sexta-feira, 26 de abril de 2013

A namorada que sonhei

A Namorada Que

Sonhei

Nilton César

A Namorada Que Sonhei
Receba as flores que lhe dou 
Em cada flor um beijo meu
São flores lindas que lhe dou
Rosas vermelhas com amor
Amor que por você nasceu
Que seja assim por toda vida 
E a Deus mais nada pedirei 
Querida, mil vezes querida 
Deusa na terra nascida 
A Namorada que sonhei...
No dia consagrado aos namorados 
Sairemos abraçados por aí a passear 
Um dia, no futuro, então casados 
Mas eternos namorados 
Flores lindas eu ainda vou lhe dar...
Que seja assim por toda vida 
E a Deus mais nada pedirei 
Querida, mil vezes querida 
Deusa na terra nascida 
A Namorada que sonhei...

quarta-feira, 24 de abril de 2013

dono do tempo

Saudades daquele frio na barriga quando ao longe surgia aquela garota linda que me encantava só por estar se aproximando. Daquelas cartas escritas sem jamais serem enviadas.
Saudades de brincar com as letras do seu nome em meus cadernos de escola, tramar incríveis coincidências para ao menos passar perto dela.
Adorar dormir cedo para ir à escola no dia seguinte e vê-la, sorridente em meio a tantos alunos espalhados pelo pátio. Contar os minutos para a hora do recreio para olhar, mesmo que por 15 minutos apenas, o seu rosto destacando-se em qualquer lugar.
Saudades de abaixar a cabeça e gaguejar quando por vez ou outra ela falava comigo, por qualquer assunto que fosse, de estar em qualquer lugar e imaginar onde ela estaria naquele momento, dos sonhos do primeiro beijo, da ansiedade pelo próximo encontro.
Saudades daqueles namoros platônicos, daquelas sensações únicas, daqueles tempos de hora marcada para chegar em casa, passeios forçados, encontros e desencontros.
Saudades dos telefonemas anônimos na esperança de que ela atendesse e eu ouvisse só um alô!, saudades dos cartões anônimos, do chiclete oferecido, do cheiro de seus cabelos, da roupa nova, do som da sua voz.
Saudades do tempo em que o presente da namorada era comprado de acordo com a mesada dos pais, que os cinemas eram fora do shopping e marcados com duas, três semanas de antecedência, saudades das matinês nos clubes, dos feriados em família, saudades do tempo em que os amores doíam sem serem sequer consumados.
O tempo passa, os argumentos mudam, as pessoas amadurecem e por incrível que pareca, involuem, retrocedem, colocam em questão diversas variáveis mais complexas que a equação de Torricelli.
Preocupam-se demais, com conceitos, com dinheiro, com sucesso, com a felicidade a todo custo.
Saudades do tempo em que tinha hora para tudo, saudades do tempo em que eu não era dono de nada. Nem do meu próprio tempo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Dez mil

