terça-feira, 30 de outubro de 2012

O tempo e a troca

Ás vezes chegamos atrasados em algum compromisso importante. Um casamento, uma festa de aniversário, um batizado ou uma reunião. Perdemos a hora de um curso, da aula, do voo, da viagem. Algumas vezes perdemos um documento, um telefone celular, uma agenda, perdemos uma jóia, perdemos dinheiro, perdemos um sapato, ou mesmo um chinelo.
Perdemos um filme, perdemos o último capítulo da novela, perdemos o caminho mais rápido, perdemos a calma, perdemos a razão e o sentido.
Não fomos educados para perder e sempre que isto acontece, lamentamos muito o bem perdido. Não importa se a perda foi consequência de nosso descuido, sempre lamentamos porém sempre substituímos o que foi perdido e quando isso não é possível, nos adaptamos com o que se foi. Depois da barata, somos o ser vivo com maior poder de adaptação ao meio.
Mas, diferentemente da barata, somos um ser complexo, absolutamente complexo e desenvolvemos ao longo dos tempos uma rede de sentimentos e costumes que jamais serão explicados, jamais serão sequer entendidos. Se formos enumerá-los a lista seria enorme e interminável. Desenvolvemos muito mais do que a habilidade manual e o uso da ferramenta para proveito próprio. Desenvolvemos relacionamentos extremamente complexos, com valores diversos e sempre regidos a base de troca.
Aprendemos a caçar, aprendemos a plantar, aprendemos a viver em comunidade, aprendemos a nos relacionarmos com nossos semelhantes.
Mas alguém já imaginou qual é a base fundamental destes relacionamentos? Alguém já se deu conta do principal elemento que rege estes relacionamentos extremamente complexos?
A troca!!!
É a troca que determina todo e qualquer relacionamento. É a troca que torna a vida em comunidade aceitável e em perfeita harmonia. em todos os graus de intensidade, de acordo com a força e fragilidade dos laços que regem o relacionamento, a troca é o sítio de ligação total.
Sem troca não há afinidade, não há aceitação, não há o convívio.
E, sem perceber, toda esta nossa evolução, toda esta caminhada até o convívio em sociedade, na constituição da família, vivemos à base de troca. 
Em todos os grupos constituídos a troca das mesmas idéias e ideais é base fundamental para aceitação.
Tornamo-nos iguais àqueles que admiramos. Temos esta necessidade de sermos aceitos e para tanto trocamos nossa individualidade, nossa personalidade, nossa opinião pela opinião, personalidade e individualidade deste grupo. Temos propensão a nos igualarmos aos nossos. E defendemos isso!!!
Então falando tanto de perda e para não perder o sentido deste texto, existe sim uma coisa a qual nunca nos acostumaremos a perder.... Uma coisa que não recuperamos e quando percebemos, não há nada mais a se fazer.
O tempo!
Este não volta. Não há arrependimento que faça o tempo voltar. 
E só percebemos que o tempo se foi quando nos damos conta que em algum momento de nossas vidas, fizemos a troca errada. 
A troca e o tempo. Interligados profundamente. Um rege o outro. Para o bem e para o mal.

os nossos

Muitos dias sem postagens, muitos dias sem as músicas do blog e aqui estou novamente diante da tela e com a responsabilidade de não deixar este projeto perder o sentido.
Claro que a desculpa é a mesma de todo blogueiro e que o tempo realmente está muito corrido e que o trabalho profissional me tira a disposição para o trabalho intelectual de escrever para vocês todos os dias.
Acreditem, tenho que correr atrás do prejuízo e estou fazendo isso como se fosse o meu primeiro emprego novamente. Estou na estrada e nada mais vai me tirar dela. Caminhando por cada cidade, entrando em cada loja resolvendo os problemas de cada parceiro acabo por me esquecer dos meus.
A mente está cheia de idéias e cheia de novidades porém não tenho conseguido escrever e compartilhar com todos vocês. O calor também está muito acentuado e isto tira o ânimo de qualquer um.... Isso faz-me refletir que nunca estamos satisfeitos com os excessos. Seja muito frio ou muito quente, sempre reclamamos.
Como reclamamos de nossas vidas o tempo todo. 
Por que agimos dessa forma? Por que o descontentamento constante com as coisas da vida? Por que sempre buscamos algo mais, algo além?
Uma coisa garanto a todos... Não é instinto.... Não mesmo....
Toda esta correria do dia a dia, todo este descontentamento e toda esta necessidade que temos de nos destacar, de nos sobressair, de sermos melhores que os demais. tudo isto advém de nossa atual cultura do ter antes do ser. tudo isto está parametrizado nesta nossa sociedade de consumo absoluto.
consumimos tudo o que nos vendem, sem atestarmos para a qualidade. Lutamos para sermos desiguais sempre tentando nos igualar às outras pessoas. Um paradoxo total.... Uma incongruência absoluta.

Queria deixar um conselho em caixa alta: NÃO TEMOS QUE SER MELHORES DO QUE NINGUÉM. TEMOS A OBRIGAÇÃO DE SERMOS MELHORES QUE NÓS MESMOS FOMOS NO DIA ANTERIOR.

Esta é, ou melhor, deveria ser, nossa única obrigação diária. Melhorarmos um pouco a cada dia. Para nós e para os nossos.
Não se cresce sem sacrifícios a abdicações. Não se cresce sem desprender tempo, sem paciência. Não se cresce sem a ajuda de quem nos ama.
Não se cresce sem pagar um preço. Não se cresce sem gratidão.

Enchemos nossas cabeças de tantas metas, tantos objetivos que acabamos perdendo muitos valores pelo caminho... Retroceder e começar o caminho novamente sempre é a melhor opção.... Catar os cacos espalhados pelo chão é uma ótima oportunidade de revermos nossa estrada e apreciar tudo aquilo que estávamos perdendo pela pressa....

Melhorar para nós e para os nossos... Os nossos!!!! Isto sim é importante!!!!




