quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Plano B

Chego aos 43 anos de idade, ao final de 2012 com uma grande constatação: O grande erro de minha vida foi não ter um PLANO B.
Não saí da linha, não tracei outros objetivos, não interagi com outras pessoas, não almejei nada além do que a vida me apresentava, não desejei ninguém, não me preparei para ninguém além de quem eu já tinha. Saí do jogo, abandonei a disputa, joguei a toalha certo de que a vitória estava consolidada. 
Ledo engano. A vida é traiçoeira e os jogadores são ávidos por novas conquistas, novos territórios, novas aventuras. 
Descobrí que a vida é cheia de pintores que escondem através de suas belas cores, de seus belos quadros, defeitos nas paredes, defeitos nas telas. Descobrí que a vida carece de arquitetos, de pessoas que construam novas paredes, novos alicerces.
Descobrí que pessoas se encantam mais com uma bela reforma, uma gambiarra do que com o velho casarão.
Descobrí que temos sempre que pensar além, abrir nossos horizontes além de nossa zona de conforto e perceber que urubus e hienas prevalecem perante pombas e coelhos. Descobrí que o inimigo não se esconde, ao contrário, ele se mostra o tempo todo e nós é que não o enxergamos por que não queremos ver, não estamos preparados para ver. Descobrí que nossos castelos são de areia na beira da praia e que qualquer onda pode revertê-los a simples grãos. Descobrí que os castelos de pedra, no alto das montanhas existem apenas nas histórias contadas para crianças dormirem.
Descobrí que fui uma criança adormecida pensando morar em um castelo de pedra no alto de uma montanha.
Acordei agora, sem tempo de me espreguiçar, sem tempo de bocejar, sem tempo para o desejum. Preciso voltar ao jogo, preciso do meu plano B, partir para o almoço pois a vida é voraz, a vida é sedenta.
Imaginar como teria sido não muda nada pois não foi. O "se" não existe no passado e nem existirá no futuro pois não andamos na linha das opções e sim na da decisão.
Teria sido melhor ou não já não importa. Apenas a angústia das palavras escondidas nos momentos errados.
E eu me coloco aqui como o seu plano B. Sem brincadeira, falando sério.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fim do mundo

E se hoje for mesmo o fim de tudo, ao menos tive tempo de voltar a ser feliz novamente!


domingo, 16 de dezembro de 2012

Visão turva

A grande névoa passou e o que antes aparecia turvo e sem foco, já se vislumbra em sua perfeição em minha frente. Antes os olhos embaçados impediam-me de entender o que estava acontecendo e isso se refletia em meus pensamentos deixando-os cheios de medos, preconceitos, mágoas, raivas e ressentimentos.
Agora sim entendo que o que é passado deve por lá ficar, definitivamente lá. Eternamente enterrado.
Agora sim vejo o futuro mais promissor, colorido e alegre. 
Sinceramente devo me curvar e agradecer a Deus por ter me dado a dor conforme eu a suportava, agradecer a Deus por ter me dado o controle sobre a raiva, agradecer a Deus por ter tirado e mantido as pessoas certas em minha vida e principalmente por ter colocado novas e maravilhosas pessoas que estão fazendo dos meus dias cada vez mais curtos e emocionantes.
Sinceramente devo me colocar como mais um exemplo vivo da frase "Deus escreve certo por linhas tortas" e que tudo que deve ser, será.
E o vazio profundo já não existe mais. E o que antes parecia o fim, reverte-se para um lindo início. Tudo novo, tudo inusitado, uma surpresa a cada dia, a cada bom dia, a cada boa noite, a cada telefonema, cada torpedo, cada scrap e até mesmo nos momentos em que nada há, há o pensamento. Há uma conexão de qualquer forma, permanente, intermitente.
E nada ficará turvo novamente, nada se tornará embaçado justamente pela incrível capacidade que eu tenho de acreditar, de recomeçar, de me entregar e de amar.
Algumas pessoas têm medo da dor, eu tenho medo que não doa!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Sonhar com borboletas

Eu hoje sonhei com borboletas, várias, coloridas, alegres e aleatórias.
Borboletas ziguezagueando ao vento, nas folhas das plantas, à beira da estrada, cruzando o parabrisas do meu carro.
Hoje eu sonhei com borboletas apesar da tempestade que caiu ontem. As borboletas vieram para me carregar com sua leveza, com suas asas nervosas.
Preciso das borboletas para pintar de novas cores esta tela escura da minha vida, preciso das borboletas para me tirar do caminho e levar a lugares desconhecidos, preciso das borboletas para alçar voos mais altos, conhecer flores mais bonitas e jardins mais alegres.
Vejo borboletas o tempo todo pelo caminho. As mais comuns, amarelas, brincam pela estrada cruzando perigosamente a rodovia, desafiando a sorte e seguindo o caminho como pequenos raios de sol.
Vejo borboletas, as mais belas, com os olhos fechados. Nos pensamentos e nas memórias voam as borboletas mais perfeitas, mais exuberantes. São frágeis, são pequenas, são lindas e meigas. Voam perdidas, roubam o cheiro das flores que pousam, roubam as cores dos jardins onde passeiam. Chamam a minha atenção, me fazem perder o sentido das coisas e a noção das horas.
Me perco olhando as borboletas e suas peripécias, suas inquietudes e a forma como pousam, repousam, abrem suas asas e aproveitam o calor do sol.
Amo borboletas e estas estão nos meus melhores sonhos, naqueles mais reais, naqueles mais perfeitos. 
Em meio a tanta tempestade, em meio a tantos problemas, são elas que me trazem a alegria e o conforto!
São elas que me fazem semeando flores, cultivando jardins!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Palavra do Senhor

Uma das frases mais propagadas nos convívios sociais é praticamente uma frase de consolo para um momento triste e de fraqueza, um momento de desilusão e desânimo.
Pessoas falam o tempo todo, umas para outras e até para sí próprias, no sentido de recolher no fundo da alma a força necessária para superar algum momento difícil.