Dez mil
Dez mil vezes diferentes pessoas entraram aqui e leram não meus textos mas sim minhas idéias.
Pessoas dos mais diversos lugares, dos mais diversos países e com as mais diversas opiniões, conceitos e expectativas a respeito das suas vidas e das vidas dos que amam.
Costumo dizer que o que escrevo aquí é muito genérico e se aplica em diversas situações recorrentes por isso agrado e desagrado tanta gente ao mesmo tempo. 
Não, não sou imparcial. Tem sangue nestas veias e emoções nesta cabeça. E eu as exponho sim.
Me contive por muito tempo. Calei-me, ceguei-me, ensurdecí em demasia. Exagerei no direito de nulidade.
Dez mil acessos e talvez muitas pessoas não saibam quase nada sobre mim. Não saibam de meus gostos e desgostos, das minhas preferências musicais, dos meus filmes, da minha rotina, do meu trabalho, da minha história e da minha vida...
Sim, eu tenho uma história, eu tenho uma vida. Apesar de coadjuvante, eu estive presente em vários momentos importantes, apesar de não ser o destaque, eu desfilei na escola de samba também. Não saí em carro alegórico mas sim nas alas, no chão, fantasiado. Fantasiado de futuro.
Então, eu gosto de filmes. Gosto das comédias pastelão, do humor rasgado e dos romances. Gosto dos romances com finais felizes, gosto das histórias de amor românticas. Indico Armagedon, Um lugar chamado Nothing Hill, E se fosse verdade, Enquanto você dormia, Como se fosse a primeira vez, Click, A casa do lago, Uma linda mulher, Ghost, Grease, Hair dentre tantos outros filmes inesquecíveis.
Sou eclético na música e tenho meus momentos U2, meus momentos Pink Floyd, Dire Straits, Elvis Presley e Beatles da mesma forma que também tenho meus momentos Roberto Carlos, Tom Jobim, Caetano e Djavan. Passeio por vários ritmos e balanço ao som do Techno e do Funk, do rock nacional e dos boleros. Não entro no samba, nem pagode, nem axé, sertanejo e muito menos forró. Aliás, me libertei do forró faz meses...
Adoro ler, notícias, contos, poesias, romances, mistérios. Adoro ler gibis, revistas e faço palavras cruzadas, daquelas mais difíceis. Indico Agatha Christie sobre todos os escritores mas gosto também de Luiz Fernando Veríssimo pois até mesmo na leitura eu sou uma soma de tudo o que vejo. Eu consumo informação, o tempo todo.
Nos esportes não me destaquei muito. Alguns anos de natação e ciclismo por diversão que terminaram por conta de falta de oportunidades mesmo. torço pelo Flamengo mas nem me importo quando ganha ou quando perde. É indiferente.
Apegado aos animais, as flores e à casa. Gosto do lar. gosto de receber mas não de visitar. Me sinto bem dentro das minhas paredes, dentro de meu universo. Me sinto desprotegido fora.
Amo acima de tudo minhas filhas. Amo como pai. Não apenas como protetor mas como disseminador de bons exemplos. 
Em relação às mulheres, sou um profundo admirador da beleza porém sou mais apegado ao tempo do que à  emoção dos relacionamentos numerosos e efêmeros. Talvez aí se dê a minha coadjuvância e não o protagonismo da minha própria história.
Enfim, este sou eu! Ao menos um pouco de mim! 
Sintam-se à vontade para saber mais! E obrigado pelos 10 mil acessos!!!

Primeira Comunhão

Aos nossos lares estudos e brinquedos,
aos nossos afazeres a gente vai voltar
mas não iremos sozinhos pela vida
Jesus irá conosco para a gente não errar!

Somos a juventude do Senhor
a semear a paz e o amor
somos a certeza do amanhã
Somos crianças de Deus
Somos crianças de Deus

o ano era 1980, minha primeira comunhão.
Esta era nossa música principal!
Parabéns Juliana por mais esta etapa vencida!
E me desculpe para o resto da vida!
Te amo!


Superação

Existem quatro etapas que devem ser analisadas quando se compete por alguma coisa. Estas quatro etapas existem, independentemente de onde se aplica a metáfora. Então vamos lá!
Quando se tem um objetivo, quando se quer algo há a primeira fase, a fase do desejo, da ambição.
Seja uma marca a ser superada, seja um emprego ou até mesmo um relacionamento, um homem ou uma mulher.
Um atleta quando traça um objetivo de alcançar um recorde deve treinar, treinar muito e se aperfeiçoar cada vez mais, se especializar cada vez mais naquela modalidade pois existe, no mínimo, uma pessoa melhor do que ele naquele momento.
Um profissional que traça um objetivo de uma carreira deve se esforçar muito, se capacitar naquela área, trabalhar com dedicação cada vez maior para chegar naquele patamar de destaque e ser reconhecido pela sua especialização, sua competência e seu conhecimento extraordinários que farão dele objeto de desejo de qualquer empresa ou cliente pois existe, no mínimo, um profissional mais capacitado do que ele naquele momento.
Um homem quando se apaixona por uma mulher (ou vice e versa) faz de tudo para se destacar, para aparecer, para incurtir nesta pessoa a certeza de que ele é a melhor opção dentre todas as outras, que é a solução para todos os problemas, que é o provedor de todas as necessidades e que será definitivamente insubstituível pois existe, naquele momento, no mínimo uma outra pessoa ou até mesmo a opção desta por permanecer sozinha.
Então a primeira etapa é a do desejo. A etapa da embição e de estipular o objetivo.
Objetivo traçado, o atleta parte para o treinamento, o profissional para a especialização e diferenciação e o amante, para o assédio... Esta é a segunda etapa!
Obviamente que se bem executados os planos, se bem empenhados, tanto o atleta, quanto o profissional ou o amante chegam aos seus objetivos. E para muitos, a tarefa termina nesta terceira etapa.
Não... não termina... 
Novos atletas iniciam seus treinamentos, novos profissionais são formados a cada dia e novos amantes surgem o tempo todo. Novas técnicas e materiais para os atletas, novas ferramentas, descobertas, teses e fórmulas para os profissionais e novas idades, corpos e táticas para os amantes.
A quarta etapa, a etapa da manutenção, a etapa da perpetuação da glória é a mais difícil, é a mais trabalhosa, é a mais demorada e a menos segura de todas.
Tudo aquilo que facilitou a princípio para chegar ao objetivo pode, sem mais nem menos, se transformar em algo que pese contra à sua manutenção.
E sempre o atleta, o profissional e o amante olharão com desconfiança para a sua situação momentânea!


