sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Asas de Ícaro

Resta-me então pegar a parafina derretida no chão e com ela confeccionar minhas asas para conseguir sair deste labirinto.
Este labirinto parece não ter fim, parece que o tempo não colabora para encontrar a saída deste emaranhado de problemas e variáveis que se estabeleceram na minha vida e que só me resta andar pelas incontáveis esquinas que não levam a lugar nenhum.
Resta-me então vestir asas de cera e voar em direção ao céu, olhar do alto e perceber o tamanho do labirinto, com todas as suas possibilidades infinitas e só uma saída.
Resta-me encarar o Minotauro do alto, com o vento batendo em meu corpo e o calor do sol energizando meu vôo.
Resta-me apenas plagiar Ícaro? Seria esta apenas a minha única saída? Voar em direção ao sol para este derreter minhas asas e eu enfim perder a vida nas areias da praia?
Voar dos problemas eu continuar camihando pelos labirintos de possibilidades? Qual a melhor saída?
Não há melhor saída e a ação está diretamente e proporcionalmente ligada ao estado de espírito da pessoa envolvida, ao seu objetivo traçado, às experiências adquiridas ao longo do percurso e até mesmo às dores vividas na caminhada.
Atravessamos vários labirintos, enfrentamos vários Minotauros no decorrer de nossas vidas. Voamos em alguns, caminhamos exaustivamente em tantos outros. Andamos em círculos, perdemos a noção de tempo, de distância mas enfim, continuamos vivos enquanto queremos algo. Só morremos quando fugimos da luta.
Caminhar sem objetivo é como voar com asas de cera em direção ao sol.





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