Hamurabi, monarca babilônico, entre os séculos XVIII e XVII antes de Cristo, criador do primeiro código penal escrito, dizia que o infrator deveria receber a pena nas mesmas proporções do mal causado por ele. O famoso "olho por olho, dente por dente" diz que se uma pessoa causar dano à vista de outra, a sua própria vista deve ser sacrificada. Além de criar o código, Hamurabi também criou a jurisprudência pois suas leis eram afixiadas por todo o seu território a fim de ser seguida de forma igual em todo o império babilônico.
Trinta e nove séculos depois, este código poderia ser aplicado, guardadas as devidas proporções, em diversas áreas de nossas vidas. Os pais mesmo costumam usar isto como forma de criar justiça entre os filhos até mesmo quando compram uma roupa ou um calçado para um e também para o outro.
Criado para incurtir medo e reflexão antes de cometer um ato, o código de Hamurabi carrega um senso de justiça seco, frio. Devolver para a pessoa a mesma proporcionalidade do que a pessoa propaga. Os católicos até usam uma vertente deste código quando dizem: "que Deus lhe dê em dobro tudo aquilo que me desejares". Ou seja, desejando o bem este deverá retornar em dobro assim como o mal também.
Hoje sei, após várias e várias experiências que este código é aplicado implicitamente no nosso dia a dia e a partir do momento que o adotamos, conseguimos ter muito mais controle sobre nossas próprias vidas.
Contrário a esta vertente, o pensamento de Jesus Cristo no sermão da montanha quando propaga que se alguém lhe bater na face, ofereça a outra, sempre se fez mais presente na minha vida.
Sempre me comportei e sempre agi desta forma porém hoje me sinto em cima do muro, hoje me vejo revendo meus conceitos pois percebo que quando a outra face é oferecida, geralmente é alvejada da mesma forma. E para quê? por quê?
Obviamente não sou contra os ensinamentos de Cristo porém há de se saber a hora exata de aplicar também o código de Hamurabi, há de se saber a hora exata de pagar na mesma moeda um mal causado sob pena de sempre e para todo o sempre vivermos uma vida sob a ascendência de outra.
Ora então que temos apenas uma única vida e uma única chance de vivê-la e de repente nos vemos vivendo não nossa mas sim a vida de outra pessoa. Isso não tem preço nem retrocesso. Ninguém tem o direito de represar a vida de outra pessoa a fim de matar a sua própria sede.
É chegada a hora de romper a represa, deixar a água seguir seu fluxo, normalmente, serenamente, livremente. É hora de deixar a água regar seus próprios frutos e não o jardim de quem plantou a vida toda só para sí!
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