Reservo-me no direito de ter meus próprios sentimentos e deles fazer uso da forma como quiser assim como decreto que estes são de minha única e exclusiva propriedade cabendo a mim o direito de desligar as máquinas que os mantêm vivos.
Fica estipulado que os frutos oriundos destes sentimentos têm a liberdade como limite e de forma alguma outra lei se aplica contra esta premissa. Contra os frutos dos meus sentimentos não infrigirá qualquer lei que os contenha.
Fica estipulado que os meus sentimentos a mim pertencem tendo eu e unicamente eu o direito de nomeá-los e/ou incurtí-los a favor ou contra outrem.
Fica decretado por mim que o amor é incondicional e unilateral e que por conta disto, se basta. Fica decretado que o amor sobrevive sem par pelo tempo que lhe convier e que nenhuma pessoa que não o seu proprietário terá controle sobre o seu tamanho ou duração.
Fica decretado também que o amor é único e não pode ser copiado ou transferido. Que cada ser é gerador de tantos quanto forem necessários os amores para a sua felicidade e que sempre, absolutamente sempre o próximo amor será no mínimo, duas vezes maior que o anterior.
Fica decretado que toda expressão do amor é válida, tais como o beijo, o abraço, as cartas, as poesias, cheiros, cores, músicas e lugares e que todos podem se apossar destes recursos a fim de alimentar o amor.
Fica decretado que o amor terá vários nomes sem nunca perder a sua essência e que os apelidos carinhosos não terão idade para acontecer e nem limites para viver. Viverão dentro do passado e até o futuro. Os termos bem, benzinho, mô, amorzinho, xuxú, xuxuzinho, dengo, denguinho, neném, nenenzinho, gata, gatinha, mimo, pequena, são de domínio público porém atribuídos a uma única pessoa por vez. (ressaltando que os diminutivos têm peso 2x).
Fica decretado que pensar é uma forma de amar e que o sorriso idiota que emana deste pensamento não pode ser julgado ou ridicularizado sob qualquer pretexto de pessoas mal amadas.
Fica decretado que o amor é confuso e que não deve haver qualquer estudo para explicar matematicamente, quimicamente, fisicamente, históricamente seus motivos e suas razões. Não há qualquer catedrático versado em amor.
Fica decretato que amar é como andar de montanha russa com os olhos fechados à toda velocidade. Que amar é mergulhar no meio do oceano, que amar é como flutuar por entre as nuvens bem como fincar raízes que se aprofundam no chão. Todas as vertentes têm os mesmos pesos e as escolhas são individuais.
Fica decretado que não há idade para o amor. Fica decretado que não há distância, fronteira, religião ou preconceito para o amor e que toda a sua expressão é verdadeira.
Fica decretado que o amor causa sorrisos e lágrimas nas mesmas proporções, que causa insônia por vários motivos e fica decretado que o amor, quando atinge, jamais voltará o seu vértice.
Fica decretado que o amor é louco, que o amor é insano e que o amor é injustificável.
Acima de tudo, fica decretado que amor é injusto. É simplesmente amor. Que amor é você!
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
De graça
À media em que as cercas foram sendo erguidas separando as pessoas por grupos de parentesco e afinidades, fomos perdendo a noção do preço das coisas.
Era comum até poucas décadas atrás o uso da troca ou da oferta por produtos e serviços. As pessoas plantavam e ofertavam o excedente da colheita para seus comuns, trocavam favores em reparos, em situações.
Com o crescimento da população e a escassêz de alimento a coisa mudou um pouco de figura e o principal objetivo além da sobrevivência passou a ser o acúmulo de riquezas.
Acumulamos riquezas e aprendemos a usá-las para conseguir as coisas que nem sempre precisamos ter.
Perdeu-se a noção da dádiva, do presentear, do receber sem desconfiar. Absolutamente tudo é com intenções pessoais.
Á medida em que as cercas foram sendo erguidas e as pessoas se aglomeraram nas cidades, bairros, condomínios, edifícios apagados, não só o ato de dar perdeu referência... O receber também!
Está cada vez mais difícil acreditar na oferta. Na simples oferta. Na simpatia, na troca de olhar, nos sorrisos despretenciosos... Está difícil acreditar no igual.