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Poça dágua

Acho que minha vida é assim mesmo: Mergulhar de cabeça em pequenas poças d'água!
Não depositei grandes esperanças nas pessoas pois este não é o meu feitio. Queria apenas que elas cumprissem seu papel, seguissem a ordem natural das coisas e permanecesssem.
Esperar demais dos outros é assinar o próprio atestado de incompetência pois quem espera dos outros não está preparado para agir sozinho.
Achar este meio termo, achar este ponto de equilíbrio, encontrar a linha limitrofe entre o que vem de alguém e o que se tem que fazer sozinho é uma questão de sobrevivência emocional.
Aceitar que pode não vir nada de onde se espera algo não é para qualquer um. 
Não são todas as sementes que germinam, mesmo aquelas mais bem cultivadas, uma ou outra permanece estéril.
Perde-se tempo, criam-se expectativas, esperanças e o solo não modifica.

Acho que minha vida é assim mesmo:  Subir no pé de manga carregado e comer apenas o que saciar minha fome!!! Não carrego sacolas ou cestas para enchê-las.
Não carrego nada das pessoas para o futuro. Não espero esgotar os recursos de ninguém para acumular para mim riquezas que não são minhas, que não me pertencem. 
Prefiro interagir, prefiro permanecer ao lado e receber do momento o que ele tem para oferecer. 
O grande problema é justamente o momento, a minha percepção do eterno, do infinito enquanto dure. O pouco que eu preciso para o contentamento. Geralmente não preciso de muito, o pouco porém constante me mantinha, me sustentava. Estava acostumado a ser concha e não areia em uma praia.

Acho que minha vida é assim mesmo: Olhar no espelho e não observar o meu reflexo e sim a paisagem ao redor. Não olho para minhas necessidades em primeiro lugar. Observo o meio e identifico quem importa. E quando acho quem importa, é justamente onde me apego, onde me dedico e onde me escondo. Faço minha fortaleza em cima da areia movediça.
Areia que se move e leva meu castelo, meu sonhos.

Acho que minha vida é assim mesmo... Mergulhar de cabeça em pequenas poças d'agua! Pequenas e ilusórias poças d'agua!
               

sábado, 20 de abril de 2013

Massagem

As mãos úmidas tocam seu ombro vagarosamente, em movimentos circulares, macios, repetitivos. O cheiro de cânfora e menta toma conta do ambiente trazendo uma boa sensação de relaxamento que está por vir.
Em leves pressões na ponta dos dedos, as mãos escorrem pelas suas costas, contando cada uma de suas vértebras, subindo e descendo, deixando um leve reflexo da luz em sua pele untada.
Sinto seus pelos arrepiados e imagino que metade seja pelo frio e a outra pela sensação de medo, de prazer e excitação... Continuo...
Sem pressa, seu corpo coberto pela toalha e deitado na cama é um convite ao deslumbre, é um caminho a ser explorado com delicadeza e paixão. Muita paixão, muito desejo.
Ouço um suspiro de vez em quando, vez ou outra um pequeno e tímido gemido e penso: Deve estar sendo bom! Para mim está ótimo.
Continuo em suas pernas, macias, arrepiadas pelo frio e o contato do óleo. Acelero os movimentos para proporcionar uma sensação de calor a fim de que o óleo penetre e cause mais ainda o efeito de bem estar, de relaxamento muscular.
O objetivo é só este... Relaxamento, bem estar e uma noite tranquila de sono, sem dores, sem hora para acordar.
Acho graça de sua timidez, de suas limitações e pensamentos confusos. Apenas relaxamento.
Em alguns momentos, por alguns centésimos de segundo ouso apreciar a mulher como ela é e acabo me esquecendo do principal objetivo. Me controlo e volto a me concentrar no meu ofício. Preciso ser forte, preciso manter o controle apesar de toda a dificuldade.
Os minutos se contradizem, passam rápido demais pois gostaríamos que este momento não tivesse fim. 
Chego aos seus pés, pequenos e delicados, macios, belos. Um a um, unto seus dedos proporcionando um conforto merecido depois de um dia inteiro andando atrás do trabalho. 
Nesta hora percebo que você está toda relaxada e entregue ao prazer destas mãos que agora estão sobre o teclado lembrando estes lindos momentos. Percebo que não sentimos saudades apenas nas memórias e nos pensamentos. Percebo que meus olhos sentem saudade de lhe ver, meu nariz sente saudade de seu cheiro, minhas mãos sentem saudade de seu corpo, de sua textura, de sua pele.
Aos poucos a resistência vai ficando de lado assim como aquela toalha que cobria seu corpo inteiro. 
Relaxamento, apenas relaxamento. Penso e insisto contra mim mesmo, contra meus desejos e até mesmo contra os seus!
Agora seu corpo está todo brilhando, todo arrepiado e todo relaxado.
Peço que se vire, que acredite e que me deixe terminar... Uma hora já se passou...
Quero eternizar o momento, quero que seja inesquecível para os dois. E será. 
Momento perfeito, ideal.
continuo???
continuei???

