A palavra de hoje é CONCESSÃO
Na lingua portuguesa significa: Ação ou efeito de conceder; dar permissão a alguém para realizar algo; condescendência.
Ação ou efeito de conceder algo de sua autoria para o usufruto de uma outra pessoa.
Na prática é isto e mais além. Algumas pessoas passam a vida fazendo concessões em favor de outras, algumas pessoas vão abrindo mão de coisas, situações, lugares, direitos e até mesmo do seu tempo em prol de terceiros.
Este é um processo lento, quase imperceptível e que vai se instalando aos poucos, modificando toda a estrutura do ser que concede, deixando-o condicionado a obrigações desde as mais simples até as mais absurdas.
Quando enfim o ser percebe tudo o que concedeu e pede de volta seus direitos, não há mais forças, não há mais retrocessos pois todo o seu tempo se foi, toda a sua autoestima, toda a sua confiança depositada em situações e pessoas oportunistas.
Perde-se a força até para aceitar ajuda, aproximação, contato. Perde-se a coragem de acreditar novamente.
É como contentar-se com ração enquanto a vida serve um banquete. O nível de saciedade é muito baixo, quase zero. E ainda agradece pelo pouco que tem pois melhor pouco do que nada.
Um fio de esperança tranforma-se na mais absoluta certeza de cura. Quanto engano. As pessoas não mudam, as pessoas são o que são desde o início, umas concedem, outras compartilham e tantas outras conseguem apenas receber, e a cada dia mais.
O anjo e o demônio estão presentes e se mostram da forma como queremos ver. Somos cegos para esta coexistência. Todos nós carregamos um pedaço de cada extremo. Nem somos tão bons nem tão maus o tempo todo e agimos de acordo com nossa conveniência.
É justamente neste exato momento em que as pessoas se diferem. No momento da conveniência, no momento da saciedade. O egoísmo e a condescendencia deveriam andar em doses iguais e isto não acontece.
As pessoas usam as outras no princípio por conveniência e depois por comodidade. No fim, por egoísmo.
As pessoas se dão para as outras a princípio por amor, depois por costume e no fim, por dependência.
As pessoas ficam dependentes em se doar. Em serem úteis, em serem agradáveis, em serem usadas. As pessoas dependem daquela ração camuflada em banquete. E elas se sentam à margem de seus donos, abanam suas "caudas" concordando plascidamente com o presente que a vida lhes dá sem coragem de olhar em volta e ver que há muito mais além deste círculo minúsculo.
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