?!?!
Cuidado para não tropeçar em alguns pequenos montes de lixo espalhados pelo lugar pois lixo aquí dentro é inevitável. Mas de tão grande que é, o risco é pouco.
Encontrou muitas gavetas? São nelas que eu guardo as coisas mais importantes de minha vida. Não as coisas que eu quero tocar mas sim as coisas que eu gosto de sentir.
Tem também gavetas fechadas para sempre. perdí todas as chaves. não quero achá-las.
Venha mais aqui para o meio. Sinta o cheiro, sinta o ambiente. Está vazio mas cheio ao mesmo tempo.
Outras pessoas já passaram por aqui antes mas não conseguiram ficar. Não quiseram ficar. Talvez não tenham entendido o sentido da brincadeira. Ou acharam que era só brincadeira.
Não dá para brincar muito aquí dentro. às vezes dói muito quando machuca. Uma dor insuportável.
Aquí não é lugar para doer. Pelo contrário. Este lugar eu construí para tentar acabar com todas as dores mas parece que este "troço" cria vida própria e age das formas mais inesperadas possíveis. As vezes eu me perco aquí dentro.
Ainda não sabe onde está?
Você está em um lugar que é meu. Mas um lugar que eu gostaria que você ficasse para sempre. Que habitasse eternamente. Um lugar para você criar residência, fixar memórias.
Eu trouxe você para dentro do meu CORAÇÃO.