Três dias com o blog aberto e sem qualquer criatividade para escrever um texto sequer. Comecei e deletei várias frases, vários parágrafos neste fim de semana. Nada fazia sentido, nada estava do jeito que eu gosto, do jeito que eu geralmente costumo escrever.
Então, assistindo ao Pânico na TV, justamente na matéria em que o Eduardo Streiblitch tenta conquistar o amor de Antônia Fontinelli, ao fim da matéria duas frases despertaram meu instinto criativo e me levou a escrever este texto.
Engraçado como um programa de humor tão bizarro teve, dentro de suas características, colocar uma frase do escritor moralista francês François de La Rochefoucauld, do século XVI de uma forma aplicável a situações atuais e corriqueiras.
"A ausência apaga as pequenas paixões e fortalece as grandes."
É preciso estabelecer as raízes das paixões, dos amores verdadeiros.
Digamos que o amor verdadeiro seja uma árvore onde a paixão é tudo o que aparece do solo para cima, o tronco, o caule, as folhas, flores e frutos. É a parte saborosa, é a parte visível, a parte palpável.
O que importa mesmo, o que alimenta tudo isso, o que proporciona toda a exuberância das flores e frutos é justamente aquilo que ninguém vê. A raiz.
Assim como as plantas que possuem um ciclo que culmina na florada e frutos, o amor também passa por suas fases. Não tendo raízes profundas, não passa pelo inverno, não nutre a paixão e não dá frutos saborosos.
Outra frase do mesmo pensador
"O mesmo vento que apaga a vela, atiça uma fogueira"
O que significa isto? O que La Rochefoucauld quis dizer com estas palavras?
Talvez o real significado disso seja que, independente de nossas ações, os resultados são aleatórios.
Nada garante um resultado pois não dominamos todas as variáveis. Muitas vezes agimos para apagar uma vela e acabamos inflamando uma grande fogueira ou então o contrário. Temos nossas intenções, agimos em favor delas mas não temos resultado garantido.
Então, ao escrever estas linhas, no meio do texto me dei conta que algumas pessoas podem interpretar isto de forma errada, com personagens diferentes mas eu preciso escrever assim mesmo.
Não serão nem a ausência e nem o vento que apagarão o que eu sinto.
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