quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Sexo dos anjos

Incrível mas pela primeira vez desde que eu criei este blog me sinto preso e censurado. Pela primeira vez depois de mais de trezentos textos expondo minhas idéias e meus pensamentos, não posso escrever o que realmente quero e sinto. Nem mesmo nos momentos mais difíceis quando o vida em ebulição passava por um processo judicial eu me sentí assim, sem condições de expressar meus sentimentos.
Me contenho e reprimo minhas palavras não por vergonha ou egoísmo pois sempre compartilhei aqui todas as minhas emoções e sempre fui verdadeiro em minhas colocações mas desta vez o gosto é diferente.
Existe o senso de responsabilidade e a certeza de que de certa forma colocaria em risco alguém que nunca faria mal. Alguém que nasceu a tão pouco tempo em minha vida mas já tem dela um grande pedaço de tempo.
A nossa vida é assim mesmo. Pessoas nascem e morrem dentro dela continuamente. E como eu comemoro este recente nascimento, como eu gosto dele! Como me faz bem.

Acredito que existe um propósito nisto tudo da mesma forma que acredito que duas verdades, mesmo que conflitantes, possam coexistir. Ninguém sabe ao certo o que é certo. Ninguém saberá dizer o sabor do doce senão sorvendo.
A quem interessa o bem se este não for para todos? E o que é o bem nesta história absurda?
Não há o verdadeiro bem ou o bem falso.
Como na música de Vanessa da Matta "há um desencontro, veja por este ponto, há tantas pessoas especiais".
That's it There's no way. It's over, good luck - É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte!
E nada será como antes, e algo realmente muda dentro de nós todos os dias. Novos desejos, novas vontades, novos sentimentos e novas dúvidas. E novos medos, e novas satisfações, novas insatisfações e novas certezas. E as coisas mudam, e as coisas se transformam em outras coisas e as certezas caem por terra, escorrem como água de chuva, lavando, levando todas as nossas convicções.
Porém eu tenho minhas convicções, e as imutáveis a água da chuva não leva. Uma destas convicções é que não se brinca com o sentimento alheio. Não se escreve apenas o primeiro capítulo de um livro se não for para chegar ao fim. A partir do momento em que eu começo a primeira frase, do primeiro parágrafo, eu vou até o epílogo, até o "e viveram felizes para semrpe", mesmo que na eternidade me reste apenas ouvir o som de harpas tocadas por anjos sem sexo.
Não há mudança sem dor, não há crescimento sem troca de pele e os dedos apontados para meu rosto, e as palavras proferidas pelas pessoas  a respeito de minha conduta moral e ética jamais farão de mim uma pessoa diferente do que sou.
Durmo o sono dos justos pois nada quero além do que eu posso.
Vida nova começa em qualquer lugar, em qualquer tempo. Basta querer.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Presente

Quanto vale o tempo? Quanto custa um segundo? Qual o preço de um dia, semana, mês ou ano?
Costumo dizer que o melhor presente que alguém pode receber de outra pessoa é justamente o tempo. Costumo dizer que o tempo dado, o tempo dedicado não tem preço, não há como mensurar ou sequer retribuir esta variável que é progressiva e irrecuperável.
Precisamos saber receber e valorizar este presente quando o ganhamos pois não há nada mais original, não há nada mais ímpar do que um segundo de outra pessoa. Um presente que não se repete. Um presente que não tem volta.
Costumo dizer também que o tempo recebido é viciante. Costumo dizer que quem recebe e não sabe fazer bom uso, geralmente quer sempre mais e agradece menos. Costumo dizer que quem recebe muito o tempo de outra pessoa acaba considerando ser uma obrigação e toda a magia se desfaz.
Muitas vezes as pessoas que dedicam seu tempoa outras, perdem a noção dos dias, dos meses e dos anos, muitas vezes as pessoas que doam seu tempo para outras não vêem suas vidas passando e quando enfim, buscam este tempo para sí percebem o peso da idade, carregam o amargo de uma vida não vivida em sua plenitude. O tempo perdido não aceita o pronome reflexivo SE. O passado não comporta o pronome reflexivo SE.
O futuro é avassalador. O futuro cobra o tempo mal investido, o futuro em relação ao tempo, é implacável pois traz consigo uma infinita capacidade de acumular remorsos  e frustrações, o futuro inevitavelmente nos mostra que o passado é imutável e nos dá, como castigo, as chaves para abrir todas as portas que não existem mais.
Mas enfim, a irrecuperabilidade do tempo é compensada com a capacidade de darmos a nós mesmos novas portas, com novas chaves. Nos dá a possibilidade de acreditar em um novo recomeço, uma nova vida, uma nova situação. Obviamente que atrás destas portas sempre haverá o medo, sempre haverá o receio do desconhecido porém não devemos deixar morrer jamais os segundos que nos restam antes de vivermos-los todos com o sabor e o prazer de uma vida feliz. Não devemos jamais deixar de acreditar em pessoas, principalmente naquelas que como eu, disperdiçaram seu tempo em outras vazias.
Haverá sempre uma nova porta que você poderá entrar, fincar suas raízes, permanecer e compartilhar de verdade, com qualidade, o tempo infinito.




Sal ou açúcar

Não é necessário trabalhar na área de saúde para saber que o excesso de sal faz mal para a saúde tanto quanto o excesso de açúcar.
Apesar de "teoricamente opostas", estas substâncias são prejudiciais na mesma proporção, tanto para a hipertensão quanto para o diabetes quando consumidas em grande quantidade e por longos períodos. Elas matam lentamente. Ambas!
O problema está justamente no excesso. Não nas substâncias.
E não é só o sal e o açúcar mas qualquer substância ou situação quando em excesso, causa algum mal, algum dano ao organismo, ao corpo ou a mente do homem em geral.
Até mesmo o ar que respiramos, principalmente ele, o que nos mantém vivos, é o que nos faz morrer lentamente. O oxigênio nos mata aos poucos sem percebermos.
É ele que, ao ser quebrado em suas funções de respiração celular liberta os radicais livres que aleatoriamente vagam por nossos corpos sem rumo, quebrando nossa cadeia de DNA que aos poucos perde seu poder de regeneração causando o envelhecimento do corpo.
O que nos mata é o que nos faz viver.
É preciso então aprender a viver no equilibrio constante, é preciso saber dosar todas as situações, todos os costumes, todas as possibilidades. Uma prova disso está em nós mesmos, nos nossos sentidos básicos, tato, audição, olfato e paladar e visão. A hipersensibilidade de qualquer um deles afeta nossa normalidade. Luz demais queima nossas retinas tanto quanto a escuridão total a degenera.
Sensatez, equilíbrio em todos os sentidos, cuidados e limites. São condições gerais para uma boa e duradoura vida, com qualidade e grandes sobressaltos.