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Despedida

Amigos e companheiros de blog, gostaria de me despedir de vocês de forma simples e sucinta.
A quem desagradei, peço minhas sinceras desculpas porém ratifico que tudo foi escrito com a essência de meus sentimentos no momento. Cada palavra escrita ou até mesmo aquelas que apaguei e repensei foram feitas com a mais absoluta certeza de meus sentimentos e centradas com a verdade.
A quem agradei, agradeço pela companhia, pela cumplicidade, pela paciência, pelo entendimento e pela amizade e amor demonstrados durante estes quase três meses de convívio diário.
A vida deve seguir e a natureza deve completar o seu ciclo, deve reciclar seus elementos, deve decompor tudo novamente a simples átomos para que estes formem novas moléculas e estas novas substâncias.
É necessário sair de cena. É necessário passar a responsabilidade do blog para outras mãos e principalmente para outras idéias e outros pensamentos. É hora do novo. O velho deve sair de cena.  O último ato.
E ao fim deste último ato não peço aplausos e nem vaias. Não peço admiração ou críticas. Peço apenas compreensão. Tudo o que necessito no momento é de compreensão.
Não estou sendo covarde e nem tão pouco abandonando meus conceitos, minhas convicções. É realmente necessário que a velha árvore caia para seus brotos crescerem fortes e fartos. Apesar de toda a sombra que esta velha árvore proporcionava, os seus frutos já não estavam saciando a fome de ninguém.
O tempo passa. Nada dura perante a ação do vento que tudo erode. Nem a rocha!!!
Antes de partir, deixo meu coração blindado, lacrado. Porém minhas experiências estão todas aí nos textos, servindo de exemplos (certos ou errados). Podem usar à vontade.
Garanto que o blog não terminará. Continuará sendo escrito e atualizado constantemente e o deixo em boas e novas mãos. Podem acreditar. Estarei por perto se precisarem, nem que seja por pensamentos!
Obrigado a todos!

sábado, 20 de outubro de 2012

Mãos sujas de barro

Alguém já reparou na cena de uma criança na praia indo buscar água em seu pequeno balde na margem para encher um buraco que ela mesma cavara mais para cima?
É uma cena divertida pois a criança carrega aquele balde cheio de água, coloca cuidadosamente a água no pequeno buraco, a água infiltra pela areia abaixo e a criança corre novamente em direção do mar para pegar mais pois em sua inocente cabecinha, uma hora a água vai parar de fugir pelo buraco e sua piscininha ficará cheia.
Os pais se divertem e dão risadas daquele esforço inútil de seus filhos.
E as crianças vão crescendo, vão perdendo a inocência e acabam esquecendo desta pequena lição da vida.
Quantas vezes vemos pessoas com as mãos em concha, segurando em uma delas um punhado de água e na outra um punhado de terra, subindo os degraus da vida?
Com muito cuidado, com muito esforço para que não deixe cair uma gota ou um grão, as pessoas olham para frente, tentando manter o equilíbrio, com o suor no rosto, pernas trêmulas, sem sequer poder olhar para os lados, passo a passo, com aqueles dois materiais preciosos em suas mãos.
Inevitavelmente, ao final do caminho, muito terá se perdido, muito terá descuidadamente caído de suas mãos, um pouco de água e um pouco de terra. Algumas vezes nada sobra e chega-se no final da estrada com as mãos vazias.
Vamos prosseguir esta metáfora denominando a terra de família com todas as suas tradições, ensinamentos, todas as suas morais, todos os seus caráteres. Com todos os seus ensinamentos e hierarquias, com todos os passados e todos os futuros representados por um punhado de terra.
Vamos denomiar a água de carreira, de emprego, de dinheiro que sacia, que mata a sede, mata a fome. Os bens materiais e tudo o que o dinheiro pode proporcionar.
É assim que caminhamos na nossa estrada, é assim que vamos tentando equilibrar as duas matérias para não deixar que nada se perca pelo caminho. Mas é impossível.
Muitas vezes nem é preciso chegar ao fim da estrada para perceber que tudo se perdeu pelo caminho em um e outro descuido, entre um e outro deslize. Seja com a família, seja com a carreira.
Quantos adultos conhecemos que não são comletos, que lhes faltam um bom emprego, uma realização profissional ou quantos mais não têm uma família para se reunir aos domingos, celebrar e discutir as coisas da vida?
Quantas pessoas conhecemos que se lamentam do passado deixado para trás, da terra que virou poeira enquanto tentava não deixar a água cair?
Quantas pessoas conhecemos que estão neste momento passando por isso?
Mas vejam como a vida é sábia e vejam como somos absolutamente ignorantes quando se trata de aproveitarmos as oportunidades de raciocínio que temos...
Uma mão com água, outra com terra... 
Unindo as duas, BARRO... A origem do homem. BARRO, A concepção da divindade.
BARRO, a condensação da terra e da água, a família e a carreira unidas em uma mistura homogênea, maleável e muito mais fácil de carregar com as duas mãos ao mesmo tempo.
Fôssemos nós mais inteligentes, mais crianças por mais tempo, perceberíamos a sabedoria daquela criancinha que na verdade não estava querendo encher seu buraco com água e sim criando o barro para moldar seus castelos.
Viver melhor a vida, deixar sua marca cimentada na estrada implica em sujar as mãos de BARRO....

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

16 anos de casamento

Queria poder escrever para vocês um texto bem bonito e romântico, daqueles em que o marido exalta a esposa e faz juras de amor eterno. Daqueles onde o homem declara para tudo e para todos e coloca a sua família em primeiro lugar.
Queria escrever uma declaração de amor eterno, de fidelidade, honra e dedicação. Queria falar dos bons momentos e de boas recordações do passado e planos para o futuro.
Não planos materias, não conquistas pessoais e sim falar de amor no tempo futuro.
Mas, como a outra parte disse " nem sei do que se trata", resolví colocar um texto que minha filha fez para a semana cultural sobre o nordeste. Ela fez um cordel...
E depois algumas pessoas dizem que os filhos não sentem a separação dos pais e que um dia irão superar.