Tudo tem seu propósito e o seu tempo! Deus sabe o que faz e não lhe dará dor maior da que possa suportar.

Então, hoje, no dia 09 de dezembro de 2012, estive novamente dentro da igreja onde me casei há mais de 16 anos atrás. No mesmo local onde vários convidados e parentes estavam presentes para celebrar o nascimento de uma família e a confirmação do amor de homem e mulher perante Deus.
E estive lá para acompanhar a primeira leitura de minha filha de 11 anos perante à assembléia, perante a igreja. Diante da comunidade, propagando a palavra de Deus.
Quem me conhece sabe que não sou de participar de missas e cultos, me sinto um estranho, um intruso por não conseguir me adequar à rotina, à doutrina ou ao ritual porém sempre estimulei minhas filhas a crescerem perante esta força, perante esta religiosidade pois acredito que seja realmente fundamental para a formação de bons princípios, de boas idéias e atitudes.
Sempre levei ao catecismo, sempre acompanhei e em algumas vezes até participei de algumas missas (sempre saindo sorrateiramente na hora da Paz de Cristo - confesso não gostar desta parte). Acredito que realmente esteja fazendo a minha parte.
Então que foi tudo muito bonito, foi uma emoção realmente ver aquela criaturinha alí na frente da comunidade, no altar, realizando uma leitura significativa, com toda a coragem que eu não teria em seu lugar.
Orgulhoso me sentí, na mesma proporção de minha felicidade pois na medida do possível estive presente em cada um dos momentos importantes da vida de minhas filhas até o momento.
Acredito que haja tempo para tudo. Acredito que haja tempo para os planos e projetos e também haja tempo para as renúcias a estes planos e projetos quando precisamos evidenciar outras pessoas em nossas vidas. Aproveitando para ressaltar a importância da família, estruturada, unida e igualitária.
Não há tempo nem oportunidade para errar quando se trata de momentos. A vida não os traz de volta. Aproveitem cada momento que puderem pois a vida é curta porém a memória é longa!


sábado, 8 de dezembro de 2012

então é natal de novo

Então é natal! Já é natal novamente e parece que foi ontem o último.
Para onde se olha, nas ruas, lojas, rádios, tvs, só se fala em natal, presente e família. 
Todos querem se unir. Trocar presentes, cear, comemorar. O básico do natal.
O que faz do natal ser todo este evento esperado e comemorado é justamente a tradição, justamente a sequência dos anos, das festas e das confraternizações em família. Quem não teve isto, quem não passou por esta sequência feliz, não pode, não deve saber, não tem a dimensão exata do sentimento e simbolismo que esta data carrega.
O sorriso farto, largo das crianças, os adultos atarefados e endividados, a comida, a bebida e os presentes. As fotos... Tudo isso se leva para todo o sempre, tudo isso carregamos em nossos corações.
Eram duas datas que eu particularmente gostava muito. que esperava com entusiasmo. Natal e Ano Novo.
Dois anos consecutivos sem ser como era antes.








