Até receber e dar amor, de graça, hoje, está sendo difícil.
Era comum até poucas décadas atrás o uso da troca ou da oferta por produtos e serviços. As pessoas plantavam e ofertavam o excedente da colheita para seus comuns, trocavam favores em reparos, em situações.
Com o crescimento da população e a escassêz de alimento a coisa mudou um pouco de figura e o principal objetivo além da sobrevivência passou a ser o acúmulo de riquezas.
Acumulamos riquezas e aprendemos a usá-las para conseguir as coisas que nem sempre precisamos ter.
Perdeu-se a noção da dádiva, do presentear, do receber sem desconfiar. Absolutamente tudo é com intenções pessoais.
Á medida em que as cercas foram sendo erguidas e as pessoas se aglomeraram nas cidades, bairros, condomínios, edifícios apagados, não só o ato de dar perdeu referência... O receber também!
Está cada vez mais difícil acreditar na oferta. Na simples oferta. Na simpatia, na troca de olhar, nos sorrisos despretenciosos... Está difícil acreditar no igual.
Até receber e dar amor, de graça, hoje, está sendo difícil.
Mediocridade
O que esperamos da vida?
Esperamos viver plenamente, realizar nossos sonhos, alcançar nossos objetivos, esperamos amar e sermos amados, esperamos simplesmente sermos felizes.
À medida em que o tempo passa somos invadidos por uma necessidade de sermos aceitos no meio em que vivemos e deixamos de esperar coisas da vida para sermos o que as pessoas querem que sejamos.
Agimos para ser mediocramente iguais a todos e nossas vontades passam a ser norteadas de acordo com os conceitos alheios. Nós nos colocamos abaixo dos julgamentos que achamos que as pessoas fazem a nosso respeito. E vamos nos limitando na vida.
Vamos deixando de viver, de experimentar. Vamos deixando de lado nossos sonhos para vivermos o sonho coletivo. Aprendemos a viver de conveniências, de efemeridades, de suposições e facilidades.
Deixamos as atitudes de lado por conta de conceitos ou pré-conceitos.
Pensamos antes de pensar em nós, nos vizinhos, amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos. Ditamos regras e limites, deixamos de sentir os sabores por conta do insípido dia a dia.
Mastigamos isopor, não sentimos o gosto das coisas, vestimos um sorriso amarelo na face e vamos para a rua mostrar que somos iguais. Mediocres iguais. Nivelamos por baixo.
Esperamos da vida uma linha reta, infinita. Não viramos esquinas, não conseguimos mais olhar além, não desviamos dos caminhos, dos trajetos pois não corremos riscos, deixamos de acreditar na palavra, deixamos de confiar no olhar.
Buscamos nos consultórios psicológicos, nos remédios calmantes e tranquilizantes, nas bíblias, nos livros de auto ajuda o segredo para descobrirmos não quem somos mas sim quem temos que ser para as pessoas nos respeitarem.
Quando enfim percepemos que o que temos da vida é muito diferente do que sempre esperamos dela, olhamos para o relógio e nos damos conta do tempo que passou. Fazemos uma confusão, uma inversão de valores acerca dos tempos verbais passado, presente e futuro. Valorizamos demais o presente, esquecemos do passado e não vislumbramos um futuro diferente do normal (dos outros).
Não aprendemos com exemplos, desconsideramos os mais velhos, olhamos para as mágoas, sofrimentos, pesares dos outros com um escudo como se isto nunca fosse se repetir com nossas vidas.
O que esperamos da vida?
Esperamos viver plenamente, realizar nossos sonhos, alcançar nossos objetivos, esperamos amar e sermos amados, esperamos simplesmente sermos felizes.
À medida em que o tempo passa somos invadidos por uma necessidade de sermos aceitos no meio em que vivemos e deixamos de esperar coisas da vida para sermos o que as pessoas querem que sejamos.
Agimos para ser mediocramente iguais a todos e nossas vontades passam a ser norteadas de acordo com os conceitos alheios. Nós nos colocamos abaixo dos julgamentos que achamos que as pessoas fazem a nosso respeito. E vamos nos limitando na vida.
Vamos deixando de viver, de experimentar. Vamos deixando de lado nossos sonhos para vivermos o sonho coletivo. Aprendemos a viver de conveniências, de efemeridades, de suposições e facilidades.