O Fogo e a Roda

Nossos antepassados passaram a ser os dominadores entre todas as espécies quando conseguiram dominar o fogo e dele tirar proveito. 
Uma outra grande conquista que evoluiu nossa espécie foi a invenção da roda. A partir dela e de seu uso, a vida passou a ter uma nova conotação e a sobrevivência passou a ser muito mais fácil e satisfatória.
Estas duas conquistas, o fogo e a roda dão muito sentido às metáforas que passo a usar agora neste texto em relação aos sentimentos amorosos que CIRCULAM nossa vida (primeira roda). 
Nosso primeiro relacionamento amoroso se dá com a mãe (no caso dos meninos) e com o pai (no caso das meninas). 
Logo em seguida, já na infância, sentimos aquele ódio inexplicável pelo sexo oposto, onde puxamos os cabelos, batemos, beliscamos, mordemos sem saber o porquê. Sabemos que dentro de nós alguma coisa acontece que nos leva a sentir este desejo de atacar o sexo oposto. Isso vai acontecendo até mais ou menos 8, 9 anos de idade....
Depois os grupos se desfazem, se categorizam por sexo e as meninas se juntam com suas amigas e os meninos só pensam em futebol e videogames.
As meninas colecionam posteres dos artistas famosos, pintam as unhas, passam batons, vêem filmes românticos, usam roupas iguais, contam seus segredos umas para as outras. 
Os meninos se sujam, falam palavrão, se machucam, saem na briga, andam de skate, faltam aulas, ficam de castigo.
Até que, em cada uma destas turminhas, em cada um destes grupos, um casalzinho se destaca, começam a se olhar de forma diferente, sofrem a influência dos demais (as meninas ajudando e os meninos tentando impedir) e a união acaba acontecendo. É o fogo da paixão, é a roda da vida que traz o que antes era inimigo para o lado do amor.
O complexo de Édipo se quebra e os adolescentes se vêem prontos para o amor. E riem, e se desligam da família, dos amigos, das aulas, das vocações profissionais. Curtem o momento como se este fosse eterno. 
E todo este amor dura exatamente o momento da eternidade. E todo este amor é vivido, é devorado, é sentido com todas as forças pois é este o amor puro e verdadeiro. É este o amor pleno, o amor grátis, o amor que não se compra, que não se troca. é este o amor que idealiza o outro, que enaltece, que não vê defeitos e supera as dificuldades.
É este o amor que os adultos não aceitam, que colocam dificuldades, que impedem, que criticam, que julgam passageiro. É este amor que todos tratam com indiferença, que comentam "uma hora vai passar", "eu já passei por isso e no fim, acabei casando com outro", "isto é fogo de palha e coisa de adolescente".
E são estes comentários, e é justamente esta falta de apoio, esta falta de credulidade nos sentimentos dos adolescentes que por fim contribuem para o afastamento do casalzinho. E o fogo se apaga, e a roda da vida passa e leva cada um para uma extremidade do mundo.
E cada um segue a sua vida, e cada um toma o seu rumo. Cada um, distante, toma suas decisões, se envolve com outra pessoa, constitui família, cria e educa seus filhos em um relacionamento normal.
E isto pode durar a eternidade. E isto pode durar apenas o suficiente. Isto vai depender mais uma vez da roda da vida que em uma de suas voltas, faz as engrenagens se encaixarem novamente, faz o fogo voltar a acender, a queimar, a arder.
E a vida pode mostrar a todos que aquele amor, inconsequente, aquele amor irreverente, de adolescente, permaneceu escondido o tempo todo, a brasa acesa, no fundo da alma, dentro dos pensamentos, adormecidos para um despertar absoluto e definitivo. Para o fogo que tudo queima, que tudo clareia.
E clareia tanto que o passado volta, começa exatamente de onde parou, como se o intervalo não houvesse existido, adolescentes de novo, amor incondicional novamente. Mostrando para quem duvidava que amor verdadeiro é o primeiro. Amor primeiro não morre e a chama não apaga.
E nós sabemos que mesmo tendo inventado a roda, mesmo tendo conseguido controlar o fogo, nós humanos somos absolutamente incapazes diante do fogo do amor e das voltas que a vida dá.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Divórcio

