sábado, 19 de janeiro de 2013

auto ajuda

Lemos cada vez menos e cada vez pior.
Trocamos os romances e as poesias, antes constantes e abundantes, por livros de auto ajuda.
A cada dia que passa agimos mais por exemplificações de pessoas que se tornaram um sucesso do que propriamente por nossos instintos e esforços.
Queremos ser bem sucedidos porém sem trabalho, queremos conquistar sem dispender suor.
Ficamos dependentes desta literatura rápída, barata e sem sentido que apenas serve para nos mostrar que o que sempre fizemos, o fizemos de forma errada. Que conversamos errado, que encaramos nosso serviço de forma errada, que não sabemos lidar com nossos romances, com nossas famílias, com nossos filhos, com nossos parentes, com nossos amigos e com nossos superiores.
Agora temos manuais para tudo. Para conquistar, para conseguir emprego, para termos filhos obedientes, para termos saúde, para termos corpo definido, para sermos simpáticos, para identificarmos oportunidades, para diminuir o tempo de ganhar um milhão, para termos sorte, para nos vestir, para comer, para sermos felizes, para sermos satisfeitos.
Mexeram no nosso queijo, mudaram nossas linguagens corporais, nossos sinais linguísticos, nossas falas e até mesmo nossos olhares. Dissecaram nossas necessidades e resolveram de uma hora para outra, encontrar solução para todo e qualquer tipo de problema e limitação que nos impede de sermos felizes.
Antes os livros, a leitura, nos levava para lugares misteriosos, emocionavam nossos corações, criavam em nós um mundo, mesmo que fictício, maravilhoso. Éramos heróis, príncipes, princesas, amantes. Antes, líamos olhando para cima, imaginando coisas, mundos e situações.
Hoje lemos para baixo, lemos apenas para dentro de nós mesmos, de nossos erros e de nossas limitações. Deixamos que estes escritores rápidos mostrem para nós mesmos que não passamos de incompetentes em nossas razões e ainda os agradecemos por isso.

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