Hoje eu lí uma frase muito bonitinha.
Se molhar nasce flor de novo!!!
Então como as palavras são interpretativas, eu, no meu direito de pensar o que bem entendo, entendí que vale a pena arregaçar as mangas, pegar o regador que estava guardado, encher de água e delicadamente ir regando, primeiro o solo, depois o caule e em seguida as folhas quase secas pelo tempo. Então, além disso, vou preparar o solo, colocar adubo, fazer uma cerquinha, bonitinha, retirar o mato em volta e deixar tudo bem bonito esperando que a flor desabroche de novo.
E vou voltar todos os dias com o regador, de manhã, no entardecer....
Quando o botão começar a aparecer eu vou protegê-lo das formigas e lagartas, vou apoiá-lo para que ele desabroche bem forte e belo. A mais bela flor. O mais gostoso cheiro!
De que cor ela será não importa. o que importa é que ela vai desabrochar se depender de mim. Disposição eu tenho de sobra. Mesmo por que, já estou acostumado a cuidar de outras plantas!
Mas esta planta, com esta bela flor, está no mesmo mundo que dá tantas voltas, que gira sem parar e que muitas vezes perdemos a hora de "subir neste louco ônibus"!
Devemos ficar atentos a todos os sinais, a todos os sentimentos que afloram sob pena de tudo passar desapercebido e de uma hora para outra percebermos que não entramos na hora que deveríamos entrar.
Uma vez eu não tinha o dinheiro para pagar a passagem e acabei perdendo o ônibus. Fiquei parado no ponto, olhando para o lado de dentro, olhando para a janela que se distanciava de mim cada vez mais. E o ônibus se foi. E levou tudo para longe.
Então agora é preciso ao menos que a planta, mesmo murcha, mesmo seca, esteja disponível para ser regada e cuidada. É preciso que ela se disponha, que ela se ofereça e que se permita. Sem medos, nem os do passado e nem os do futuro. A planta precisa dar a sí mesma esta oportunidade para saber se vai vingar, se vai florir de novo.
Cada um faz a sua parte e eu estou pronto para fazer a minha. Mas a planta tem que estar pronta também.
Claro que em qualquer situação na vida devemos ter cuidado. Temos que ter cuidado desde a maior tristeza até a mais plena alegria pois tudo é passageiro. Nada é eterno. Mas nem por isso devemos deixar de lado os sentimentos, nem por isso devemos deixar de analisar, experimentar todas as possibilidades, tentar ver o se com mais clareza, com um toque maior de realidade.
Devemos criar um mundo paralelo, alternativo, onde podemos mexer nas peças a qualquer momento que quisermos, criarmos nossas próprias regras, experimentar todas as variáveis, escolhermos as melhores e trazermos definitivamente para a realidade.
Uma coisa posso garantir. Não tenho pressa. Absolutamente nenhuma. Tenho o tempo que a planta precisar pois não pretendo morrer agora.
Faz tanto tempo que o ônibus passou e eu não entrei que eu realmente acredito que esteja na hora de ele passar no meu ponto de novo. E agora eu vou esticar o braço, sinalizar com o dedo, esperar a porta abrir e vou entrar. Vou entrar, buscar meu assento (que já está numerado), vou me sentar e viajar definitivamente.
E vou levar o meu vaso, a minha plantinha com a flor desabrochada.
"aonde quer que eu vá, levo você no olhar, onde quer que eu vá" (Hebert Vianna)

Mas desta vez, não se esqueça que há ervas daninhas e muitos jardineiros a espera de um descuido.
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