Hoje recebí telefonema de uma advogada reivindicando o direito de sua cliente recomeçar a vida, começar tudo de novo repartindo os bens adquiridos ao longo de 16 anos de convivência.
Virou moda a partir dos anos 90 e a situação se potencializou na virada do milênio, esta questão de felicidade individual acima de tudo. Os diretos a felicidade e a facilidade para se começar tudo de novo.
As trocas de relacionamento, os casamentos acabando cada vez mais com menos tempo de união, o alto índice de divórcios, separações amigáveis ou não.
Propagou-se muito a idéia de que se não está dando certo, o melhor é cada um buscar seu caminho separadamente, individualmente, independentemente de bens e, pior, independentemente da existência de filhos ou mesmo a idade destes filhos. O que importa é ser feliz. É sempre buscar alguém que tenha mais e melhores qualidades, não aceitar os defeitos daquele parceiro que outrora fora o melhor, em busca de algo melhor ainda.
Evoluiu-se a tecnologia, os processadores, computadores, impressoras, celulares, televisores, automóveis, eletrodomésticos, redes sociais, evoluiu-se o relacionamento.
Evoluiu-se o relacionamento? Esta frase é verdadeira?
O relacionamento hoje é efêmero, é baseado na incerteza? Não se pode errar ou desagradar sob o risco de receber um telefonema de um advogado reivindicando o direito ao recomeço de vida de seu cliente?
Então é isto? É mesmo desta forma que tem que ser? E vamos aceitando a modernidade, vamos mostrando para nossas crianças estes exemplos, esta facilidade de começar de novo, independente de quem nos cerca, independente das pessoas envolvidas. Não temos mais tolerância aos conselhos, à adaptação, à aceitação.
Não temos mais as bases de moral, de ética, de família, de futuro e sacrifício.
E vamos nos acostumando com isso, nas novelas, nos filmes, nos vizinhos, nos amigos até que isto chega dentro de nossa casa e mudamos de lado. Aquilo que nunca queríamos para nós agora faz parte de nossa rotina e somos mais uma família que não deu certo junta e que a felicidade será melhor para todos se separados.
E o que poderia ter sido feito? Nada!!! começo a acreditar que nada poderia ser feito. Já nasceu errado e uma hora teria mesmo que acabar... Prefiro pensar assim do que ver que este final já estava escrito e o último capítulo só me foi entregue no dia de ser gravado. O futoro de meu personagem já estava escrito e o autor escondeu até o final, até o último dia.
Mas será que acabou? Será que esta novela passará de novo à tarde (vale a pena ver de novo). Não... com certeza não...
As consequências estarão sempre assombrando nossas vidas, os frutos obrigatoriamente terão que ser colhidos ou apodrecerão em árvores também podres.
Dava para adubar, dava para cuidar, dava para construir uma cerca bem alta no nosso jardim para que ninguém entrasse e pisasse na nossa grama. Faltou mesmo é vontade e compromisso. Cuidou-se de outro jardim, regou-se outra planta, adubou-se outra árvore.
Nosso jardim foi invadido, e nossa grama foi pisada, pisoteada, náo havia cerca, não havia proteção. Nunca houve. O tempo para construir cercas, adubar, regar, tirar as ervas daninhas foi comprometido com outras coisas, umas fúteis outras importantes.
Agora falta apenas apagar a luz.



terça-feira, 16 de outubro de 2012

Remorsos

Existem várias formas de se perder uma pessoa ao longo da vida.
Umas por força da ação da natureza, outras por acidentes, outra por atitudes. Umas por vontade própria outras por imposição.
Quando perdemos um ente querido por falecimento, sofremos das maneiras como a situação exige. Desde o grau de parentesco, idade, afinidade e mesmo circunstâncias. 
Um parente distante, que não vemos faz tempo e que está sofrendo de uma doença progressiva nos fará falta porém de forma menos intensa do que um jovem que acabara de sofrer um acidente de automóvel ou vítima de um assaltante impiedoso.
Quando perdemos de súbito alguém e somos obrigados a continuar com nossa vida, naturalmente vamos nos adaptando e readaptando nosso estilo. Obviamente as lembranças são e se tornam mais acentuadas no início porém estas sinapses vão se enfraquecendo com o passar do tempo e as memórias mesmo continuando não causam as mesmas dores do início, até por que a perda fora inevitável e irreversível. O instinto de sobrevivência fala mais alto e os projetos de vida devem ser tocados.
Estudos indicam que em caso de casais, onde marido e mulher viviam em conflito e um dos dois acaba falecendo, a parte que fica leva em média 10 anos para superar a dor da perda e voltar a viver normalmente ao passo que um casal harmonioso quando ocorre o mesmo fato, esta média de tempo cai para apenas 5 anos. 
Isto comprova que a perda de alguém não está diretamente relacionada com a ausência futura e sim pelos atos feitos ou deixados incompletos no passado. A dor da perda está mais relacionada ao remorso do que propriamente do porvir.
Então, mesmo exaltando o futuro e mesmo querendo construir um futuro sempre melhor, podemos deduzir que estamos demasiadamente e inevitavelmente presos ao passado. Ao que fizemos e deixamos de fazer, aos remorsos e arrependimentos. 
O Passado rege todo nosso futuro e o problema está exatamente na impossibilidade de alterá-lo. O remorso está nesta categoria de sentimentos perpétuos, imutáveis. Podemos deixar de fazer algo ou mesmo fazer algo intencionalmente, podemos planejar o futuro porém o passado mesmo sepultado, nos persegue, ilumina e assombra todos os nossos momentos. É o único lugar que não alcançamos mais e é o único lugar que abriga os nossos erros.
E quando perdemos uma pessoa em vida? E quando, involuntariamente, contra nossa vontade, uma pessoa resolve morrer apenas na nossa vida?
São duas mortes pois ambas as pessoas envolvidas, a que quer morrer e a que sofre com a morte, possuem um passado comum.
Quais os sentimentos que nascerão a partir desta morte e quanto tempo estes irão durar? O passado é imutável e as memórias nos perseguirão para o resto da vida.

obs.: Neste texto devo ressaltar que o remorso não é um sentimento que carrego. Isto posso garantir.



VIagem

Algumas pessoas me perguntaram sobre as postagens, sobre os textos no blog que estão diminuindo de frequência e os motivos que estão levando à esta escassez de idéias.
Chegaram inclusive a comentar que é assim mesmo, que meus projetos no início são com muito empenho mas que com o tempo eu vou me desinteressando e acabando por deixar de lado.
Bem, digo que não é bem assim e que os textos continuam fluindo aos montes em minha cabeça e que o projeto continua porém o que está me faltando é mesmo tempo agora que retomei minhas viagens pelo Espírito Santo à dentro! Ontem estive em Conceição da Barra e Pedro Canário. Hoje estou em São Mateus e devo terminar o dia em São Gabriel da Palha. Me resta pouco tempo livre para escrever. Penso o tempo todo, tenho idéias que gostaria de passar para o blog porém na estrada fica tudo mais difícil.
E por falar em estrada, depois de quase um ano sem esta rotina de viajar, percebí que tudo ficou mais difícil do que eu imaginava. Antes haviam os emails e os torpedos constantes que ajudavam a engolir os quilômetros a percorrer. O tempo todo o celular apitava indicando uma mensagem porém agora não há mais isso.
Não imaginei que seria assim. Sabia que seria diferente agora e realmente está sendo. Não posso dizer que estou gostando mas é mais uma das coisas que terei que me adaptar obrigatoriamente.
Sinto uma melancolia profunda, um não sei o quê de sentidos que fazem as horas perderem sua sequência. Realmente queria ter um daqueles neutralizadores mentais da franquia Homens de Preto. Com certeza eu ira usar em mim mesmo pois uma das maiores armadilhas que uma pessoa pode cair são seus próprios pensamentos, são suas próprias memórias.
Este texto está mais parecendo um diário de bordo e acho melhor eu terminar por aqui antes de começar a exalar todo o rancor que tenho carregado dentro de mim. Amigos, é inevitável este rancor. Acreditem!!!
Sei muito o quanto faz mal carregar sentimentos negativos porém, alguns deles são obrigatórios.
Falta uma semana para mais uma grande virada em minha vida. Vamos ver o que o futuro me reserva.

