Faz quase uma hora que o cursor pisca na tela em branco e eu não sei como começar a escrever a postagem de hoje. Não é que eu não tenha idéias ou nada a dizer. O problema é que não sei como começar. O start, o início é que me atrapalha neste momento.
Então coloco minhas mãos sobre o teclado e começo a digitar algumas letras, apago, começo novamente tentando dar um sentido às palavras que se formam. Sei que não sairá nada poético hoje pois estou exatamente em cima do muro. Estou exatamente aguardando uma situação para direcionar o que pretendo escrever, dar continuidade aos meus pensamentos.
Eu precisava que a tecnologia me ajudasse hoje, precisava de um scrap, de uma mensagem, de um torpedo, de um telefonema. Precisava de alguma manifestação apenas para me tranquilizar em todos os sentidos.
Decidido que continuarei eu estou mas não sei de que forma, não sei qual o rumo a tomar.
Apesar de todos os sinais serem de dificuldade e de uma longa jornada, não tenho medo e nem desânimo. Já estou acostumado, e muito, em não conseguir nada com facilidade. Sei que o prêmio é muito mais compensador do que eu tivera antes.
Aprendi muito sobre o efeito borboleta e a teoria do caos pois estas aplicações quando conhecidas agregam todos os sentidos que nos faltam no decorrer da vida. Aprendi que o bater das asas de uma simples borboleta realmente pode influenciar no surgimento de um furacão no outro lado do mundo.
A teoria do acaso, a teoria do caos sugere que todas as ações do passado implicam definitivas mudanças no futuro de todo o universo. Cada um de nós interfere diretamente para o estado atual do meio. E que esta aplicação satisfaz todas as vertentes da ciência. Matemática, física, biologia, história, química. Todas interligadas pela teoria do caos.
Até mesmo no campo do subjetivo, no campo das hipóteses, na psicologia, nas relações humanas de modo geral.
Cada passo dado, cada atitude tomada, cada palavra dita e calada, todas elas em conjunto explicam, justificam e corroboram o exato instante que vivemos. Para tudo há uma explicação e um motivo válidos apesar da complexidade e infinidade das variáveis inseridas em todo o contexto. Tudo é interligado e assim estará para o futuro também.
O tempo que desprendo neste exato momento escrevendo este texto implicará tanto no meu futuro quanto no futuro de milhares de pessoas justamente por que estivesse eu em outro lugar, fazendo qualquer outra coisa, minhas interações seriam com outras pessoas, com outros meios, de outras formas.
Até mesmo o fado de deixar de interagir com alguém, modifica o futuro desta pessoa que modifica o futuro de tantas outras. Somos responsáveis por tantas mudanças e permanências que desenvolvemos um sistema de defesa que não nos permite termos conhecimento destas responsabilidades. Caso tivéssemos, não conseguiríamos viver.
Diversas vezes carregamos certas lembranças de coisas que fizemos no passado e que deixaram sequelas nas nossas vidas e nas vidas de outras pessoas. Geralmente coisas ruins. A este sentimento de culpa, damos o nome de remorso. Sempre tentamos justificar, encontrar desculpas, motivos e até mesmo apelamos para o inevitável. Matamos o remorso justificando que seria inevitável o fato, que teria acontecido com ou sem a nossa própria interferência. Mas lembramos deles, mesmo que não desejemos, lembramos até um dia que chega o acerto de contas. Os pratos limpos.
E eu realmente acredito que as consequências moldam as pessoas, modificam suas virtudes, alteram suas percepções e seus limites. Criam calos, barreiras, complexos, traumas, conflitos internos. Tiram sonos, incurtem lamentações, desânimos, auto piedade. Mas eu também tenho a certeza de que a essência não seja alterada, acredito que a alma limpa ainda está dentro da crosta que envolve as pessoas no decorrer dos anos.
Acredito no poder da água que limpa, purifica e nutre!
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