quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Tempo

O tempo é cíclico, progressivo e imbatível. A humanidade conseguiu ao longo de sua história controlar o fogo, armazenar a água, dominar os animais, manejar os vegetais, prever furacões e terremotos, combater pragas e doenças, encurtar caminhos, forjar elementos químicos, produzir ferramentas, prolongar a vida, ir ao espaço, visitar novos mundos, globalizar informações porém nada até hoje chegou perto ao controle do tempo.
O tempo é desenfreado. Não sofre aceleração nem tampouco a ação do atrito. Sereno, constante e normal. O tempo é a mais intensa concepção do simples. Um segudo após o outro e mais nada.
Não se retém, não se armazena, não se interrompe e nem se gasta o tempo. Difícil para nós, primatas, supremos, convivermos com esta falta de controle. 
Andamos apressados, planejando o que fazer com o nosso tempo, otimizando cada hora dos nossos dias de forma a termos condições, no futuro, se ele vier, não fazermos mais nada!!! É um paradoxo igual ao das crianças que nunca descobriram se, durante uma chuva, molha-se menos correndo ou andando normalmente. Ora, sabemos que molha-se e é inevitável. 
Assim é o tempo. Inevitável!
Há sim uma única forma de reter o tempo. Na memória. Nesta caixinha de surpresas que carregamos em nossas cabeças conseguimos, querendo e algumas vezes sem querer, reter segundos, horas e até mesmo dias inteiros durante nossa vida inteira. 
Muita coisa se perde no caminho, muita coisa deixamos guardada e não mexemos nem para espanar o pó que se acumula inevitavelmente e quando enfim resolvemos buscar em uma gaveta lá no fundo, uma memória qualquer, nunca olhamos para ela da mesma forma como ela ocorreu.
Sempre quando buscamos uma memória, sempre quando buscamos uma recordação do passado, olhamos para ela sob o prisma de experiências acumuladas neste tempo decorrido. Com o passar dos anos nos tornamos mais críticos, mais analíticos, menos suscetíveis às emoções. 
Claro, carregamos muito saudosismo porém, junto dele, carregamos também o conformismo de que o tempo não volta e o que foi, nunca deixará de ter sido. Não há ciência para isto. Ainda!

"Hoje o tempo voa amor, e escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir! E não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há para viver, vamos nos permitir!" Lulu Santos

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