Algumas fotos das cidades que estive ontem e hoje!!!

conceicão da barra


pedro canário



são mateus


domingo, 14 de outubro de 2012

Viver o amor

Então de que adianta ir à praia e não molhar os pés na água, encher o corpo de pequenos e grudentos grãos de areia e chupar um picolé?
Então de que adianta assistir um filme na frente da televisão e não fazer um panelão de pipoca com guaraná para passar o tempo?
Então de que adianta ter uma verdadeira biblioteca em casa e não abrir um livro para ler de vez em quando e deixá-los só acumulando poeira?
Então de que adianta tantos vinhos de ótimas safras descansando em adegas, tantos brinquedos guardados para não serem quebrados, tantos sapatos brilhando por falta de caminhadas, tantos band-aids dentro das gavetas sem encostar nos nossos corpos?
De que adianta guardar, economizar, não usar tantas coisas que temos na nossa vida por medo de perder, quebrar, enjoar?
Assim é o amor!!!
O amor deve ser vivido em toda sua plenitude. Se vai doer ou não, que se dane. Tem que ser saboreado, aproveitado, cantado, versado, prosado, sentido.
O amor precisa ser vivido plenamente. O amor não pode ser contemplativo. Mais dia menos dia ele vai doer, mais dia menos dia haverá a separação. Pela vida ou pela morte, haverá a separação. Então viva o amor enquanto ele não dói pois, doer, ah.. isso ele vai!!!


Rosas e espinhos

Ninguém é sempre rosa, ninguém é sempre espinho. Transitamos entre as categorias de acordo com as pessoas, de acordo com o tempo e principalmente de acordo com as conveniências.
Temos a capacidade de exalar os mais doces aromas através de nossas pétalas e causar os ferimentos mais ardidos com nossos espinhos. E sabemos disso e usamos isso. Algumas vezes conscientes outras não porém conhecemos nosso poder e escolhemos as pessoas para recebê-lo com intensidade.
Então a verdade vai chegando aos poucos, em doses homeopáticas, juntando o quebra-cabeças que estava espalhado na minha vida.
Ainda bem que estas doses estão vindo aos poucos pois o veneno do espinho é tão forte, tão intenso que talvez eu não tivesse imunidade suficiente para suportar seus danos.
São rosas que trazem os espinhos, sem saber, coitadas. São elas que com seu doce aroma tentam perfumar minha vida e acabam perfurando a minha alma.
Perfumam minha vida e perfuram minha alma. Minhas doces e pequenas rosas.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Relacionamentos

Pois é.... é isto mesmo... Não adianta mais encontrar justificativas. Eu sou errado e sempre estive errado. Não sou homem de muitas mulheres mas as poucas que eu tive me entreguei incondicionalmente e aprendí com muita dor que este não é o melhor modo de se amar.
Posso me expressar, posso resumir a minha  vida sentimental em apenas quatro relacionamentos. Desde o início aos 13 para 14 anos de idade até agora aos 43.
O primeiro foi o da emoção, foi o do deslumbramento, do primeiro beijo. Foi o dos sonhos.
O segundo foi o do amor verdadeiro, adolescente, fantasioso, escolar, com a turma, com as descobertas, com o primeiro ato sexual, o inesquecível e o inexplicável.
O terceiro foi o da rebeldia, da impossibilidade, da revolta, da luta, dos enfrentamentos, da separação e da dor.
O quarto foi o da família, da constituição, da estabilidade e do infinito.
Uma das coisas que me orgulho é que em nenhum deles precisei me desviar, em nenhum deles precisei experimentar outros sabores. Nunca em minha vida houve uma traição, não originada por mim. Em 30 anos de envolvimento emocional jamais precisei usar deste subterfúgio para me impor perante minha parceira ou mesmo perante os amigos. Acho que a fidelidade é o maior presente que um parceiro pode ofertar para o outro e a fidelidade é o segredo para um relacionamento duradouro e estável pois não havendo motivos para desconfiança não haverão as cobranças e a insegurança que minam qualquer tipo de sentimento.
Não é dinheiro, não é status, não é escolaridade e nem é beleza que sustenta uma relação. É apenas a confiança. Não havendo confiança, haverá o desequilíbrio e inevitavelmente ao menos uma das partes sofre e muito, quando não as duas partes.
O que eu nunca aprendí durante estes anos todos foi justamente me olhar. Eu sempre pensei da seguinte forma: Quando se ama, um cuida do outro!! Ledo engano (para quem não sabe, ledo engano é um erro que se comete de boa fé. sem intenção). Ledo e doloroso engano. Não é assim que a coisa funciona. Não se pode descuidar de sí pois não há garantia que o seu parceiro estará fazendo a parte dele.
E aí eu parei no tempo. Peguei minhas 24 horas diárias para cuidar dos outros e não de mim. Sempre fiz isso, do número 1 ao 4. O problema foram os anos que estes duraram...
Outro erro meu foi ser otimista... sempre acreditando no amor que não dói.
Mas o amor dói. Seja qual for o amor, ele dói. O amor não é um sentimento individual. O amor é uma profusão de sentimentos secundários e adversos, opostos pelo vértice, que se enfrentam diariamente, a cada instante. Não há equilíbrio no amor. E todo desequilíbrio dói.
E por que falo tanto em dor agora? Por que insisto tanto em falar em dor e em sofrimento?
Justamente por que o amor para existir se alimenta de vários elementos. Tempo, dedicação, renúncias, sonhos, esperanças, sorrisos, expectativas, resignações dentre tantos outros nutrientes alimentam o amor e quando um dos lados resolve que o amor não existe mais, estes nutrientes são absolutamente todos perdidos.
Talvez seja a mesma sensação de um amputado que se vê obrigado a não usar seu membro no intervalo de um instante. Sem tempo para adaptações, sem poder se acostumar.
Então Cazuza já dizia que o tempo não para e realmente não para, as horas passam assim como os dias e os meses. As datas se perdem e o que era comum torna-se nostalgia.
Já se foram dois aniversários, dois feriados e um dia das crianças. E isto é só o começo!!!
E neste momento de dor, garanto que estou pronto para amar novamente!!!