Deixamos as atitudes de lado por conta de conceitos ou pré-conceitos.
Pensamos antes de pensar em nós, nos vizinhos, amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos. Ditamos regras e limites, deixamos de sentir os sabores por conta do insípido dia a dia.
Mastigamos isopor, não sentimos o gosto das coisas, vestimos um sorriso amarelo na face e vamos para a rua mostrar que somos iguais. Mediocres iguais. Nivelamos por baixo.
Esperamos da vida uma linha reta, infinita. Não viramos esquinas, não conseguimos mais olhar além, não desviamos dos caminhos, dos trajetos pois não corremos riscos, deixamos de acreditar na palavra, deixamos de confiar no olhar.
Buscamos nos consultórios psicológicos, nos remédios calmantes e tranquilizantes, nas bíblias, nos livros de auto ajuda o segredo para descobrirmos não quem somos mas sim quem temos que ser para as pessoas nos respeitarem.
Quando enfim percepemos que o que temos da vida é muito diferente do que sempre esperamos dela, olhamos para o relógio e nos damos conta do tempo que passou. Fazemos uma confusão, uma inversão de valores acerca dos tempos verbais passado, presente e futuro. Valorizamos demais o presente, esquecemos do passado e não vislumbramos um futuro diferente do normal (dos outros).
Não aprendemos com exemplos, desconsideramos os mais velhos, olhamos para as mágoas, sofrimentos, pesares dos outros com um escudo como se isto nunca fosse se repetir com nossas vidas.
O que esperamos da vida?
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Competição
Engana-se quem pensa que estou competindo ou que eu seja um vitorioso ou um derrotado. A questão vai muito mais além. A questão é mais profunda do que uma conquista.
Vejo vários atletas que competem, ganham seus troféus e os colocam em uma estante para apreciação das pessoas. Uma forma de exaltar uma vitória, um triunfo sobre os demais.
Claro que em uma competição só existe um vencedor, só existe um primeiro lugar e os louros da vitória não são divididos. Existem aquelas pessoas onde o prazer está em acumular medalhas, acumular subidas ao pódio.
Porém existem aquelas pessoas que praticam a competição pelo prazer do momento, pelo prazer de desenvolver suas técnicas, aprimorar suas capacidades. Existem pessoas que amam o que fazem pelo simples ato de poderem fazer.
A competição com agressividade não é esporte, não é saudável. A competição com agressividade é luta. Não sou lutador!
O que fazer com um troféu depois de conquistado senão colocá-lo em uma vitrine? O que se junta com isso? O que se leva depois disso? Nada.
Quantas pessoas deixam a vitória escapar no último minuto, na última curva, no último chute, na última braçada, na derradeira pedalada, no quase inexistente último milímetro?
A competição é relativa... O prazer da vitória ou o amargor da derrota não podem ser angulos opostos pelo vértice, antes disso, devem ser linhas paralelas.
E o que vem complementando o troféu? Qual é o prêmio? E o que fazer com ele? Dinheiro, fama, reconhecimento, admiração... Quantas pessoas chegaram ao cume da maior montanha e quantas já perderam a vida tentando escalar?
O que é a vida a não ser uma sussessão de derrotas?
Claro.. uma sucessão de derrotas.. por mais vitórias que tenhamos, em determinado momento seremos superados por alguém mais treinado, mais capacitado, mais dedicado, mas empenhado em ter aquilo que temos. Um título, um lugar, uma coisa, qualquer coisa.
O jogo é assim. Treino, superação, fracasso ou sucesso. Ninguém será eterno e o preço de uma vitória pode ser bem dolorido no futuro.
Em qualquer situação, ninguém, absolutamente ninguém é eternamente vitorioso, totalmente predomintante e até mesmo as grandes nações, os grandes impérios já tiveram seu apogeu e sua ruína. Os Síros, os Babilônicos, os Egípcios, Os Gregos, os Romanos, os Ingleses, Portugal e Espanha na época das grandes navegações, Alemanha, Estados Unidos e Rússia e agora a China. O mundo, os exemplos mostram que tudo é uma senóide. O gráfico é oscilante e não uma reta progressiva.
