sábado, 22 de junho de 2013

Justificar

Justificar é a palavra do dia.
Geralmente não dou título aos meus textos antes de começar a escrever. Geralmente os títulos acontecem no decorrer do desenvolvimento mas desta vez foi diferente. Estava ouvindo Paula Toller cantando "Será que existe alguém ou algum motivo importante que justifique a vida ou ao menos este instante".
A palavra justificar me espantou pela amplitude de seu alcance. Justificar uma vida ou um  instante.
Parei para pensar nesta frase e tentei adaptá-la a pessoas e situações que me cercam e me assustei com tantas possibilidades, com tantas alternativas, com tantos conflitos de opiniões.
Algumas pessoas passam tempos preciosos de suas vidas se submetendo a situações por justificativas instantâneas sem se darem conta que o tempo é impiedoso, implacável.
Justificar uma vida ou um instante.
Passamos a vida justificando os instantes, nossos atos ou a falta deles e quando nos damos conta, tudo que importava, ficou para trás.
Disso posso falar com propriedade pois abdicar da prória vida para viver a vida de outra pessoa, os ideais, as ambições e os projetos alheios foi uma de minhas especialidades.
A vida me presenteou a tempo e já não preciso mais justificar situações insustentáveis. Pronto, parei.
Parei e passei a observar como as pessoas agem no sentido de justificar algum sentimento, algumas pessoas, alguns fatos.
Vejo pessoas presas em mundos em que não gostariam de estar e se justificam, e acreditam piamente em suas próprias mentiras, acomodam-se em qualquer cantinho e ficam olhando para a janela, ao longo do caminho, esperando que alguém apareça para livrá-las sabem de quê?  De suas próprias justificativas.
Será que existe alguém ou algum motivo importante que justifique a vida?
Errados somos nós quando acreditamos na mudança das pessoas, quando acreditamos em promessas, quando esperamos tanto tempo por algo que nunca vem, quando queremos algo que depende de outras pessoas e damos a estas pessoas o tempo que elas querem. Errados somos nós quando damos às pessoas justamente aquilo que não poderíamos dar a ninguém. O nosso tempo.



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