100% perfeito

Tenho convivido com pessoas que têm sido unânimes em afirmar que são totalmente temerosas em seus relacionamentos atuais por conta de uma ou várias outras tentativas fracassadas e sofridas no passado. Pessoas que não se permitem entrar de cabeça, pessoas que se limitam, que não expressam com clareza tudo o que sentem, que não dão o que tem de melhor aos seus parceiros por medo de sofrerem novamente pois as dores já se foram porém deixaram uma inevitável cicatriz na alma.
Existe uma busca absolutamente inútil pelo "manual dos relacionamentos 100% perfeitos". As dúvidas são muitas porém são as mesmas em todas as relações entre homem e mulher. O que as pessoas querem é um referencial, um livro, um manual ondem podem abrir uma página e buscar a resposta certa para a dúvida que surge em um determinado momento.
Ouví diversas vezes, várias pessoas dizendo que não podem fazer isso ou aquilo pois foram exatamente estes "issos" e "aquilos" os responsáveis pelo sofrimento no passado. As pessoas estão se limitando a buscar nos sofrimentos passados os exemplos de procedimentos no presente.
Não existe uma regra, não existe um padrão. Precisamos entender que cada pessoa reage de uma forma diferente perante a mesma situação.
Uma amiga outro dia me disse que tinha medo de ficar ligando para o namorado o tempo todo pois o último namorado reclamava deste "defeito" dela. Pegajosa demais! Então, para todo o resto de sua vida ela vai se limitar a não telefonar sob pena de ser julgada pegajosa.
E se do outro lado da linha o namorado estiver justamente esperando uma ligação em um momento de solidão e esta ligação não vem?
Existem também as opiniões alheias, os palpites e conselhos que as pessoas trocam no ambiente de trabalho, nas salas de aula, nas mesas de bares ou nos encontros casuais. Estabelece-se naquele grupo de pessoas, naquele exato momento, em um debate sempre pejorativo o que se pode e o que não se pode fazer dentro do relacionamento de uma pessoa em específico.
Alguém já participou ou já foi vítima de uma conversa dessas? Aqueles conselhos que as pessoas impôem umas às outras? Não faça isso ou faça aquilo sob pena de "estragar" o seu parceiro, deixá-lo mal acostumado, acomodado, enjoado, nervoso, desconfiado, seguro demais, inseguro demais, e uma infinidade de conceitos mais... Parece que cada pessoa tem a resposta para os seus problemas mas não conseguem lidar com os seus próprios relacionamentos.
As pessoas querem amar porém se preparam para a guerra quando buscam o amor. As pessoas se transformam naquilo que elas acham que seu parceiro quer, baseadas nos conselhos e opiniões de terceiros, o que é pior ainda. Quantos desencontros pelo mundo justamente por falta de um diálogo a dois, franco, honesto e aberto! Preferimos conselhos à atitudes. Preferimos opiniões ao invéz de olho no olho.
Expor diretamente ao seu parceiro suas vontades, seus medos e suas dúvidas não faz de você uma pessoa fraca ou inferior à ninguém e é forma ideal de estabecer suas próprias certezas e seus próprios limites.
Seguir conselhos e basear suas decisões em relacionamentos passados pode, no mínimo, privar-lhe de ser original, espontâneo e de viver a plenitude do amor.
Quem escreve aqui está sempre pronto a começar, a recomeçar a tentar e a insistir. O amor inevitavelmente termina em sofrimento e em separação. Não existe pessoa que dure para sempre, não existe o ser eterno. Um dia vamos perder nosso amor ou vamos deixar nosso amor sozinho. Então, pensando dessa forma onde o sofrimento no fim é inevitável, estamos todos prontos para amar e aproveitar da melhor maneira possível este invervalo entre os extremos. Início e Fim! Vamos aproveitar o meio!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Eu te devoro!

Mesmo sem estar lá, eu estava presente!

Eu Te Devoro
Teus sinais
Me confundem
Da cabeça aos pés
Mas por dentro
Eu te devoro,
Teu olhar
Não me diz exato
Quem tu és
Mesmo assim
Eu te devoro...
Te devoraria
A qualquer preço,
Porque te ignoro,
Te conheço,
Quando chove ou
Quando faz frio,
Noutro plano
Te devoraria
Tal Caetano
A Leonardo DiCaprio...
É um milagre,
Tudo que Deus criou
Pensando em você,
Fez a via-láctea
Fez os Dinossauros,
Sem pensar em nada
Fez a minha vida
E te deu,
Sem contar os dias
Que me faz morrer,
Sem saber de ti
Jogado à Solidão,
Mas se quer saber
Se eu quero outra vida
Não! Não!
Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar
Devorar você...
Viver, viver
Pra esperar você,
Quero viver
Pra esperar você,
Quero esperar você...

Caçando Borboletas

Então quando criei este blog a vida estava em plena ebulição. Era o tempo que tudo fervia definitivamente, era o tempo de separar as moléculas, purificar a mistura.
E de tanto ferver, e de tanto ebuluir, em um ciclo quimicamente estável, conseguentemente as partículas foram se aglomerando novamente e naturalmente deu-se o tempo da condensação, deu-se naturalmente o tempo em que as gotas começaram a se formar, a ficarem maiores, pesadas e voltaram a cair novamente para dentro da mistura fervente.
É como uma tampa de panela aglutinando o vapor, transformando-o em água novamente. 
É como o ciclo da formação das nuvens que inevitavelmente devolve para a terra toda  a água evaporada pelo sol. 
Só que a chuva nunca cai no exato lugar de onde a água evaporou. E nem a vida volta para o mesmo lugar de onde ebuluiu. A vida volta em outro lugar, condensa-se e cai novamente, purificada, em outro momento, em outra situação.
E esta semana, após vários e vários meses de reclusão, encontrei-me novamente acompanhado, encontrei-me novamente em meu ambiente natural, novamente vivendo e fazendo o que gosto. Encontrei-me novamente na noite, me divertindo, conversando, conhecendo lugares. 
Acordei depois de vários meses com aquela gostosa sensação de cansaço, de sono, de ardência nos olhos que teimam em não ver a luz do dia de trabalho que brilha pela frente depois de uma noite de boemia, de relaxamento mental, de tira gosto, de cerveja e muita conversa.
Nesta noite os meus sentidos foram aguçados, foram colocados à prova, foram testados ao "quase extremo". A visão foi o principal deles. E que bela visão eu tive. Que prazer em poder contemplar a beleza na minha frente, pura, simples e absolutamente, absurdamente surpreendente. Da cabeça aos pés, tudo estava perfeito. 1.51-34-38, às vezes 36.
O olfato era alimentado pela fragância doce e suave que exalava da pele e preenchia todo o ambiente como se fosse uma trilha sonora completando uma bela cena de um filme.
O tato foi macio, suave, excitante e curto em seu tempo. O tato foi o tempo todo infelizmente, casual, acidental e despretencioso, O tato foi apenas coincidente, foi, infelizmente gostoso quando poderia ter sido maravilhoso.
A audição sorridente. Meus ouvidos sorriam o tempo todo ao som de uma simples interjeição de surpresa, de espanto: Um som seco que relembro o tempo todo. Oh!
E o paladar??? Ah, o paladar não pude sentir, não pude experimentar mas curiosamente, deixou um gostinho de quero mais... quero sempre mais!!!
E eu estou novamente, constantemente caçando borboletas!!!







terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Samba em prelúdio

Samba em Prelúdio

Vinicius de Moraes

Eu sem você não tenho porque
porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz
jardim sem luar
luar sem amor
amor sem se dar
E eu sem você
sou só desamor
um barco sem mar
um campo sem flor
Tristeza que vai
tristeza que vem
Sem você meu amor eu não sou
ninguém
Ah que saudade
que vontade de ver renascer
nossa vida
Volta querido
os meus braços precisam dos teus
Teus abraços precisam dos meus
Estou tão sozinha
tenho os olhos cansados de olhar
para o além
Vem ver a vida
Sem você meu amor eu não sou
ninguém

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A musica da sua vida

Uma das mais belas expressões da arte é sem dúvida o casamento entre letra e melodia no que se diz respeito aos sentimentos que norteiam nossas vidas.
Apesar de toda a complexidade da criação, prova-nos que somos todos iguais e que existe para cada fase, uma frase, para cada época uma música, para cada circunstância um cantor.
Gostamos de uma música justamente pela identificação de sua letra com o momento que vivemos. E a música foi criada justamente para preencher um vazio, exaltar uma lembrança, provocar sentimentos, atenuá-los, potencializá-los.
Vou além disso, muito além quando afirmo que a música é o melhor instrumento para evocarmos nossas memórias, nossos passados. Voluntariamente ou não.
E quando então uma música nos pega de surpresa como me pegou Renato Russo hoje quando ouví Vento no litoral " Aonde está você agora além de aquí dentro de mim?".
A música tem o poder de erguer o mais pesado dos corações bem como arrazar a mais pura das almas simplesmente trazendo de volta momentos, fases, situações.
E quando então do nada nos deparamos com um trecho qualquer, de surpresa, sem procurarmos. Quando a música nos surpreende de uma forma inevitável como Tom Jobim que pinta esta obra: " E cada verso meu será pra te dizer que por toda a minha vida vou te amar" ou Martinho da Vila com a indiscutível letra de Disritmia: "Eu quero ser exorcizado Pela água benta desse olhar infindo Que bom é ser fotografado Mas pelas retinas desses olhos lindos..."
Não existe classificação de ritmos quando se é tocado por uma música. Pode-se gostar de MPB, Bossa Nova, Rock, Blues, Samba, Axé e outros tipos de manifestação musical. Sempre haverá uma situação cíclica, sempre haverá alguém cantando sobre os mesmos problemas, as mesmas angústias, os mesmos amores e desamores. A mistura das palavras é mágica e absolutamente original.
Qual é a sua música? Qual aquela frase que arrepia os pelos do corpo quando é ouvida na voz de um cantor? Qual a música que te faz feliz e qual a música que te remete a momentos felizes? Cada pessoa que ler este texto irá pensar em uma música, do presente e do passado provando que somos seres com os mesmos sentimentos, os mesmos problemas e aflições.
Quantas músicas não queremos lembrar também? Quantas músicas ouvimos que nos fazem tristes, melancólicos? Quantos versos foram feitos com uma intenção e acabaram tomando outro caminho?
Nesta eu cito uma que já postei aqui anteriormente, que não é bem uma música e sim uma declamação de Vinícius de Moraes musicada por Tom Jobim: Soneto da separação:

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente...

Estes dois gênios da música, estes dois gênios dos sentimentos conseguiram superar qualquer demonstração de absoluto sofrimento quando criaram as conexões exatas para estas palavras.

O mais interessante disso tudo é que esta é a minha opinião que pode ser diferente da opinião de qualquer outra pessoa do planeta. E esse é o sentido da música, particularizar os sentimentos que são iguais em cada um de nós!

ouçam!

Vento no litoral

Vento No Litoral

Legião Urbana

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...
Agora está tão longe
Ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim...
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...
Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...
Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...
Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

