sábado, 15 de março de 2014

A borboleta que não saiu do casulo - ou - Eterna crisálida

O que nos separa das coisas que queremos?
Quão distante estamos de nossos objetivos ou de nossos desejos?
O que nos impede de realizarmos nossas vontades?
Analisando a situação, podemos identificar várias escalas de medidas que justificam a distância entre nós e o nosso desejo. A escala mais comum é a distância física que pode ser resolvida em uma caminhada, uma viagem, uma pedalada, um vôo. Basta disposição! Não podemos deixar que metros ou quilômetros nos separem de nossos desejos.
Outra escala é a monetária. As vezes reais, dólares ou euros nos separam de nossos sonhos. Impossibilitam a realização de desejos, a aquisição de coisas que gostaríamos de ter e somos obrigados a deixar de lado por conta do poder aquisitivo.
Isto se resolve com trabalho e determinação. (sempre é bom ressaltar que não faz bem sonhar sonhos impossíveis). Não podemos deixar que cifras nos separem de nossos desejos.
As variáveis distância física e recursos financeiros são as mais simples. São as mais fáceis.
As variáveis subjetivas é que são as mais complicadas. Moral, costume, preconceito, medo, compromissos, opiniões alheias dentre outras não dependem apenas de nós. Dependem do meio em que estamos inseridos, dependem de fatores passados, dependem de terceiros, de família, de relacionamentos, enfim!!! Cansa!
Agora, uma destas escalas se sobressai em relação a atingirmos um objetivo. O tempo. Esta é uma variável que se mede em contagem regressiva. É a variável que, mesmo sem fazermos nada ou, mesmo nos esforçando ao máximo para derrubar as demais, sempre nos distancia do que queremos. O tempo não é infinito. Não o nosso tempo, não as nossas oportunidades.
O tempo é sempre medido em dobro quando relacionado a algo que queremos. Um segundo se passa e outro se perde quando não fazemos algo. Quando acordamos, já se foi, já passou, já está tão distante que o espaço é impercorrível, o dinheiro insuficiente e as variáveis subjetivas nem importam mais pois não há mais vida. Não há mais energia. O sonho se foi.
É como aquela borboleta que decidiu deixar de ser lagarta. Tão determinada, entrou em fase de crisálida*, ficou dentro de seu casulo esperando o momento certo para voar. De tão certa que seria bela, de tão convicta que alcançaria distantes jardins, esperou, esperou, esperou. Sempre o momento mais ideal, sempre a hora certa. E esperou, esperou, esperou! teve medo, no casulo ficou... Esperou, esperou e esperou. E jamais, mesmo bela, voou!
Não sejamos eternas crisálidas. Há um tempo de metamorfose, há um tempo para nos transformarmos mas também há o tempo de sair e buscar novos voos. Se estamos completos, se estamos preparados, apenas quebrando o casulo saberemos!

Muitas vezes nosso futuro está no passado.

 * Envolta no casulo, e em ''estágio de repouso''.




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