quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Implosão


Estou há vários minutos parado na frente da tela do computador repousando os dedos sobre o teclado com uma idéia para escrever um texto porém são tantos os ganchos, são tantas as opções sobre o mesmo assunto que não consigo escolher qual rumo seguir.

Sigo traçando os caminhos mentalmente imaginando qual o efeito que as palavras causarão nos leitores e qual o pensamento destes a meu respeito. Não quero de forma alguma que imaginem que eu sou o dono da razão e das verdades e nem tampouco que esta idéia central é aplicada a uma determinada pessoa ou ocasião.
Sempre tentei escrever sobre sentimentos, situações e fatos que fossem generalizados pois acredito realmente que não existem números infinitos e situações únicas de dor e sofrimento, amor e alegrias. Não somos exclusivos e estes sentimentos não pertencem exclusivamente a nós. As histórias se repetem ao longo das vidas das pessoas. Não existe um caso de amor exclusivo. As variações são poucas como uma loja de departamento que vende roupas iguais com números diferentes.
Entramos, escolhemos, experimentamos e levamos conosco aquelas que mais nos convém e deixamos na loja as demais que não nos serviram ou não nos agradaram.
Assim são as histórias de amor!
Existem várias opções já prontas e apenas "vestimos" aquelas que mais nos agradam naquele momento.
Não é raro encontrarmos pessoas que possuem as mesmas roupas que possuímos e também as mesmas histórias de amor que vivemos.
Vinícius de Moraes, em um momento mágico de inspiração diz em Soneto de Fidelidade:

"E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama"


Ora o que mais podemos esperar da vida senão a morte? A angústia da vida!
Ora o que mais podemos esperar do amor senão a solidão? Fim de quem ama!
Reparem que a morte relatada por Vinícius é real e a solidão é abstrata. A solidão a que se refere Vinícius é a ausência de quem se ama em nossas vidas. Seja causada pela morte ou pela opção de nosso amor.
Deixando a poesia de lado e voltando para as histórias de amor que se repetem como roupas em lojas de departamentos, chaga um determinado momento em nossas vidas que somos obrigados a voltar e escolher roupas novas pois aquelas que temos já não nos vestem mais, já estão poídas e rasgadas, feias, sem graça e sem vida.
No amor é assim também. Pode-se até esquecer de regar uma planta um dia ou outro que mesmo assim ela pode florescer com cuidados especiais. O que não dá é para recuperar uma árvore depois que serramos o seu tronco.
Outro dia dei um conselho para uma amiga. Jamais perdoe uma traição!!! Não há motivos ou desculpas suficientes para reverter os efeitos causados por tal atitude.
A traição é uma bomba e quem escolhe perdoá-la não vive em um lar. Perdoar uma traição é escolher viver no meio dos escombros de uma implosão! definitivamente!






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