domingo, 2 de dezembro de 2012

VII manifesto do orgulho LGBT de Vitoria - ES

Resumo do final de semana com minhas filhas é bem simples.
Casa arrumada pelo sábado de manhã, fomos com a prima delas andar de patins no calçadão da praia de Camburí - Vitória - ES. Encontramos com a Afilhada, quase irmã e tia, Thais, e passamos um entardecer regado à muita alegria e exercícios físicos.
Marcamos novamente a mesma programação para o domingo e, logo depois do almoço, estávamos esperando a mesma Thais saboreando um sorvete às duas da tarde.
Direto para praia, direto para o patins porém algo estava diferente na orla. A pista que margeia a praia ainda estava interditada mesmo tendo passado duas horas já do horário normal para a liberação da mesma. 
Difícil encontrar local para estacionar, chegando ao início da praia vimos um trio elétrico e várias bandeiras com as cores do arco íris. Logo identificamos que haveria algum tipo de evento LGBT pela orla da praia.
Então conseguimos descobrir que a pista ficaria interditada até as 22 horas por conta do VII Manifesto do orgulho Gay de Vitória - ES. Maravilha pensei eu. Será mais animado com tanta gente e trio elétrico tocando música eletrônica. Pessoas de todos os tipos, com as mais diversas roupas e maquiagens, fantasias, descontração, animação etc e tal. Pensei que minhas filhas fossem adorar a movimentação, afinal de contas, se é uma manifestação ao orgulho de qualquer coisa, deve ser esta coisa muito bem tratada, com todas as pompas e circunstâncias.
Então começamos a andar de patins e pude perceber que o visual da praia estava um tanto quanto diferente do que costumamos observar uma vez que já somos frequentadores assíduos. Havia um sem número de vendedores de cervejas e bebidas destiladas espalhados pela orla e também notei que aquelas crianças com seus pais, andando de bicileta, patinete ou patins estavam em bem menor número. Não era um ambiente família como estávamos acostumados. Comecei a me preocupar.
Bem, não transmití esta preocupação nem para minhas filhas e nem para a Thais e demos prosseguimento ao nosso passeio pela orla e na medida que o tempo avançava, mais e mais pessoas tomavam conta do calçadão em direção ao início da praia, em direção ao aglomerado de pessoas que cercavam o trio elétrico estático.
Exatamente as 5 horas da tarde, enquanto as meninas estavam na areia da praia jogando peteca, iniciou-se efetivamente a movimentação do trio elétrico e a passeata das pessoas orgulhosas por suas preferências sexuais. Me animei, aglutinei minhas filhas e sugerí que fôssemos andando junto, margeando a passeata, aproveitando a música e a descontração das pessoas.
O que se via a partir deste momento era um sem número de pessoas absolutamente bêbadas, uma enormidade de cenas com apelo sexual que pessoas heterossexuais não costumam proporcionar em público, um cheiro de droga (maconha) constante no decorrer da passeata, brigas, intervenção da polícia e uma sujeira sem fim.
Após um único quilômetro acompanhando a manifestação pelo orgulho gay, resolví abortar a caminhada e retroceder com as minhas filhas para não expô-las ao perigo físico.
Mas nem tudo foi decepcionante. A polícia militar do Espírito Santo estava absolutamente presente, a guarda municipal de Vitória organizava com muita eficiência o trânsito e, no caminho inverso ao do fluxo da passeata, os garis da prefeitura deixavam todo o percurso absolutamente limpo como se não houvesse passado ninguém pela orla,. Parabéns ao serviço público que exerceu suas obrigações com eficiência e rapidez.
Já àquelas pessoas que sentem orgulho de serem o que são, independente de sexo, classe social, idade ou cor, sejam mais normais, ajam com mais consciência. Para se impor como pessoa, não é necessário uso abusivo de álcool, uso criminoso de drogas e nem protagonizar cenas de quase sexo explícito em vias públicas. O orgulho seria muito maior se fosse desta forma.
final de semana que vem tem mais!!!

sonho ruim

Tenho uma certa raiva dos meus sonhos mas não daqueles que sonho acordado. Aqueles são bons, idealizados e controlados. Aqueles são realizáveis e os personagens e as situações sou eu mesmo quem determino. Os sonhos aos quais me refiro são os que sonho dormindo. São os sonhos que me pegam de surpresa enquanto durmo pois quando durmo, perco o controle e vou aos lugares, situações e tempos que não existem mais, que já não fazem mais parte de minha vida ou que mesmo nunca fizeram.
Cientistas poderiam voltar seus conhecimentos para o domínio dos sonhos que sonhamos dormindo. Algum remédio, alguma terapia, algum instrumento que nos proporcionasse a escolha do que sonharíamos. Ou até mesmo não sonhar poderia ser uma das escolhas.
Tenho preferido ficar acordado à sonhar com certas coisas!


