terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Genérico

Generalidade é o princípio do abrangente, da visão do todo, da massificação, da adequação do objeto para uso comum, seja este objeto físico ou abstrato, seja a palavra ou mesmo "a coisa".
O que é genérico é comum, aplicável a todos.
Em outro texto já sinalizei a idéia de que os sentimentos e os relacionamentos são genéricos pois são comuns entre todas as pessoas. Todas as situações vividas por um indivíduo ou um grupo de indivíduos já foram sentidas e vivenciadas milhares e milhares de vezes através dos tempos. Guardadas as devidas proporções, não existe o novo modo de se relacionar. Não existem variáveis que determinem o modo correto, não existem manuais de intruções para a montagem de um relacionamento perfeito, seja entre irmãos, pais e filhos, casais, patrões e empregados. Não existem estudos de casos individualizados para tratar uma crise de relação e nem as histórias de amor são contadas mais de uma vez sem serem repetidas. Não foram apenas Romeu e Julieta que morreram por amor nem tampouco a Cinderela a única a viver seu eterno amor ao lado do príncipe encantado.
Todos carregam dentro de sí um pouco de cada personagem, um pouco de cada tragédia e final feliz. Não existe um número infinito de tipos de relacionamentos nem de modos inusitados de tratá-los. No fim, resta mesmo o fim, o ponto final.
Talvez seja por isso que os livros, as músicas, os filmes e outras tantas expressões artísticas sejam ao longo do tempo exaltadas por todas as pessoas no mundo. Identificação. Apenas isso. Identificação.
Esta é a prova de que podemos sim generalizar os sentimentos pois, qualquer pessoa, em algum momento de sua vida, identificou-se com uma expressão de arte musical ou literária. Qualquer pessoa em algum momento identificou-se com o vilão ou com o herói de uma história, qualquer pessoa viu-se cantando uma música que parece ter sido feita baseada na história de sua vida.
Somos todos vítimas de relacionamentos cíclicos, em número determinado em suas variáveis e aprendemos por exemplos e situações, aprendemos por atitudes e consequências.
E sim, qualquer artista literário tem, no universo inteiro, passado e presente, ferramentas para escrever com correção, com exatidão, todas as generalidades do amor.
Inclusive eu.

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