terça-feira, 12 de março de 2013

Pendure a alma no varal e deixe que as coisas ruins evaporem

Existem várias definições para a palavra FANTASMA. 
A primeira, a original, designa aparição de espectro, materialização de espírito de alguém já falecido. Outra designação bem utilizada em nossa língua, sugere que fantasmas sejam os medos internos que temos de alguma coisa ou situação, alguma barreira pessoal não conseguimos transpor ou que adiamos o embate.
Não posso deixar de citar também como definição de fantasma a memória recorrente de algum erro, algum desvio de conduta cometido no passado e que, devido ao nosso sentido de correção, como forma de auto punição, não conseguimos apagar de nossos pensamentos.
A palavra fastasma e suas variações sempre remetem a algo inexistente e improvável, até mesmo impossível de existir. Fantasioso, algo que só existe na cabeça, nos pensamentos, fantamasgórico, algo que amedronta, fantasia, algo irreal e desejável são apenas exemplos linguísticos comumente usados. Com um pouco de licensa poética podemos associar até mesmo sonhos e ambições às variáveis de fantasmas. Fantasias. Novamente fantasias.
Correndo deles ou com eles, somos obrigados a conviver com vários fantasmas nas nossas vidas, fatos e pessoas do passado que não conseguimos "deletar" de nossa mente. Este imenso HD que carregamos não permite a "formatação" e o lixo vai se acumulando anos após anos. Volta e meia mexemos em uma pasta e lá está o arquivo, seja no formato JPEG, WAV, PDF ou DOC que se abre automaticamente, trazendo de volta os medos e as más recordações. Sons, cheiros, cores, sensações... Tudo volta irremediavelmente.
Desde pequenos somos condicionados a temermos os fantasmas. Esta tática educacional sempre é uma forma primária de estabelecer limites às crianças, incurtindo nestes pequenos seres os limites necessários para mantê-los em segurança. E assim crescemos, evitando situações e temendo os fantasmas.
Condicionados que somos vamos sempre adiando e evitando os fantasmas, aprendendo a conviver com eles ao menos da melhor forma possível. Eles existem, aos montes, em todos os lugares, em todos os momentos. Eu mesmo os tenho sentido, eu mesmo os tenho evitado, sem sucesso diga-se de passagem, eu mesmo sou assombrado por eles, dormindo ou acordado. Às vezes chego a ouví-los... por um instante apenas, tempo suficiente para gelar a alma. Aquele frio exotérmico, que vem de dentro para fora.
Não, não falo com fantasmas, não interajo com eles. Coexistimos, inevitavelmente porém apenas coexistimos.
Para evitá-los, siga um exemplo de uma frase que lí hoje: 

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