sábado, 1 de dezembro de 2012

surpresas e traições

Desenvolví dois pensamentos esta semana que estão realmente me perseguindo desde então! Não tenho escrito muito no blog por absoluta falta de tempo. Tenho que correr atrás do prejuízo e o trabalho não está deixando sobrar praticamente nada do meu dia.
Conheci várias pessoas interessantes, aprendi muito sobre relacionamentos pessoais e profissionais, testei novos limites, larguei coisas, deixei pessoas irem, agreguei novas e importantes amizades. Enfim, semana absolutamente produtiva... Mas os pensamentos não me saíram da cabeça....
E o primeiro deles se diz exatamente sobre os limites das pessoas que nos rodeiam.
Quantas vezes somos surpreendidos por alguém? E quantas vezes guardamos ressentimento, rancor, raiva e outros sentimentos depreciativos por conta desta surpresa?
Pois bem, penso o seguinte: Nós nos surpreendemos com as pessoas pelo simples fato de que nós as delimitamos. Somos nós quem estabelecemos os limites dos outros. Sempre temos o péssimo hábito de imaginar que as pessoas não teriam coragem de fazer certas coisas, de tomar certas atitudes justamente por que nós mesmos não agiríamos desta forma. 
O erro é nos colocarmos no lugar das pessoas e querermos que elas tenham nosso caráter, nossas atitudes.
Então justamente neste momento somos surpreendidos pelas pessoas. 
NÃO ACREDITO MAIS NISSO! Acredito que somos surpreendidos pela nossa capacidade ou melhor, nossa incapacidade de conhecer as pessoas como elas são e não como gostaríamos que elas fossem.
Fazendo isto, jamais seremos surpreendidos novamente. O mundo ficará mais soturno porém sem surpresas desagradáveis. Tudo o que vier de alguém chegará até nos com menos impacto, com menos dor e sofrimento. É o fim da confiança.
Um outro pensamento que pratiquei esta semana e passei inclusive para frente foi sobre traição.
Qualquer tipo de traição, seja pessoal, seja nos negócios, seja ela qual for.
A pessoa que trai só o faz pela oportunidade. Só o faz por que o terreno está preparado para isso.
Então eu debatí com algumas pessoas que para que haja a traição é necessário que antes haja a confiança. O traidor precisa do traído a total confiança. É fato, é regra. Não se trai o desconfiado.
Então o traidor se apresenta com todas as qualidades, todas as virtudes que desejamos em alguém. O sorriso, a prestatividade, a simpatia, o cumprimento dos prazos, o tempo disponível, a amabilidade. O traidor vai se instalando, criando raízes, aumentando a nossa dependência, prometendo, enfim, colocando-se como totalmente imprescindível. 
E quando então confiamos absolutamente, acontece a traição.
NÃO ACREDITO MAIS NISSO! 
Chegaremos ao ponto que não acreditaremos mais nas pessoas e sim em circunstâncias. Acreditaremos no dia, não mais na vida. 
Se para que haja a traição é necessário que antes haja a confiança, só nos restará não confiar mais em ninguém. 
E então regrediremos, deixaremos de viver em comunidade e retornaremos aos tempos dos trogloditas matando uma caça por dia para sobreviver. E nem estamos tão longe disso!



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Lagarta x Borboleta

Sempre somos e seremos uma metamorfose constante. Passamos nossa vida inteira em um processo de transformação intermitente. Passamos parte de nossa vida achando que estamos nos formando, aprendendo as coisas, adquirindo experiências para depois de um certo tempo quando nos consideramos prontos e formados, partimos para "viver e aproveitar a vida".
Ledo engano...
Nunca deixaremos de ser lagarta, nunca seremos perfeitas borboletas.
Quando nos fechamos em nossos casulos para o processo de metamorfose, quando achamos que estamos prontos, estáveis, sensatos, maduros, quando achamos que chegamos no ponto final de nosso ciclo e que estamos prontos para novos voos, a vida vem como uma avalanche e nos apresenta novas hipóteses, novas sensações, novas pessoas, novos caminhos, novas estradas e novos destinos.
Quando sabemos de nossas certezas, a vida vem e embaralha tudo. Quando achamos que temos o suficiente, que estamos saciados e satisfeitos, a vida nos dá inquietude e fome, quando achamos que temos todas as pessoas, a vida nos apresenta outras. Novas idéias, novos limites, novas ambições.
Quando nos vemos perfeitos, a vida nos ensina a errar. Quando erramos, experimentamos novos sabores, novas emoções. Outros limites.
E quando nossas asas começam a se formar, quando enfim, depois de uma longa jornada nos preparamos para sermos borboletas, voltamos do casulo como novas lagartas.
E vamos nos formando novamente, mudando conceitos, concepções, com novas dúvidas, novas necessidades. Mastigando novas folhas, folhas novas.
Temos a mesma forma porém não somos mais as mesmas pessoas. Batemos de encontro com nossas próprias virtudes, antigas virtudes. Ousando mais ou ousando menos, o certo é que mudamos, somos a metamorfose da mesma lagarta.
E, de repente nos deparamos com o nosso muro. Chegamos no nosso limite. O muro que nós mesmos contruímos com todas as nossas atitudes. Delimitamos nosso próprio terreno e dentro dele vivemos com o que temos.
O que tem do outro lado, se é melhor ou pior, se é doce ou amargo só saberemos se escalarmos, se passarmos por cima, se vislumbrarmos novas vontades, novas idéias. Se o jardim é mais florido, só saberemos se deixarmos definitivamente de sermos lagartas e nos transformarmos em divinas borboletas.
Para alçarmos novos voos, é preciso de asas, é preciso leveza, é preciso coragem para mudar. Para alcançar algo além é preciso perder o medo de altura, perder o medo de errar e deixar que o vento faça a sua parte.
Para tudo há um caminho, para tudo um novo sabor.
Voe borboletinha, voe. Voe por cima do muro e veja o que há além do seu jardim pois a vida, apesar de complexa, é uma só!!!
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