3000

Bom dia a todos e em especial às crianças que comemoram hoje seu dia! 
Mais do que presentes, mais do que brinquedos, desejo a estas pessoinhas, que t:êm de 1 dia até 99 anos (pois a criança está na essência da alma e não nos dias vividos) toda a felicidade do mundo. Felicidade estabelecida em família, na união de seus pais e parentes pois as prateleiras das lojas estão abarrotadas de opções dos mais variados preços e tipos porém a união familiar está cada vez mais difícil de se encontrar.
Então desejo o sorriso nos lábios e a mente leve, solta, feliz.
Desejo aos pais das crianças, sabedoria, discernimento, sacrifício e principalmente, uma boa memória. Desejo aos pais das crianças que dediquem parte de seu dia, parte de sua vida ao exercício de relembrar o passado, as coisas boas e ruins desta fase para tentar filtrar, separar e entregar aos seus filhos uma bela e variada refeição para nutrir os seus futuros.
Hoje são 3000 acessos ao blog e só tenho a agradecer à paciência que todos estão tendo comigo.
Afirmo que ainda não consegui passar um dia sem pensar, sem remoer, sem sentir um calafrio na alma. Afirmo que ainda tenho sobressaltos noturnos, ainda tenho a cabeça bem confusa e inconformada porém garanto que escrever tem feito muito bem a mim. 
Tem me feito expressar através de letras silenciosas e de forma mais elegante tudo o que eu queria estar gritando feito um louco pelas ruas.
A insensatez atinge todos os lados. Manter o equilíbrio não tem sido fácil mas a vida segue e, embora ainda não visível, sei que a luz no fim do túnel está lá e vou caminhando.
Obrigado a todos!
Sinto falta dos comentários mas... fazer o quê?!?!



284601 crianca sorrindo02 Como se comemora dia das crianças em outros países


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Escultores

Mais do que uma profissão, uma arte, a manipulação de materiais para dar forma a algo que vêm da alma de seu criador, a escultura encanta nossos olhos à séculos e séculos.
Transformar madeira, pedra, ferro, vidro, metal, dando-lhes as mais diversas formas, tamanhos e cores é um dom que poucos têm.
Dar forma, criar algo novo, reciclar, tornar útil, agradável, decorativo, reflexivo por muitas vezes.
Então, acredito que somos todos escultores em vários momentos da vida pois temos o dom, muitas vezes não percebido, de transformar as pessoas com as quais convivemos.
A cada dia que passamos na presença de uma pessoa, vamos deixando nossa marca, nosso padrão, nossa forma, nosso jeito. Vamos aos pouco modificando as pessoas com as quais convivemos, na maioria das vezes ao nosso próprio favor, outras por acomodação, tantas outras por amor, carinho e cuidado.
O que realmente importa é que inevitavelmente moldamos de alguma forma toda e qualquer pessoa com a qual convivemos e por conta disso temos que ter um senso de responsabilidade imenso pois o resultado, a obra prima que criamos será analisada sob este aspecto. Os dividendos, os lucros, o deslumbramento pela obra será proporcional ao bom trabalho que desenvolvemos.
Difícil é nós darmos devida atenção à esta dádiva pois muitas vezes somos desconhecedores de tamanha responsabilidade e agimos com tal egoísmo que não acreditamos que o que torna as pessoas o que elas são depende diretamente da nossa ação sobre a matéria prima que são as suas vidas.
Não aceitamos o comportamento das pessoas, não concordamos com suas decisões, desrespeitamos suas vontades sem nos darmos conta que fomos nós mesmos os responsáveis pelo que recebemos pois passamos cada momento transformando aquelas pessoas no que elas são.
Mas da mesma forma que moldamos, somos moldados por cada pessoa que entra na nossa vida. Nos transformamos naquilo que as pessoas querem que sejamos ou ao menos no que elas merecem de nós.
Os relacionamentos humanos são extremamente sensíveis e inesperados. Uma rede de sentimentos e interesses, de se dar e receber sem fim. Decepções e alegrias, cobranças e realizações. Passamos toda nossa vida desta forma e quanto mais os tempos avançam, quanto mais a modernidade nos atinge, menos pessoas conseguem se relacionar de uma forma igual, sem exageros e sem diferenças.
O individualismo está cada vez mais imperando, cada vez mais prevalecendo em detrimento à relação baseada da troca. Queremos moldar, queremos ser escultores mas não aceitamos mais sermos matéria prima. Temos preguiça de aceitar a mudança que as pessoas geram em nós, temos egoísmo de sobra o que impede o caminho da volta. Abrimos apenas o caminho do receber, não aceitamos mais o dar, não aceitamos mais sermos cobrados pelos benefícios que recebemos.
Precisamos encontrar o ponto de equilíbrio entre escultor e matéria prima. Temos que recorrer imediatamente aos antigos, aos mais velhos e experientes, àquelas pessoas que conseguem exercer este dom, aprender com os mesmos a vencer estas barreiras do egoísmo, da inflexibilidade.
Temos que exercer o dom de dar, de ceder, de compartilhar, de nos colocarmos às vezes em segundo plano para deixar outra pessoa brilhar, temos que aprender a ensinar, comemorar as vitórias de outras pessoas, aprender que a realização pessoal depende de alimentar sonhos e esperanças em nossos semelhantes.
Temos que aprender a viver em comunidade, temos que aprender a não mentir, independente da dor causada pela verdade, temos que aprender o contentamento, a saborear o momento após uma luta, temos que aprender a descançar, temos que aprender que conceitos e concepções existem o tempo todo sobre nós porém não tem importância alguma pois não precisamos ser iguais para sermos importantes. Temos que aprender para quem realmente precisamos ser importantes pois podemos passar anos e anos tentando chamar a atenção de alguém que no fim das contas não vale o sacrifício e deixamos pessoas nos esperando, com suas vidas paradas, aguardando por nós.
Temos que aprender que o sucesso é efêmero, que o insucesso é efêmero, que um dia atrás do outro é a regra mais fundamental que existe. Temos que aprender sobre vários sabores porém gostar mesmo de poucos. Temos que ouvir várias músicas, vários ritmos, vestir roupas coloridas, conhecer vários lugares mas ter sempre um lugar acolhedor para voltar.
Temos que aprender a não fechar portas, a não usar os sentimentos e boa fé das pessoas. Temos que aprender a guardar as pessoas, cuidar delas, ou dela, que seja apenas uma só porém a suficiente.
Temos que aprender a escolher e seguir nossa escolha até o fim pois no fim, tudo seria igual em qualquer caminho. Não existe felicidade no fim da estrada. A felicidade está no caminhar. A felicidade está no que se apanha no meio do caminho, nos valores agredados, nos filhos, na família, nos momentos, nas datas, no sorriso e no choro. Existe felicidade até na dor. O fim da estrada é apenas o fim. A felicidade não precisa ser um objetivo ou um objeto. A felicidade precisa ser propagada.
Precisamos aprender a ser matéria prima nas mãos de nossos escultores.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