Ah.. para meus leitores, aqueles que me conhecem, e até mesmo os que não me conhecem, deixo uma dica...

Tudo é passado. Absolutamente tudo é passado. O presente dura só um segundo e o futuro não existe. 
Não confundam meu passado mais remoto com meu passado mais recente.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ser ou não ser

Já passa de meio dia e ainda há muita coisa a fazer. Aliás, há tudo ainda para ser feito antes que o dia termine. 
Percebo que não fiz nada até agora a não ser mais do mesmo. E este mais do mesmo não satisfez meus desejos. Pode ser que nas primeiras horas sim mas agora não mais. Agora o sol está a pino, coroando minha cabeça e preciso de mais vida, mais atitude e mais dinamismo. Preciso de mais emoção, de mais planejamento e mais ação. Preciso fazer com que a outra metade do dia valha a pena, seja produtiva pois tenho só até a meia noite para ser feliz.
Tenho que sentir a areia da praia nos meus pés, tenho que apreciar as pessoas vivendo, sendo felizes e fazer parte desta felicidade, preciso ser igual a todos, preciso mudar a outra metade do meu dia. Preciso passear, correr, nadar. Preciso viajar, colocar mais pessoas na minha vida, criar família, brincar, amar. Preciso da alegria de outras pessoas, dos conselhos, das loucuras. Preciso sentir o calor de um abraço que me protege, preciso sentir a força de uma voz firme que me guie e uma mão que me oriente. Preciso compartilhar meus medos e minhas vitórias com quem se importe realmente. Preciso fazer a diferença na vida de alguém e na minha também neste resto de dia. Preciso abrir a porta para o novo entrar, deixar o antigo sair.
Doze horas já se passaram e o tempo continua contanto, continua correndo. Se nada fizer agora vou me aproximar mais do fim do dia com menos chances proporcionar a mim algo que realmente eu quero.
Até a metade do dia me acompanhou a comodidade e o medo. Preciso deixá-los para trás e encher meu peito de força e confiança, preciso mudar algo que aprendí a ser e que já não me contenta mais.
Não me contenta mais. Já não caibo nesta vida, já não pertenço a este lugar e isto me aflige. Penso, penso, penso e existo. Mas não quero mais apenas existir, preciso fazer minha existência valer a pena não só para mim mas também para aqueles que comigo se importam, para aqueles que me aceitam como eu sou e que aceitam o lugar que ocupo em suas vidas.
Olho para as horas passadas e vejo pessoas apontando seus dedos e direcionando palavras para meus erros. Estes erros ecoam em minha mente, enfraquecem meus passos e aceleram o meu tempo. 
Metade do dia e preciso continuar. Preciso deixar de ouvir quem me julga, preciso deixar de ver quem me aponta. Preciso fazer o que desejo pois só assim conseguirei chegar ao fim do dia sendo quem eu sou e não quem as pessoas querem que eu seja. Quero ser EU.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ver o futuro