domingo, 25 de novembro 2012

Este último domingo, dia 26 de novembro de 2012 apresentou uma grata surpresa já no seu fim. 
Nossa televisão que já é repleta de banalidades, vulgaridades e futilidades nos dias normais, no domigo parece que tudo se resume ao supra-sumo de todas as besteiras existentes.
E não é que de onde se menos esperava um vestígio de sensatez, de onde menos se esperava um pouco de lucidez, vieram as duas melhores constatações de que nem tudo ainda está perdido e que existe sim dentro de cada um ainda a moral preservada.
No Domingão do Faustão, no último quadro, um debate muito bom sobre os relacionamentos e as fragilidades que levam aos rompimentos desnecessários, às desistências perante os menores problemas. Falou-se muito sobre o ciclo, a busca eterna sobre a perfeição onde o imperfeito impera. Incurtiu-se a responsabilidade exatamente onde ela existe. Na falta de paciência, na insatisfação permanente e na facilidade propagada hoje em dia da busca pela felicidade inexistente no ser perfeito.
Então eu já satisfeito por achar algumas pessoas que concordam comigo, fui presenteado pelo programa Pânico na BAND que, surpreendentemente homenageou não um de seus integrantes mas sim a instituição família ao mostrar os depoimentos verdadeiros em favor de Márvio Lúcio (o Carioca) que acabara de se casar com a mãe de seus dois filhos mas também abriu seus microfones para um desabafo honesto, sincero e perfeito sobre o amor incondicional e a responsabilidade que tem o conjuge sobre o crescimento de seu parceiro.
Gente, inegável a razão das palavras do comediante. A responsabilidade sobre o crescimento de um é exatamente do outro. Os dois se completam. Os dois se sustentam. Só há razão quando há orgulho um pelo outro. Não é o seu crescimento que importa e sim o orgulho que o outro sente de seu crescimento e o apoio recebido. Foi emocionante e acrescentou muito ao final deste domingo onde passei o dia inteiro com minha sobrinha patinando pelo calçadão de nosso mais famoso balneário.
Infelizmente não pude contar com a presença de minhas filhas mas que foi um domingo excepcional, isto foi.

http://tvg.globo.com/programas/domingao-do-faustao/O-Programa/noticia/2012/11/deborah-secco-incorpora-psicologa-e-solta-o-verbo-no-quadro-diva.html

http://www.youtube.com/watch?v=_-i3NCvkkjQ



domingo, 25 de novembro de 2012

Sinto-te

Queria ter podido cuidar de tí no tempo certo. Queria ter podido te pegar pelas mãos e te conduzir por caminhos diferentes, outros caminhos.
Queria poder te mostrar coisas mais concretas, coisas mais importantes e duradouras. Queria poder te mostrar outro futuro, um presente diferente do que tens hoje.
Não conheço-te mais, não conheço-te menos. Apenas sinto-te.
Sinto-te tanto pelo que foi passado, sinto-te tanto de como poderia ser teu futuro.
Tua presença sempre fora marcante apesar de curta. Teu sorriso, aliás, tua gargalhada ainda soa em meus ouvidos. Tuas palavras apressadas e confusas ainda se fazem ouvir aquí no fundo de minha memória.
Não conheço tua felicidade e nem sei de teus pesadelos. Não sei o que te aflige e nem o que te conforta. Ausentei-me no tempo errado, deixei-te no meio do mar revolto. Ondas altas, para todos os lados. Sabia que não te afogarias, que sairias do mar, molhada, exausta porém viva. Não sei a que preço. Não estive presente na hora que tú pagaste o preço. Várias e várias prestações, caras, difíceis de serem pagas mas pagaste.
Hoje vejo teu rosto, teu sorriso sempre presente. Não consigo saber se este sorriso é completo e nem posso afirmar que completo seria se tivesse eu feito minha parte, tivesse eu contribuído como deveria. Eu não podia lutar.
Não me culpo e nem tampouco me desculpo porém carrego isso comigo. E carregarei sempre.
Aos poucos as coisas vão se encaixando, vão tomando corpo e fazendo sentido. Se ficarão no teu e no meu passado apenas, não importa. O que realmente importa é voltar e poder falar-te tudo novamente. Falar agora do meu lado, do meu ponto de vista. Pratos limpos.
Ah.. quanta coisa poderia ser dita e não foi, quanta coisa poderia ser feita e não foi. Quanta coisa hoje poderia ser diferente. Não sei se melhor, não sei se pior.
Não aceito o tempo perdido, o momento certo. Que não tenha sido naquela tarde de domingo, que seja em outra daquí para frente. Que não tenha sido naquela noite de mãos dadas, outras virão. As coisas não acontecem ou deixam de acontecer sem algum motivo. Sempre há e sempre haverá algo mais,
Sinto-me responsável e não adianta falarem que não. sinto-me. sinto-te.
Mas sinto-te tanto que me confundo. Sinto-te tanto que me perco. Sinto-te tanto que procuro-te em qualquer pessoa que se apresente na minha vida.
Apenas vejo-te no quadro. Pendurada na parede. Aos olhos do mundo, tudo. Aos meus, passado, presente e futuro.