historiadores


Tenho verdadeira admiração por todo e qualquer profissional que exerce sua função com amor e dedicação pois são anos e anos de estudo, anos e anos de pesquisas e conhecimentos até que todos os ensinamentos são colocados em prática e o exercício da profissão é reconhecido.
Muitas renúncias são feitas, muitas festas perdidas e muitas horas de solidão a fim de obter a excelência por conta da vocação. 
Poucos são os profissionais que fazem o que realmente gostam, unindo o útil ao agradável em uma sincronia que leva à uma vida de realização.
E hoje um destes profissionais merece a minha atenção em especial. Poderia falar de biólogos, médicos, arqueólogos, bombeiros, astrônomos, engenheiros, advogados, enfim, poderia falar de uma gama de profissionais sem fim porém resolví falar sobre os HISTORIADORES.
Aqueles profissionais que buscam os fatos passados, narram todas as fases da evolução, juntam peças, especulam, entrevistam, argumentam, vão à fundo para trazer a verdade dos acontecimentos, os motivos e as consequências do rumo desde uma pessoa até nações inteiras.
O comportamento de povos, a ascensão e queda de impérios, as minúcias, os grandes homens, as grandes mulheres que ampararam e ajudaram a derrubar estes grandes homens. O destino dos povos de um modo em geral.
O grande fruto do trabalho dos historiadores é justamente a comprovação dos fatos que nos servem como exemplos para o futuro. No passado o historiador nos mostra os motivos que regem nosso presente e futuro. Através de suas narrativas, obtemos conhecimento suficiente para trilhar os caminhos de nossas vidas.
E o mais interessante, o paradoxo disto tudo é que todos nós somos história e também historiadores.
Somos propagadores de casos passados, de experiências adquiridas, de exemplos de erros e acertos. Sempre seremos objeto individual de estudo de outras pessoas. Sempre seremos cobrados pelo que fizemos no passado e os frutos serão colhidos no futuro através de nossas gerações. 
Opiniões serão emitidas a nosso respeito por diversos outros historiadores individuais, amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho, conhecidos e desconhecidos. Fazemos nossa história para todos e somos ao mesmo tempo historiadores de suas vidas em uma profusão de casos e acasos. É um círculo vicioso do qual não temos como fugir.
Fazer a nossa historia com o menor número de erros possível e contar a história dos outros através de nossas considerações, de nossos conceitos, nunca foi e nem será fácil. Temos sim satisfação a dar para todos, todos os parentes, todos os amigos, colegas e conhecidos. 
Ser historia e historiadores ao mesmo tempo!!! Cuidar para não cair em erros e preconceitos, avaliar bem antes de emitir um parecer sobre outra pessoa, agregar a outra pessoa uma qualidade, um adjetivo, um conceito, bom ou mal, categorizar esta pessoa entre o certo e o errado, entre o exemplo a ser seguido ou evitado.
Saber entender os conceitos que fazem ao nosso respeito, respeitar as considerações que as pessoas tenham sobre nós mesmos, independente se estas nos fazem orgulhosos ou não, se são justas ou não. Respeitar a história que escrevem ao nosso respeito.
Uma grande pessoa, um grande ser humano sem dúvida consegue transitar entre estas duas fases com maestria, ponderando e considerando todos os fatos pois um grande ser humano carrega dentro de sí algo único, algo exclusivo. O historiador sobre a sua própria história.
Ninguém melhor do que si para escrever sem erros, a sua verdadeira história, mesmo que este livro jamais seja publicado, jamais seja lido por outra pessoa.
Carregamos dentro de nós um Juiz correto e implacável, que sabe de todos os nossos erros, que conhece cada um de nossos defeitos. Nos julgamos culpados a todo momento porém, como disse em outro texto publicado neste blog, nossos jurados são complascentes demais e dão nos o direito de continuar errando para o resto de nossas vidas.

