Ervas daninhas sempre existiram e sempre existirão. Não há como evitar a sua presença. Precisamos aprender a conviver com elas. Não podemos e nem temos o direito de sermos seletivos ao ponto de excluir alguma espécie de nosso meio.
Podemos e devemos sim selecionar aquelas especiais, aquelas que de alguma forma nos trazem prazer, nos fazem melhores dia a dia.
Como animais que somos, excluindo toda a complexidade que nosso cérebro proporciona e nos faz predominantes em relação às outras espécies, afirmo que vivemos pelo prazer. Fazemos as coisas, experimentamos e repetimos quando gostamos. E este processo de repetição só acontece por que há o prazer evidenciado. Não se repete nada por livre e espontânea vontade se este ato não causou satisfação.
Sendo assim, fica muito fácil explicar o início do vício. Seja ele qual for, causa prazer.
Encontramos pessoas viciadas nas mais diversas coisas, atitudes, situações. E são sempre coisas que provocam imenso prazer, independentemente dos danos físicos causados.
Colocamos o prazer antes do mal. Sempre.
Veja um viciado em drogas por exemplo. Mesmo um fumante de cigarros comuns. É nocivo, é danoso para a saúde física e mental porém as substâncias contidas nestas drogas causam prazer e por isso viciam.
O que causa prazer, vicia. E nesta equação, volto a citar o que escreví no início do texto. Vivemos pelo prazer. Somos viciados no prazer.
Então, como identificar a linha limítrofe entre o auge e a decadência da moral pessoal? Como saber até onde podemos chegar com nosso vício, com nosso prazer antes da derrocada final?
Não é um processo fácil e na maioria das vezes o vício vence o corpo, o vício vence o homem.
Aqueles afortunados que não passam dessa linha podem achar que eu estou super dimensionando o problema porém aqueles que foram além, aqueles que colocaram ao menos um pé depois deste limite sabem que o processo de desintoxicação é extremamente árduo, sofrido, penoso e doloroso.
Ter que abrir mão do prazer pela saúde física e mental é como nascer de novo, com todas as dores e sofrimentos. Uma nova descoberta, um novo ser.
Terapias, clínicas, famíliares, amigos, religião, remédios, auto conhecimento, domínio, controle, força de vontade, perseverança. Muitas e muitas vezes isto sucumbe ao prazer. Ao vício. Toda a ajuda é válida, porém não é garantia de sucesso.
E eu que tenho meus vícios e deles estou me livrando posso garantir que realmente o processo de desintoxicação é mesmo extremamente doloroso pois a primeira atitude é ter que reconhecer que o que você mais ama lhe faz mal, lhe destrói.
A segunda atitude é aprender que você consegue sim viver sem o princípio ativo do seu vício pois todos os viciados acreditam que só estão vivos por conta dele. Todo viciado acredita que não há vida sem o vício que lhe consome.
Tomadas estas duas decisões, começam a aparecer os primeiros sinais de lucidez, os primeiros raios de sol após um eclipse que parecia ser eterno.
Então, seguindo o curso natural da vida que se recicla, estes primeiros raios de sol trazem consigo a percepção que este vício não era assim tão fundamental e que seus danos eram maiores do que imaginávamos.
E aí, neste exato momento, estamos preparados para conviver com todas as ervas daninhas pois como sabemos, apesar de todos os malefícios que elas causam, seu ciclo de vida é muito curto. A seleção natural das espécies acaba agindo e, quando elas não tiverem nada mais para destruir, entram em processo de auto fagocitose. elas mesmo se destroem!!!
então começamos a perceber que ervas daninhas são necessárias para levar aquilo que pensávamos ser absolutamente essencial para nossa vida.
Abaixo segue uma letra de música do Paulo Ricardo que fizera sucesso nos anos 80 mas é perfeitamente aplicável nesta situação:
Agora Eu Sei
RPM
Ha muito tempo
Eu ouvi dizer
Que um homem
Vinha pra nos mostrar
Que todo mundo é bom,
E que ninguém é tão ruim
O tempo voa e agora eu sei
Que só quiseram me enganar
Tem gente boa que me fez sofrer,
Tem gente boa que me faz chorar
Agora eu sei, e posso te contar
Não acredite se ouvir também,
Que alguém te ama e sem você não consegue viver.
Quem vive mente mesmo sem querer
E fere o outro, não pelo prazer
Mas pela evidente razão ... sobreviver.
Não é possível mais ignorar
Que quem me ama me faz mal demais
Mas ainda é cedo pra saber
Se isso é ruim
Ou se é muito bom
O tempo voa e agora eu sei
Que só quiseram me enganar
Tem gente boa que me fez sofrer,
Tem gente boa que me faz chorar
Quem ve seu rosto
Só pensa no bem,
Que você pode fazer
A quem tiver a chance de te possuir
Mal sabe ele como e triste ter amor demais,
Sem nada receber
Que possa compensar
O que isso traz de dor
O que isso traz de dor.
Eu ouvi dizer
Que um homem
Vinha pra nos mostrar
Que todo mundo é bom,
E que ninguém é tão ruim
O tempo voa e agora eu sei
Que só quiseram me enganar
Tem gente boa que me fez sofrer,
Tem gente boa que me faz chorar
Agora eu sei, e posso te contar
Não acredite se ouvir também,
Que alguém te ama e sem você não consegue viver.
Quem vive mente mesmo sem querer
E fere o outro, não pelo prazer
Mas pela evidente razão ... sobreviver.
Não é possível mais ignorar
Que quem me ama me faz mal demais
Mas ainda é cedo pra saber
Se isso é ruim
Ou se é muito bom
O tempo voa e agora eu sei
Que só quiseram me enganar
Tem gente boa que me fez sofrer,
Tem gente boa que me faz chorar
Quem ve seu rosto
Só pensa no bem,
Que você pode fazer
A quem tiver a chance de te possuir
Mal sabe ele como e triste ter amor demais,
Sem nada receber
Que possa compensar
O que isso traz de dor
O que isso traz de dor.
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