sábado, 24 de novembro de 2012

O amor e outros vícios

Dizem que o bêbado só mente quando diz que não está bêbado e que todo o resto é a mais pura verdade pois o efeito do álcool potencializa a coragem de dizer todas as verdades.
Então falemos sobre o efeito dos diversos vícios que acometem as pessoas do lado destas.
O vício da bebida, do álcool em geral, causa diversos efeitos, alguns imediatos e outros que vão sedimentando no organismo manifestando-se no futuro.
O grande problema é que o alcoolatra não enxerga estes danos e encara a bebida como sendo a solução para todos as suas aflições e angústias. É através da bebida que ele deixa de ver suas obrigações, justifica suas ausências, suas irresponsabilidades, suas atitudes. 
O álcool causa sensações de prazer, de euforia, de estabilidade, de força, coragem. O álcool justifica tudo.
Ele deixa o seu hospedeiro poderoso.
É preciso um longo período de abstinência, um processo gradativo de recuperação onde tudo deve ser cortado de uma forma imediata.
O viciado vai espernear, vai se deprimir, vai sofrer, vai se revoltar, não entenderá os motivos e se voltará contra tudo e contra todos ao seu redor. Fará de tudo para conseguir uma dose a mais que seja, perderá sua dignidade, seu amor próprio, o respeito e a vergonha. Insistindo na abstinência, perseverando, aos poucos os sentidos voltam à ordem e a razão vai lentamente se restabelecendo. com muita paciência e ajuda, o alcóolatra vai perdendo a sua dependência e vendo os malefícios daquele vício. Percebendo que aquela idolatria toda, aquela dependência absoluta era na verdade prejudicial, nociva para a sua saúde. 
A verdade começa a aparecer, as coisas começam a fazer sentido e de uma hora para outra a pessoa acorda e enxerga que tudo aquilo não passava de uma ilusão, que nada que o álcool proporcionava valia a honra e a dignidade que a pessoa abria mão para ter.
E isso funciona com o cigarro, com a maconha, com os psicotrópicos, com a cocaína, com o crack e tantas outras coisas mais. 
E isso funciona até mesmo para o amor. Aquele amor cego, doentio, unilateral. Aquele amor covarde e sem sentido. Aquele amor de doação, sem reciprocidade.
É o pior dos vícios pois nos faz perder todos os sentidos, nos faz ir de encontro com a incoerência, o irreal, o imaginário. Estaciona nossas vidas, acelera os corações, cria falas expectativas, abala todo o meio. Agride o futuro, as expectativas, a auto estima. Tira do viciado a vida aos poucos pois faz com que o tempo passe despercebido.
Uma relação de predatismo absoluto. De caça e caçador, inverte os papeis, é injusto e invisível. Sorrateiro...
E quando enfim, se vai, resta o recomeço!

o amor e outros vícios.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Espírito Santo

Amo o meu trabalho. Amo o que faço profissionalmente agora. Não pela remuneração e nem tão pouco pela vocação. Vai muito além disso.
Amo meu trabalho pelo convívio com pessoas de diversas culturas e cidades diferentes, das diversas faixas etárias, sexo e condição social. Amo pela quantidade de pessoas simpáticas ou não que conheço no meu dia a dia, durante a minha semana, no mês inteiro. Estava com saudades disso.
Amo dar bom dia, boa tarde ou qualquer outro comprimento quando chego em um ambiente, conhecido ou não. A lagartinha disse que eu encho o ambiente com meu entusiasmo!!!
Gosto de falar a verdade para meus parceiros comerciais, preciso de falar a verdade para me estabelecer, para fortalecer as bases de confiança e cumplicidade que tenho com a grande maioria destas parcerias.
Cada dia em uma cidade diferente, um hotel diferente, uma academia diferente. Cada dia uma novidade, cada dia que não se repete jamais mesmo que seja na mesma cidade com as mesmas pessoas.
Cada dia uma aventura.
E o que mais me encanta nestas longas viagens são as paisagens que queimam minha retina. Cada uma mais linda que a outra. Eu fotografo todas em minha mente!!! Não sou egoísta e sempre que uma paisagem se vislumbra em minha mente, eu penso em alguma pessoa para compartilhar o que estou vendo, o lugar que estou passando, seja uma serra, seja uma ponte, uma cachoeira ou no litoral. Algum animal não doméstico, o cheiro de mato, da maresia. O nascer do sol, o por do sol. Tudo é muito lindo. As pessoas nas praças das cidades à noite, as casas abertas, iluminadas.
Eu tinha planos, vontades e desejos que não concretizei. Sempre ando por estas paisagens, sempre passo por estas situações solitário e não era o que eu queria, não sempre. Queria companhia, queria alguém para poder dividir este presente que meu emprego proporciona. É por isso que amo meu emprego.
Não conheço ninguém, absolutamente ninguém que me ache uma pessoa fechada, mal encarada ou aborrecida. Geralmente as pessoas se referem a mim como sendo hiperativo, dinâmico e alegre. Não estou falando sobre mim. estou falando sobre o que as pessoas falam sobre mim ao menos para mim.
Sou fechado e carrancudo para quem merece. São poucas as pessoas porém estas tem de mim absolutamente NADA. Posso contar em meus dedos da mão direita, OU da mão esquerda pessoas que não me merecem. Ou melhor, pessoas que mereçam de mim apenas minha ausência. Uma delas faleceu recentemente, então ainda sobrarão dedos em minhas mãos para novas vagas que pretendo não preencher. Aliás, sobram dois dedos ainda!!! Dedos que espero não preencher com pessoas vazias, fúteis e desprezíveis. 

Então meus amigos leitores, conheçam o Espírito Santo, seu povo, sua cultura, suas cidades e esta diversidade imensa. Não há nenhuma necessidade de sair daquí para sentir-se cidadão do mundo!!!

ah... mais uma dica... Façam isso acompanhados, curtam compartilhando!!!
Não tive esta sorte!!! alguns dedos não deixaram!