Até mesmo nos casamentos onde fotos são tiradas com pessoas sorrindo e comemorando, onde os mais belos planos são traçados, os futuros são erroneamente traçados antecipando apenas felicidade.
Até mesmo os planos de suportar qualquer dor ou sofrimento são abandonados quando realmente acontecem.
Existem dois grandes erros em se tratando de considerações sobre as situações. O primeiro é achar que algo é eterno... o segundo... o tempo vai mostrar!!!
Vejo vários atletas que competem, ganham seus troféus e os colocam em uma estante para apreciação das pessoas. Uma forma de exaltar uma vitória, um triunfo sobre os demais.
Claro que em uma competição só existe um vencedor, só existe um primeiro lugar e os louros da vitória não são divididos. Existem aquelas pessoas onde o prazer está em acumular medalhas, acumular subidas ao pódio.
Porém existem aquelas pessoas que praticam a competição pelo prazer do momento, pelo prazer de desenvolver suas técnicas, aprimorar suas capacidades. Existem pessoas que amam o que fazem pelo simples ato de poderem fazer.
A competição com agressividade não é esporte, não é saudável. A competição com agressividade é luta. Não sou lutador!
O que fazer com um troféu depois de conquistado senão colocá-lo em uma vitrine? O que se junta com isso? O que se leva depois disso? Nada.
Quantas pessoas deixam a vitória escapar no último minuto, na última curva, no último chute, na última braçada, na derradeira pedalada, no quase inexistente último milímetro?
A competição é relativa... O prazer da vitória ou o amargor da derrota não podem ser angulos opostos pelo vértice, antes disso, devem ser linhas paralelas.
E o que vem complementando o troféu? Qual é o prêmio? E o que fazer com ele? Dinheiro, fama, reconhecimento, admiração... Quantas pessoas chegaram ao cume da maior montanha e quantas já perderam a vida tentando escalar?
O que é a vida a não ser uma sussessão de derrotas?
Claro.. uma sucessão de derrotas.. por mais vitórias que tenhamos, em determinado momento seremos superados por alguém mais treinado, mais capacitado, mais dedicado, mas empenhado em ter aquilo que temos. Um título, um lugar, uma coisa, qualquer coisa.
O jogo é assim. Treino, superação, fracasso ou sucesso. Ninguém será eterno e o preço de uma vitória pode ser bem dolorido no futuro.
Em qualquer situação, ninguém, absolutamente ninguém é eternamente vitorioso, totalmente predomintante e até mesmo as grandes nações, os grandes impérios já tiveram seu apogeu e sua ruína. Os Síros, os Babilônicos, os Egípcios, Os Gregos, os Romanos, os Ingleses, Portugal e Espanha na época das grandes navegações, Alemanha, Estados Unidos e Rússia e agora a China. O mundo, os exemplos mostram que tudo é uma senóide. O gráfico é oscilante e não uma reta progressiva.
Até mesmo nos casamentos onde fotos são tiradas com pessoas sorrindo e comemorando, onde os mais belos planos são traçados, os futuros são erroneamente traçados antecipando apenas felicidade.
Até mesmo os planos de suportar qualquer dor ou sofrimento são abandonados quando realmente acontecem.
Existem dois grandes erros em se tratando de considerações sobre as situações. O primeiro é achar que algo é eterno... o segundo... o tempo vai mostrar!!!
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
História - Química e Cultura Popular
Um pouco de história.
Na época do Brasil colonial, fevilhava nas Minas Gerais o extrativismo mineral. Ouro, diamante e uma variedades de pedras preciosas eram retiradas de nosso solo para ajudar a enriquecer a corte portuguesa.
Devido às altas taxas cobradas pela coroa portuguesa, muitos extrativistas, muitos garimpeiros e até mesmo os escravos desenvolveram um sistema para burlar a cobrança dos impostos que consistia em confeccionar imagens sacras em madeira porém recheadas de ouro e pedras preciosas.
Os Santos eram esculpidos em madeira, tendo o seu interior retirado e preenchido com as pedras preciosas e ouro que eram contrabandeados, fugindo da tributação imposta pelos portugueses.
Daí surgiu a expressão Santinho do Pau Oco que com o passar dos anos adquiriu a conotação de uma pessoa com trejeitos angelicais de quem nunca se espera um ato de traição ou falta de moral.
