segunda-feira, 4 de março de 2013

Extrativismo da alma

Extrativismo: Atividade de coleta de produtos naturais, sejam eles minerais, animais ou vegetais.
O extrativismo, técnica que surgiu desde o momento que o homem passou a viver em comunidade foi fator fundamental para que as comunidades conseguissem se estabelecer e crescer com menor gasto de energia e otimização de suas necessidades.
Com o passar dos milênios, o extrativismo que nascera da necessidade primordial de alimentação, transformou-se, sofreu diversas adaptações e até os dias de hoje é praticado com as mais diversas finalidades.
Muito se fala na renovação dos recursos naturais e a preocupação com este tema entrou em moda nas últimas duas décadas devido à exploração desmedida destes. O desmatamento e a caça predatória colocaram em risco o equilíbrio da natureza, a homeostase imprescindível para a nossa permanência neste mundo.
Campanhas de conscientização e projetos de reflorestamento, reprodução em cativeiro dentre outros, visam a minimizar anos e anos de predatismo humano.
O extrativismo sustentável tem uma grande participação neste campo pois visa justamente renovar os recursos animais e vegetais através de técnicas que permitem uma utilização cíclica destes recursos sem afetar mais ainda o meio ambiente.
Em relação ao extrativismo mineral onde há o esgotamento dos recursos, tecnologias estudam novas aplicações dos recursos, substituição e principalmente a reciclagem como forma de estender ao máximo a utilização dos mesmos. Se acabar, acabou!
Toda esta explanação serviu apenas de preâmbulo para uma metáfora que há muito me persegue. O extrativismo do homem pelo homem.
Os garimpeiros da alma, dos sentimentos, aqueles seres que têm a capacidade, a necessidade de se alimentar dos sentimentos dos outros, das emoções, da vida alheia, do seu próprio semelhante.
O resultado final é sempre o mesmo, assim como no garimpo do ouro quando este se esgota, o garimpeiro de sentimentos deixa o mesmo panorama da alma da outra pessoa. Um enorme vazio, uma devastidão, um terreno absolutamente inerte, sem vida.
E quando tudo chega ao fim, quando não resta um grama de ouro, o garimpeiro da alma sai em busca de outra mina, outro filão, outra vida para dela se alimentar!

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