Não depende de nada. Nem de ninguém além de nós mesmos.
Não depende da distância, não depende dos anos vividos, não depende das diferenças e nem das igualdades. Não depende da língua dos vizinhos, não depende do conceito religioso, não depende da situação financeira e nem do passado pois o que passou, já foi.
Não depende de erros nem de acertos e sim da disposição de controlá-los.
Depende da disposição, da vontade de fazer dar certo, depende da quantidade de passos dados na mesma direção, depende apenas de olhar para o futuro.
E o que é preciso para ver o futuro?
Simples... Muito simples. 
Para ver o futuro é preciso estar nú. 
É preciso tirar todas as roupas, todas as máscaras que vestimos. É preciso ver a verdade do presente, sem preconceitos, sem desculpas, sem desejos. É preciso despir-se de todas as vontades, desgarrar-se do passado, não considerar pessoas ou situações.
Para ver o futuro é preciso nascer de novo. É preciso começar do zero. 
Sinceridade.. para ver o futuro é preciso muita sinceridade consigo mesmo. É preciso sentir dor quando estiver quebrando quebrando paradigmas, vínculos com o passado. 
Para poder ver o futuro é necessário muito amor próprio e um pouco de egoísmo. É preciso pensar por um instante que seja apenas em sí mesmo e tudo o que o futuro poderá lhe proporcionar. É preciso ter fome, fome de vida.
Para ver o futuro é preciso ter sorriso nos lábios, sorriso nos olhos e sorrisos no coração. 
Para ver o futuro é preciso rasgar os projetos escritos no passado, jogar fora os textos ensaiados e abrir-se para o novo, para o inusitado. Para ver o futuro é necessário, sobretudo, querer vivê-lo independente do que se vê.
Para ver o futuro é preciso entender que amores vêm mas também se vão e que, por mais que sangre, se faz necessário cortar as veias que irrigam o passado inutilmente.
Ninguém vive o futuro enquanto não deixar o passado ir!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Botão

Ah.. nossas vontades, nossos desejos!!!
E nossas ponderações e considerações sobre as coisas...
E o entendimento sobre o certo e o errado... E as dúvidas e os medos...
Ah.. nossas vontades e nossos desejos!!!
E o tempo, a pressa, a vida, os dias e as noites...
A aflição e a angústia, os pensamentos recorrentes, o frio na espinha, o coração acelerado...
Ah... nossas vontades e nossos desejos!!!
O que manda mais? o que predomina no final das contas? O que realmente importa?
Importa conter ou viver? Importa manter ou mudar? 
Não, conter não importa! Apertar o botão importa!

Casulo

Todos os dias eu me transporto para o lugar onde imagino que você esteja. Todos os dias eu me coloco, mesmo que imaginariamente, na frente de seu casulo. Olho para ele, fechado, frio, inerte. Sei que você está lá dentro, recolhida em seu mundo, com seus pensamentos e suas dores. 
Eu consigo sentir a sua dor. 
Aí dentro eu penso que seja escuro, úmido e frio. Percebo suas asas crescendo, sinto as conexões, os nervos, as cartilagens e a pele se formando. Sei que está doendo e sei que você tem seus medos. É normal.
Mas da mesma forma como vejo a dor, observo como serão belas as asas depois de abertas, como será lindo o vôo.
Mas o casulo tem um tempo e chega uma hora em que ele não comporta mais o tamanho de nossos desejos e ambições, chega uma hora que não comporta o tamanho de nossas asas.
Asas são lindas abertas, em movimento!!! Asas fechadas atrofiam...
Vai... quebre o casulo, abra suas asas e voe.
Da mesma forma como eu me coloco na frente do seu casulo todos os dias, estarei também observando o bater das suas asas...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Feira Livre