Preço

Encontrei com uma pessoa hoje no centro da cidade que me deu uma importante notícia!
Minha vida já tem um preço!!!
Engraçado pensar desta forma mas não consigo agir de outra maneira. Minha vida já tem um preço. Ou pelo menos metade dela já tem!
Não perguntei quanto custa e nem fiz questão de saber. Valores (ao menos os materiais) não me importam agora. A única coisa que consegui imaginar é a perda que todos sofreremos pois, independente do lugar, ou do estado de conservação, ou do cheiro dos animais ou do mato que cresce no quintal ou da desorganização e bagunça, não há como negar que uma casa é sempre uma casa e mais do que isto, toda casa um dia já foi um lar.
Lar no melhor sentido das palavras é o que constituímos dentro dos valores morais. Estes são invariáveis, podem estar nas favelas, palafitas, conjuntos, mansões, apartamentos. Estes são transmitidos para os filhos, dos filhos aos netos. 
Casa, tijolo, cimento, madeira, porcelanas... são matéria, são moldados para uso. Estão lá para serem  usados. Estes têm preço.
As memórias, as recordações, boas ou ruins, carregaremos para sempre em nossas cabeças. Estas também não tem preço, têm consequências....

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

19 de outubro

Sinceramente estava preocupado com o post do blog para esta data. Gostaria de escrever algo bem bonito, bem nostálgico e com muito amor. Relembrei vários momentos de minha vida, de vários sonhos, projetos, dificuldades, superações e promessas. Lembrei das crianças ainda bem pequenas, das músicas da Xuxa o tempo todo na tv e das cantigas no ônibus indo para a creche. Lembrei dos aniversários, dos natáis e dias das mães, dos pais, dias de ano novo que sempre estávamos na praia vendo os fogos de artifício.
Relembrei várias doenças, nebulizações, roupas que se perderam por conta do crescimento, dos cortes de cabelo, das idas à praia, de ônibus muitas vezes. Das internações, das pirraças, arranhões, pontos no queixo, shoppings, domingos em casa, churrascos, risos e choros.
Relembrei um pouco de cada fase, relembrei um pouco de cada momento. 
Relembrei com imparcialidade, relembrei por ter vivido, tentando entender as coisas, tentando achar motivos por tudo ter sido da forma como foi. Não encontrei nada diferente, nada fora do normal em nenhuma das situações. Não encontrei nada que justificasse o injustificável. 
Então comecei a comparar a minha vida com a vida de outras pessoas e pude constatar que esta também estava absolutamente dentro dos padrões de evolução. Estávamos crescendo, estávamos conquistando coisas, na velocidade em que elas podiam ser conquistadas. Mais ou menos da mesma forma como a vida das pessoas ao nosso redor também evoluía.
Tínhamos saúde, tínhamos uma casa, tínhamos nossos corpos em perfeito estado de produtividade, tínhamos o amor e a cumplicidade de nossos entes queridos.
Tínhamos tudo o que merecíamos, tínhamos tudo o que conseguimos ter. 
Eu, particularmente, não tinha mais grandes ambições, grandes planejamentos, não vislumbrava outra vida tão diferente da vida que eu tinha, uma vez que estávamos felizes.
E aí me dei conta das datas, como a proximidade do 19 de outubro, depois o 7 de novembro, depois natal, depois ano novo, depois 15 de maio e daí por diante. Percebí que haverão formaturas, haverão festas, haverão reuniões, haverão tantos dias importantes em que não haverá o que sempre houvera.
Fomos privados disso. Fazemos parte agora de estatística. Somos mais uma família que estatisticamente não deu certo e em que cada parte do par tem o direito de ser feliz independentemente de datas e comemorações.
Fazemos parte daqueles grupos de pessoas que tiveram que começar tudo de novo, em que a vida mostrou que não adiantava mais tentar junto e que separado as chances de felicidade aumentariam.
Fazemos parte daqueles grupos em que os novos psicólogos gostam de enaltecer a coragem e a determinação de dar uma virada na vida, de abdicar de tudo o que já se conseguiu em busca do momento, em busca do instantâneo.
Fazemos parte daquele grupo de pessoas em que sempre vai estar faltando alguém, seja no almoço de domingo no shopping, seja na páscoa, seja no dia das crianças, seja no nascimento dos netos, em qualquer ocasião.
Fazemos parte do grupo de pessoas que têm hora marcada para pegar e entregar os filhos na esquina de casa, na portaria dos edifícios, no fim de aula numa sexta feira. Fazemos parte do grupo de pessoas em que a felicidade estará sempre dividida.
Somos estatística agora. Mudamos de categoria. As crianças vão superar e vão entender um dia. Piada.
Não, não vão. Até para que a felicidade seja plenamente vivida, devemos torcer para que as crianças jamais entendam...
Então percebo que não haverá mais datas, não haverá mais comemoração por este ou por aquele dia. Os dias são iguais e tem sempre a mesma duração e importância. Não há um dia especial, não há uma data em que a felicidade foi maior ou menor.
Não quero me lembrar de um dia em que oficialmente depositei minha vida na vida de outra pessoa.
19 de outubro, dia do nascimento de Vinícius de Moraes, o poeta, nascimento de Dom Pedro I, o dia que Napoleão foi derrotado, O dia que Santos Dumont percorrei 11 km com seu avião os céus de Paris, o dia do nascimento de muitos Josés e Marias, o dia do casamento de muitos apaixonados, sonhadores, o dia da morte de muitas pessoas especiais na vida de alguém. 
São 24 horas como outras quaisquer, onde fatos acontecem, deixam de acontecer. Pessoas sonham e pessoas acordam, planejam, conquistam e fracassam. Só saberemos no decorrer dos outros dias.
Não há um dia especial sem os seguintes para mostrarem, para justificarem esta especialidade.



domingo, 7 de outubro de 2012

fotografias

Fotografias são traiçoeira, são uma faca de dois gumes.
Geralmente fotografamos o momento. