Sempre somos e seremos uma metamorfose constante. Passamos nossa vida inteira em um processo de transformação intermitente. Passamos parte de nossa vida achando que estamos nos formando, aprendendo as coisas, adquirindo experiências para depois de um certo tempo quando nos consideramos prontos e formados, partimos para "viver e aproveitar a vida".
Ledo engano...
Nunca deixaremos de ser lagarta, nunca seremos perfeitas borboletas.
Quando nos fechamos em nossos casulos para o processo de metamorfose, quando achamos que estamos prontos, estáveis, sensatos, maduros, quando achamos que chegamos no ponto final de nosso ciclo e que estamos prontos para novos voos, a vida vem como uma avalanche e nos apresenta novas hipóteses, novas sensações, novas pessoas, novos caminhos, novas estradas e novos destinos.
Quando sabemos de nossas certezas, a vida vem e embaralha tudo. Quando achamos que temos o suficiente, que estamos saciados e satisfeitos, a vida nos dá inquietude e fome, quando achamos que temos todas as pessoas, a vida nos apresenta outras. Novas idéias, novos limites, novas ambições.
Quando nos vemos perfeitos, a vida nos ensina a errar. Quando erramos, experimentamos novos sabores, novas emoções. Outros limites.
E quando nossas asas começam a se formar, quando enfim, depois de uma longa jornada nos preparamos para sermos borboletas, voltamos do casulo como novas lagartas.
E vamos nos formando novamente, mudando conceitos, concepções, com novas dúvidas, novas necessidades. Mastigando novas folhas, folhas novas.
Temos a mesma forma porém não somos mais as mesmas pessoas. Batemos de encontro com nossas próprias virtudes, antigas virtudes. Ousando mais ou ousando menos, o certo é que mudamos, somos a metamorfose da mesma lagarta.
E, de repente nos deparamos com o nosso muro. Chegamos no nosso limite. O muro que nós mesmos contruímos com todas as nossas atitudes. Delimitamos nosso próprio terreno e dentro dele vivemos com o que temos.
O que tem do outro lado, se é melhor ou pior, se é doce ou amargo só saberemos se escalarmos, se passarmos por cima, se vislumbrarmos novas vontades, novas idéias. Se o jardim é mais florido, só saberemos se deixarmos definitivamente de sermos lagartas e nos transformarmos em divinas borboletas.
Para alçarmos novos voos, é preciso de asas, é preciso leveza, é preciso coragem para mudar. Para alcançar algo além é preciso perder o medo de altura, perder o medo de errar e deixar que o vento faça a sua parte.
Para tudo há um caminho, para tudo um novo sabor.
Voe borboletinha, voe. Voe por cima do muro e veja o que há além do seu jardim pois a vida, apesar de complexa, é uma só!!!
