Dizem que o bêbado só mente quando diz que não está bêbado e que todo o resto é a mais pura verdade pois o efeito do álcool potencializa a coragem de dizer todas as verdades.
Então falemos sobre o efeito dos diversos vícios que acometem as pessoas do lado destas.
O vício da bebida, do álcool em geral, causa diversos efeitos, alguns imediatos e outros que vão sedimentando no organismo manifestando-se no futuro.
O grande problema é que o alcoolatra não enxerga estes danos e encara a bebida como sendo a solução para todos as suas aflições e angústias. É através da bebida que ele deixa de ver suas obrigações, justifica suas ausências, suas irresponsabilidades, suas atitudes.
O álcool causa sensações de prazer, de euforia, de estabilidade, de força, coragem. O álcool justifica tudo.
Ele deixa o seu hospedeiro poderoso.
É preciso um longo período de abstinência, um processo gradativo de recuperação onde tudo deve ser cortado de uma forma imediata.
O viciado vai espernear, vai se deprimir, vai sofrer, vai se revoltar, não entenderá os motivos e se voltará contra tudo e contra todos ao seu redor. Fará de tudo para conseguir uma dose a mais que seja, perderá sua dignidade, seu amor próprio, o respeito e a vergonha. Insistindo na abstinência, perseverando, aos poucos os sentidos voltam à ordem e a razão vai lentamente se restabelecendo. com muita paciência e ajuda, o alcóolatra vai perdendo a sua dependência e vendo os malefícios daquele vício. Percebendo que aquela idolatria toda, aquela dependência absoluta era na verdade prejudicial, nociva para a sua saúde.
A verdade começa a aparecer, as coisas começam a fazer sentido e de uma hora para outra a pessoa acorda e enxerga que tudo aquilo não passava de uma ilusão, que nada que o álcool proporcionava valia a honra e a dignidade que a pessoa abria mão para ter.
E isso funciona com o cigarro, com a maconha, com os psicotrópicos, com a cocaína, com o crack e tantas outras coisas mais.
E isso funciona até mesmo para o amor. Aquele amor cego, doentio, unilateral. Aquele amor covarde e sem sentido. Aquele amor de doação, sem reciprocidade.
É o pior dos vícios pois nos faz perder todos os sentidos, nos faz ir de encontro com a incoerência, o irreal, o imaginário. Estaciona nossas vidas, acelera os corações, cria falas expectativas, abala todo o meio. Agride o futuro, as expectativas, a auto estima. Tira do viciado a vida aos poucos pois faz com que o tempo passe despercebido.
Uma relação de predatismo absoluto. De caça e caçador, inverte os papeis, é injusto e invisível. Sorrateiro...
E quando enfim, se vai, resta o recomeço!
o amor e outros vícios.

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