Passeamos no supermercado ou na feira livre com nossos carrinhos vazios e a cabeça cheia de idéias, cheias de receitas e vontades de uma alimentação mais sadia, mais saudável.
Frutas, verduras e legumes das mais variadas cores e sabores, procedências e preços, dentro da estação ou fora, queijos, embutidos, flores para alegrar o ambiente, temperos, peixes e carnes.
De acordo com as condições financeiras e preferências palativas, vamos aos poucos satisfazendo nossos desejos, começando sempre pelos tubérculos, mais resistentes ao peso, culminando com as folhas e ovos. 
Trazemos para nossa casa o sustento de uma semana. Trazemos para casa aquilo que irá nos sustentar, que nos dará forças para enfrentarmos o dia a dia, o trabalho, o estudo, a rotina, o descanso e a satisfação. Trazemos para casa o que nos mantém a vida.
Passeamos pelos dias de nossas vidas com o carrinho das ambições vazios e a cabeça cheia de esperanças, cheia de vontades de termos paz, tranquilidade, sossego e amor. 
E vamos colocando pessoas no nosso carrinho das ambições. Pessoas das mais variadas espécies, sexos, cores, religiões, condições financeiras, intelectuais, profissionais. Sempre em primeiro lugar, claro, a família, mais resistente aos intempéries da vida e terminamos com aquelas mais frágeis, mais supérfulas, menos ricas em "vitaminas"...
Trazemos no nosso carrinho das ambições aquelas pessoas que irão nos sustentar para toda a vida, aquelas pessoas que nos darão as condições de caráter, de moral e ética suficientes para termos a saúde mental necessária para que possamos enfrentar o dia a dia, o trabalho, o estudo, a rotina, o descanso e a satisfação.
Trazemos para nossas vidas as pessoas que nos mantém vivos. Trazemos para nossas vidas as pessoas que são o motivo de nossa existência.
Assim como a feira, onde alguns produtos estragam com mais facilidade ou mesmo aqueles que não utilizamos e jogamos fora, aqueles que sobram e não consumimos, algumas pessoas também estragam com o tempo, algumas não ulitizamos e outras se vão.
Sei que é uma comparação metafórica absurda, tenho ciência que às vezes pego pesado nas comparações mas é uma forma simples de ver o que acontece com as pessoas que nos rodeiam. É simples, prático e normal.
Algumas vezes viciamos em algum prato em especial como em alguma pessoa também. Mas nem sempre do mesmo nutriente que vive um ser humano.


Descartes, Rodin, Galileu e ìcaro

Penso, logo existo, René Descartes, filósofo francês, me perdoe, porém discordo. Existir no sentido prático da palavra é apenas a materialização, a formação do objeto, da coisa, do lugar.
Existe o animal, existe o mar, existe o planeta, existe o vento, existe o homem como existem as mais diversas situações e objetos. 
Talvez o sentido real, o objetivo de expressão de Descartes em Discurso do Método seria: Penso, raciocino, existo e logo, me diferencio.
A lógica do pensamento não pode ser outra  a não ser a diferenciação, a particularidade, a singularidade de um em meio a tantos iguais. Pensamos e nos diferenciamos das demais espécies. Manipulamos elementos para obtermos facilidades de uso, para diminuir esforços, para descanso, para conforto. Dominamos as demais espécies justamente pelo fato de pensarmos, justamente por esta diferenciação.
E por tanto pensar, por tanto existir, segundo Descartes, criamos diversos sentimentos e infinitas formas de misturá-los. Passamos da barreira de preservação da espécie para algo muito mais profundo e muito mais intimista. Criamos nossos monstros, nossas barreiras, nossas ambições e somos o tempo todo dominados pelo medo. Medo do mundo, medo do outro, medo da morte, medo da falta, medo do amor, medos e mais medos, infinitos medos criados pelo nosso pensamento, pela nossa existência e nossa diferenciação. 
E como pensamos errado, como nos enganamos, como tomamos decisões em cima destes pensamentos e estes medos. Uma mistura explosiva!!!
O Pensador, de Rodin, escultura assustadoramente reflexiva mostra através dos séculos o quanto somos diferentes e quanto mudamos nossa postura devido a estes pensamentos, estas idéias que amadurecemos ao longo da vida e que muitas vezes não extravasam, ao contrário, interiorizam e atormentam a nossa existência. 
Herbert Vianna, vocalista dos Paralamas do sucesso escreve com propriedade: O céu de Ícaro tem mais poesia do que o de Galileu... Exerçamos Descartes e pensemos sobre isso!!!
Galileu, astrônomo, físico e matemático Italiano, desafiou o poder da Igreja e através de seus estudos mostrou que não éramos o centro do universo, propôs a infinidade do céu. Perseguido e condenado à morte por suas idéias, por sua praticidade. Morreu pelos seus pensamentos.
Ícaro, personagem mitológico, preso no labirinto do Minotauro ansiava asas para chegar aos céus, ansiava poder voar em direção ao sol, à luz e por conta de seus desejos e sem pensar nas consequências, fizera asas de cera que se derreteram. Seus sonhos o mataram.
Onde há mais poesia? No céu de Galileu ou no céu de Ícaro? Onde é mais bonito morrer? Nos sonhos ou na realidade?




sábado, 6 de abril de 2013

Amigos

Ah.. eu gosto de você como amigo!
E como amigo, quero ver você crescendo, quero ver que você corre atrás dos seus sonhos, de seus objetivos. Como seu amigo, gosto do seu sorriso fácil, dos seu brilho espontâneo nos olhos, de seus medos bobos e inexplicáveis.
Como amigo eu desejo a sua proteção, a sua segurança. Desejo o seu conforto e seu sossego.
Como seu amigo eu desejo sua felicidade, a verdadeira, a real. Desejo que você se desprenda de conceitos, de pessoas, de situações e satisfações. Desejo que seja você acima de tudo e de todos.
Como seu amigo eu desejo você, seus dias, suas horas. Desejo o seu tempo e o seu pensamento.
Desejo seus desejos, desejo seu cheiro, seus cabelos e sua pele. Como seu amigo, desejo sua vida.
Ah... eu gosto de você como amigo! Por todas estas razões, por todos estes desejos, você acha que podemos ser amigos?

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Pensando em Mário Quintana

É certo que não viveremos para sempre e esta certeza todos nós sabemos, todos nós entendemos. Caminhar para o fim da vida é a única ação que não sofre desvios ou atrasos em nossa existência.
Algumas pessoas pensam sobre isso mas a grande maioria prefere apenas esperar o dia chegar. O dia da morte.
Mas a definição de morte, a mais seca, mais objetiva definição de morte é simplesmente o fim da vida. Apenas isso. A morte é o fim da vida.
Céticos dirão apenas isso, crentes dirão que é o fim DESTA vida, outros dirão que é o início de outra vida mas o fato que a morte é o fim de cada pessoa. A morte é o fim da carne.
E é assim que vamos encarando a morte. O fim definitivo.
Mas o que não reparamos é o que morre em nós enquanto estamos vivos. Os lugares que vamos pela última vez sem saber, as roupas que vestimos, as canções que ouvimos, as pessoas que vemos. Cada ação que fazemos pode ser a última, pode não haver a próxima. Cada prazer e cada dissabor, cada satisfação, cada decepção, pode ser a última. Não há como prever.
Agimos de certa forma que não reparamos que nossas interações pessoais são finitas. Somos homens e agimos como Deus.
Antecipamos coisas e deixamos coisas para depois como se fôssemos donos do tempo. É o  tempo que nos pertence. Somos propriedade do tempo e não donos dele.
Sendo assim, toda ação praticada por nós é, a princípio, irremediável.
Esquecemos que a variável tempo é dupla, não é soberana pois temos o nosso tempo, da mesma forma que as pessoas têm os tempos delas. Não é raro encontrarmos pessoas com tempo de sobra, lamentando quem se foi. Não é raro encontrarmos pessoas acometidas por remorsos pelo tempo que já não existe mais, pelos erros irrecuperáveis.
Também não é raro encontrarmos pessoas saudosistas, melancólicas, lamentosas e sonhadoras imaginando como faria tudo diferente se pudesse voltar no tempo. O tempo apaga os caminhos da volta, o tempo esfumaça a estrada, labirinta as esquinas e confunde os pensamentos, atrapalha o discernimento. O tempo não volta.
E vamos levando a nossa vida sem perceber que existem lugares que não voltaremos a visitar, existem situações que não viveremos novamente, existem oportunidades que já se esgotaram, existem pessoas com as quais não falaremos de novo e coisas que não conseguiremos consertar.
Realmente precisaríamos de duas ou mais vidas para aprendermos a lidar com o nosso tempo e outras tantas para nos acostumarmos com o tempo das pessoas e das coisas que nos cercam. Em média, os 79 anos de vida que temos não ´são suficientes para aprender a aceitar o tempo. Aliás, precisamos aprender que a única coisa que podemos fazer com o tempo é aceita-lo.
Escrevendo este texto gastei algum tempo de minha vida assim como gastei mais e menos tempo com outras coisas mais ou menos importantes pois a escolha foi só minha. Não adianta lamentar.
Quem ler vai gastar algum tempo também, quem lembrar depois, mais tempo. É assim que podemos mensurar o tempo. Por isso nos foi dado o poder da memória, da lembrança. Justamente para sabermos o que fizemos de nossas vidas.... comemorar ou lamentar são apenas consequências disso.

Mário Quintana disse muito bem!!!

Um Dia


Um dia descobrimos que beijar uma
pessoa para esquecer outra
é bobagem.

Você só não esquece a outra
pessoa como pensa muito
mais nela....

Um dia percebemos que as
melhores provas de amor são
as mais simples...

Um dia percebemos que o
comum não nos atrai...

Um dia saberemos que ser
classificado como o "bonzinho"
não é bom...


Um dia perceberemos que a pessoa
que nunca te liga é a que mais
pensa em você...

Um dia saberemos a importância
da frase:
"Tu te tornas eternamente
responsável por aquilo que cativas..."

Um dia percebemos que somos
muito importantes para alguém,
mas não damos valor a isso...


Enfim... um dia descobrimos
que apesar de viver quase um século
esse tempo todo não é suficiente
para realizarmos todos os
nossos sonhos,

para beijarmos todas as bocas
que nos atraem, para dizer tudo
o que tem que ser dito
naquele momento.

Não existe hora certa para dizer o
que sentimos se quem estiver
te ouvindo não te compreender,
não te merecer...

O jeito é: ou nos conformamos com
a falta de algumas coisas na nossa
vida ou lutamos para realizar
todas as nossas loucuras...

Quem não compreende um olhar
tampouco compreenderá uma
longa explicação.













quarta-feira, 3 de abril de 2013

Conceitos

Estamos conquistando judicialmente o direito de sermos imorais e antiéticos, estamos lutando por direitos individuais em detrimento à coletividade, estamos perdendo o norte, o rumo, a orientação.
A inversão da família está em curso faz tempo. As bases, as tradições, o respeito e a dignidade estão ficando para trás em uma velocidade absurda. Aos poucos vamos ridicularizando a familia, vamos aceitando e convivendo com as mais diversas e preocupantes situações ao ponto de perdemos aquela sensação se surpresa. Estamos perdendo a capacidade de sermos surpreendidos!!! Nada mais nos abala, nada mais choca, nada mais assusta. Tudo é normal, tudo é comum e aceitável. Precisamos ser modernos e desprovidos de todos os preconceitos, de todas as normas ultrapassadas não é mesmo? (sarcasmo)
Está acontecendo com a nossa moral, com a nossa dignidade, com o nosso respeito às tradições a mesma coisa que aconteceu com as colocações de algumas palavras da nossa língua portuguesa. Vou exemplificar:
- BAGATELA - O real significado da palavra bagatela é uma referencia a algo sem valor, algo barato. Porém atualmente usamos este termo para exemplificar algo completamente ao contrário. Utilizamos bagatela quando queremos exaltar o alto valor de algo por exemplo: "este diamante custou a BAGATELA de 10 milhões de reais" ou "o jogador mais caro do futebol custou ao clube a BAGATELA de 120 milhões de Euros".
- PARA VARIAR - Onde o real significado seria algo fora do comum, que foge dos padrões usuais só está sendo uitlizado pelas pessoas para dar sentido a algo que acontece frequentemente, por exemplo: "para variar, as chuvas de março causaram desmoronamentos na região serrana do Rio de Janeiro" "milhares e milhares de carros congestionam as estradas e, para variar, quilômetros de congestionamentos são registrados na volta para casa no feriadão"
Estamos invertendo a nossa moral e a nossa ética com a mesma facilidade que invertemos o sentido das palavras aquí exemplificadas.
As nossas crianças vão crescendo ouvindo e se acostumando com a inversão das palavras bem como a decadência da moral e da coletividade. Estamos criando pessoinhas, incurtindo nelas o sentido de que vale tudo em busca da felicidade individual.
Jogamos fora os relacionamentos da mesma forma como trocamos os eletrodomésticos. Substituímos pessoas da mesma forma como mudamos a decoração de casa. Cansamos rápido demais, não suportamos mais sacrifícios, não abrimos mão de nada.
É o fim das oficinas, é o fim da perpetuação de bens e valores por conta do consumismo.
Utilizamos cada vez mais materiais duvidosos para confeccionar nossos bens de consumo assim como valores invertidos para edificarmos nossas famílias.
E quando tivermos conseguido todos os direitos, quando o indivíduo em fim tiver mais valor que a coletividade, nos restará entramos com uma liminar no sentido de termos os mesmos poderes de Deus.