Um pouco de química.
O ouro foi um dos primeiros elementos descobertos pelo homem, por volta do ano 2.600 antes de Cristo e teve sua aplicação mais acentuada na época do império Egipcio nos ornamentos das tumbas dos faraós.
Devido às suas propriedades de cor e brilho e também pela sua escassez na natureza, o ouro é um dos elementos mais apreciados na fabricação de jóias e é símbolo de riqueza e ostentação desde os tempos antigos.
Porém, uma mistura de Ferro e Enxofre, chamada de Pirita, simula tanto a cor quanto o brilho do ouro e por conta disso, pode-se fazer passar pelo metal raro e cobiçado. Muitas histórias de fortunas perdidas e pessoas enganadas são contadas por conta desta similaridade entre o ouro e a pirita.
Um pouco de cultura popular.
Uma expressão popular, comumente usada nas mais diversas classes sociais e faixas etárias que tenta demonstrar a aversão a algo ou a alguma pessoa é a seguinte: "Não quero nem pintado de ouro".
Tal expressão tende para duas interpretações que são o sentido literal e/ou o sentido figurado. No sentido literal, realmente existe a aversão à alguém ou alguma coisa; Já no sentido figurado, a expressão pode remeter à desvalorização por desinteresse por alguém ou alguma coisa com o objetivo de adquirir com menor custo ou desprendimento de energia.
Uma consideração pessoal.
Juntando a história, a química e a cultura popular em um único contexto, fico imaginando o que rege, o que norteia as relações interpessoais nos dias atuais.
Várias pessoas com atitudes e trejeitos de ícones da moral e da ética manipulam, usam, traem, conspiram, descuidam, desdenham, abusam, exploram, atacam, humilham, subjulgam os seus iguais de acordo com suas vontades e conveniências.
Tantas outras pessoas atribuem valores, admiram, seguem, ajudam, acompanham, adoram, orgulham-se de outras que estão banhadas apenas com pirita e não com o metal ouro propriamente dito.
E de que é feita a tinta para banhar uma pessoa de ouro que realmente importa? A sua aparência? ou a sua idade? Ou seu físico? Ou a sua religião? Ou a sua condição social?
Onde ficam valores como companheirismo, atitude, dinamismo, fidelidade, educação, criação, inteligência, bom humor, disponibilidade?
E vamos passando à margem de nossas próprias vidas, vivendo de aparências para sermos aceitos por pessoas que nem acrescentam coisas tão valiosas assim às nossas histórias.
ah.. e antes de terminar... Nem tudo que reluz é ouro!!!
Na época do Brasil colonial, fevilhava nas Minas Gerais o extrativismo mineral. Ouro, diamante e uma variedades de pedras preciosas eram retiradas de nosso solo para ajudar a enriquecer a corte portuguesa.
Devido às altas taxas cobradas pela coroa portuguesa, muitos extrativistas, muitos garimpeiros e até mesmo os escravos desenvolveram um sistema para burlar a cobrança dos impostos que consistia em confeccionar imagens sacras em madeira porém recheadas de ouro e pedras preciosas.
Os Santos eram esculpidos em madeira, tendo o seu interior retirado e preenchido com as pedras preciosas e ouro que eram contrabandeados, fugindo da tributação imposta pelos portugueses.
Daí surgiu a expressão Santinho do Pau Oco que com o passar dos anos adquiriu a conotação de uma pessoa com trejeitos angelicais de quem nunca se espera um ato de traição ou falta de moral.
Um pouco de química.
O ouro foi um dos primeiros elementos descobertos pelo homem, por volta do ano 2.600 antes de Cristo e teve sua aplicação mais acentuada na época do império Egipcio nos ornamentos das tumbas dos faraós.
Devido às suas propriedades de cor e brilho e também pela sua escassez na natureza, o ouro é um dos elementos mais apreciados na fabricação de jóias e é símbolo de riqueza e ostentação desde os tempos antigos.
Porém, uma mistura de Ferro e Enxofre, chamada de Pirita, simula tanto a cor quanto o brilho do ouro e por conta disso, pode-se fazer passar pelo metal raro e cobiçado. Muitas histórias de fortunas perdidas e pessoas enganadas são contadas por conta desta similaridade entre o ouro e a pirita.
Um pouco de cultura popular.
Uma expressão popular, comumente usada nas mais diversas classes sociais e faixas etárias que tenta demonstrar a aversão a algo ou a alguma pessoa é a seguinte: "Não quero nem pintado de ouro".
Tal expressão tende para duas interpretações que são o sentido literal e/ou o sentido figurado. No sentido literal, realmente existe a aversão à alguém ou alguma coisa; Já no sentido figurado, a expressão pode remeter à desvalorização por desinteresse por alguém ou alguma coisa com o objetivo de adquirir com menor custo ou desprendimento de energia.
Uma consideração pessoal.
Juntando a história, a química e a cultura popular em um único contexto, fico imaginando o que rege, o que norteia as relações interpessoais nos dias atuais.
Várias pessoas com atitudes e trejeitos de ícones da moral e da ética manipulam, usam, traem, conspiram, descuidam, desdenham, abusam, exploram, atacam, humilham, subjulgam os seus iguais de acordo com suas vontades e conveniências.
Tantas outras pessoas atribuem valores, admiram, seguem, ajudam, acompanham, adoram, orgulham-se de outras que estão banhadas apenas com pirita e não com o metal ouro propriamente dito.
E de que é feita a tinta para banhar uma pessoa de ouro que realmente importa? A sua aparência? ou a sua idade? Ou seu físico? Ou a sua religião? Ou a sua condição social?
Onde ficam valores como companheirismo, atitude, dinamismo, fidelidade, educação, criação, inteligência, bom humor, disponibilidade?
E vamos passando à margem de nossas próprias vidas, vivendo de aparências para sermos aceitos por pessoas que nem acrescentam coisas tão valiosas assim às nossas histórias.
ah.. e antes de terminar... Nem tudo que reluz é ouro!!!
Imensidão azul
Caso você chege agora encontrará o pier abandonado, vazio. Não haverá nada além do que o vasto e desconhecido oceano. A imensidão azul!
Durante muito tempo estive aqui no pier, andando, contemplando a massa de água, alimentando peixes, acompanhando o crescimento de pequenos moluscos, conchas nas pedras. Passava horas contando as ondas, medindo com os olhos o vai-e-vem da maré, o vôo razante dos pássaros, gaivotas pescando seu alimento.
Não havia hora certa para a minha presença. Bastava a vontade e eu me transportava para o pier; Algumas vezes para ver o sol nascer, tantas outras para admirar o reflexo da lua nas águas frias, inertes.
O caminho para chegar era sempre o mesmo. O pensamento em você. Bastava isso para eu me apossar deste portal para o desconhecido.
Era no pier que eu ria em silêncio de nossos momentos. Era sentado em sua borda que eu planejava nosso futuro. Eram as espumas das ondas que quebravam nas pedras que traziam até mim o seu cheiro. Era o vento que cortava as estacas que me lembravam a sua voz suave.
Os pequenos peixes passando por entre meus dedos imersos no oceano proporcionavam um balé aquático que me fazendo lembrar seu andar alegre e a lua nascendo, matando aos poucos a luminosidade do sol, me trazia para a realidade de sua ausência.
Caso você chegue agora encontrará o pier abandonado, vazio.
Não sei se a poesia do amor é que faziam as ondas colidirem nas pedras, os peixes bailarem entre meus dedos ou os pássaros mergulharem no oceano. De repente eu não ví mais nada além da imensidão azul. Nada mais estava lá. Apenas eu e o pier.
Olhei para o pulso, não havia relógio. Olhei para o sol e ele estava à pino, marcando sempre meio dia. Ao lado dele, a lua marcava exatamente meia noite.
Não havia mais tempo. Nenhum segundo acontecia. Eu e o pier.
A imensidão azul me convidava para outros caminhos, outros tempos, novas lembranças e novos futuros. Um passo à dentro e agora, se você chegar, encontrará só o pier.
Caso você chegue agora, encontrará só o pier. Eu, na imensidão azul!
Faltou apenas um segundo...
Durante muito tempo estive aqui no pier, andando, contemplando a massa de água, alimentando peixes, acompanhando o crescimento de pequenos moluscos, conchas nas pedras. Passava horas contando as ondas, medindo com os olhos o vai-e-vem da maré, o vôo razante dos pássaros, gaivotas pescando seu alimento.
Não havia hora certa para a minha presença. Bastava a vontade e eu me transportava para o pier; Algumas vezes para ver o sol nascer, tantas outras para admirar o reflexo da lua nas águas frias, inertes.
O caminho para chegar era sempre o mesmo. O pensamento em você. Bastava isso para eu me apossar deste portal para o desconhecido.
Era no pier que eu ria em silêncio de nossos momentos. Era sentado em sua borda que eu planejava nosso futuro. Eram as espumas das ondas que quebravam nas pedras que traziam até mim o seu cheiro. Era o vento que cortava as estacas que me lembravam a sua voz suave.
Os pequenos peixes passando por entre meus dedos imersos no oceano proporcionavam um balé aquático que me fazendo lembrar seu andar alegre e a lua nascendo, matando aos poucos a luminosidade do sol, me trazia para a realidade de sua ausência.
Caso você chegue agora encontrará o pier abandonado, vazio.
Não sei se a poesia do amor é que faziam as ondas colidirem nas pedras, os peixes bailarem entre meus dedos ou os pássaros mergulharem no oceano. De repente eu não ví mais nada além da imensidão azul. Nada mais estava lá. Apenas eu e o pier.
Olhei para o pulso, não havia relógio. Olhei para o sol e ele estava à pino, marcando sempre meio dia. Ao lado dele, a lua marcava exatamente meia noite.
Não havia mais tempo. Nenhum segundo acontecia. Eu e o pier.
A imensidão azul me convidava para outros caminhos, outros tempos, novas lembranças e novos futuros. Um passo à dentro e agora, se você chegar, encontrará só o pier.
Caso você chegue agora, encontrará só o pier. Eu, na imensidão azul!
Faltou apenas um segundo...
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Implosão
Estou há vários minutos parado na frente da tela do computador repousando os dedos sobre o teclado com uma idéia para escrever um texto porém são tantos os ganchos, são tantas as opções sobre o mesmo assunto que não consigo escolher qual rumo seguir.
Sigo traçando os caminhos mentalmente imaginando qual o efeito que as palavras causarão nos leitores e qual o pensamento destes a meu respeito. Não quero de forma alguma que imaginem que eu sou o dono da razão e das verdades e nem tampouco que esta idéia central é aplicada a uma determinada pessoa ou ocasião.
Sempre tentei escrever sobre sentimentos, situações e fatos que fossem generalizados pois acredito realmente que não existem números infinitos e situações únicas de dor e sofrimento, amor e alegrias. Não somos exclusivos e estes sentimentos não pertencem exclusivamente a nós. As histórias se repetem ao longo das vidas das pessoas. Não existe um caso de amor exclusivo. As variações são poucas como uma loja de departamento que vende roupas iguais com números diferentes.
Entramos, escolhemos, experimentamos e levamos conosco aquelas que mais nos convém e deixamos na loja as demais que não nos serviram ou não nos agradaram.
Assim são as histórias de amor!
Existem várias opções já prontas e apenas "vestimos" aquelas que mais nos agradam naquele momento.
Não é raro encontrarmos pessoas que possuem as mesmas roupas que possuímos e também as mesmas histórias de amor que vivemos.
Vinícius de Moraes, em um momento mágico de inspiração diz em Soneto de Fidelidade:
"E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama"
Ora o que mais podemos esperar da vida senão a morte? A angústia da vida!
Ora o que mais podemos esperar do amor senão a solidão? Fim de quem ama!
Reparem que a morte relatada por Vinícius é real e a solidão é abstrata. A solidão a que se refere Vinícius é a ausência de quem se ama em nossas vidas. Seja causada pela morte ou pela opção de nosso amor.
Deixando a poesia de lado e voltando para as histórias de amor que se repetem como roupas em lojas de departamentos, chaga um determinado momento em nossas vidas que somos obrigados a voltar e escolher roupas novas pois aquelas que temos já não nos vestem mais, já estão poídas e rasgadas, feias, sem graça e sem vida.
