O que esperamos da vida?
Esperamos viver plenamente, realizar nossos sonhos, alcançar nossos objetivos, esperamos amar e sermos amados, esperamos simplesmente sermos felizes.
À medida em que o tempo passa somos invadidos por uma necessidade de sermos aceitos no meio em que vivemos e deixamos de esperar coisas da vida para sermos o que as pessoas querem que sejamos.
Agimos para ser mediocramente iguais a todos e nossas vontades passam a ser norteadas de acordo com os conceitos alheios. Nós nos colocamos abaixo dos julgamentos que achamos que as pessoas fazem a nosso respeito. E vamos nos limitando na vida.
Vamos deixando de viver, de experimentar. Vamos deixando de lado nossos sonhos para vivermos o sonho coletivo. Aprendemos a viver de conveniências, de efemeridades, de suposições e facilidades.
Deixamos as atitudes de lado por conta de conceitos ou pré-conceitos.
Pensamos antes de pensar em nós, nos vizinhos, amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos. Ditamos regras e limites, deixamos de sentir os sabores por conta do insípido dia a dia.
Mastigamos isopor, não sentimos o gosto das coisas, vestimos um sorriso amarelo na face e vamos para a rua mostrar que somos iguais. Mediocres iguais. Nivelamos por baixo.
Esperamos da vida uma linha reta, infinita. Não viramos esquinas, não conseguimos mais olhar além, não desviamos dos caminhos, dos trajetos pois não corremos riscos, deixamos de acreditar na palavra, deixamos de confiar no olhar.
Buscamos nos consultórios psicológicos, nos remédios calmantes e tranquilizantes, nas bíblias, nos livros de auto ajuda o segredo para descobrirmos não quem somos mas sim quem temos que ser para as pessoas nos respeitarem.
Quando enfim percepemos que o que temos da vida é muito diferente do que sempre esperamos dela, olhamos para o relógio e nos damos conta do tempo que passou. Fazemos uma confusão, uma inversão de valores acerca dos tempos verbais passado, presente e futuro. Valorizamos demais o presente, esquecemos do passado e não vislumbramos um futuro diferente do normal (dos outros).
Não aprendemos com exemplos, desconsideramos os mais velhos, olhamos para as mágoas, sofrimentos, pesares dos outros com um escudo como se isto nunca fosse se repetir com nossas vidas.
O que esperamos da vida?
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