No amor é assim também. Pode-se até esquecer de regar uma planta um dia ou outro que mesmo assim ela pode florescer com cuidados especiais. O que não dá é para recuperar uma árvore depois que serramos o seu tronco.
Outro dia dei um conselho para uma amiga. Jamais perdoe uma traição!!! Não há motivos ou desculpas suficientes para reverter os efeitos causados por tal atitude.
A traição é uma bomba e quem escolhe perdoá-la não vive em um lar. Perdoar uma traição é escolher viver no meio dos escombros de uma implosão! definitivamente!
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Um segundo
Um segundo! Apenas um segundo! Cada segundo!
Quanto tempo mede um segundo? Qual o peso de um segundo? Quantas cores cabem em um segundo? Quantos sonhos se realizam ou se perdem em um segundo? Qual o som de um segundo? Qual o cheiro de um segundo?
Um segundo não é nada... Um segundo é tudo...
Um segundo mede uma eternidade, um infinito de tempo. Em um segundo cabe o silêncio eterno e também cabe uma enciclopédia inteira.
Em um segundo cabem todo o peso do mundo e a leveza definitiva da alma, em um segundo pintam-se todas as cores ou o mais profundo negro da escuridão.
Em um segundo cabem as glórias das vitórias ou o amargor das derrotas, as lutas, as guerras, em um segundo cabem a união e a paz.
Em um segundo nascem amores efêmeros, amores eternos. Em um segundo estabelecem as mais lindas alianças, quebram-se os mais profundos pactos. No mesmo segundo são proferidas as mais lindas juras de amor e consolidadas as mais cruéis traições.
No mesmo segundo cabem nascimento e morte, convivem de mãos dadas o início e o fim da vida. Comemoram-se aniversários, relembram-se os mortos. No mesmo segundo cabem os sons dos sorrisos e os sons das lágrimas rolando pela face dos chorosos.
No mesmo segundo cabem os gritos de alegria e os gritos de dor. No mesmo segundo cabem o sim e o não. No mesmo segundo, sempre no mesmo segundo o certo e o errado conflitam na ponta de uma decisão. Em um segundo, no mesmo segundo, o passo da liberdade, o passo da prisão.
No mesmo segundo, plantam-se sementes, cortam-se árvores, em um segundo embriagam-se os bêbados, dormem os cansados.
No mesmo segundo constroem-se pontes para encurtar caminhos, destroem-se os castelos mais altos.
No mesmo segundo, tudo ou nada..
.
Quanto tempo mede um segundo? Qual o peso de um segundo? Quantas cores cabem em um segundo? Quantos sonhos se realizam ou se perdem em um segundo? Qual o som de um segundo? Qual o cheiro de um segundo?
Um segundo não é nada... Um segundo é tudo...
Um segundo mede uma eternidade, um infinito de tempo. Em um segundo cabe o silêncio eterno e também cabe uma enciclopédia inteira.
Em um segundo cabem todo o peso do mundo e a leveza definitiva da alma, em um segundo pintam-se todas as cores ou o mais profundo negro da escuridão.
Em um segundo cabem as glórias das vitórias ou o amargor das derrotas, as lutas, as guerras, em um segundo cabem a união e a paz.
Em um segundo nascem amores efêmeros, amores eternos. Em um segundo estabelecem as mais lindas alianças, quebram-se os mais profundos pactos. No mesmo segundo são proferidas as mais lindas juras de amor e consolidadas as mais cruéis traições.
No mesmo segundo cabem nascimento e morte, convivem de mãos dadas o início e o fim da vida. Comemoram-se aniversários, relembram-se os mortos. No mesmo segundo cabem os sons dos sorrisos e os sons das lágrimas rolando pela face dos chorosos.
No mesmo segundo cabem os gritos de alegria e os gritos de dor. No mesmo segundo cabem o sim e o não. No mesmo segundo, sempre no mesmo segundo o certo e o errado conflitam na ponta de uma decisão. Em um segundo, no mesmo segundo, o passo da liberdade, o passo da prisão.
No mesmo segundo, plantam-se sementes, cortam-se árvores, em um segundo embriagam-se os bêbados, dormem os cansados.
No mesmo segundo constroem-se pontes para encurtar caminhos, destroem-se os castelos mais altos.
No mesmo segundo, tudo ou nada..
.
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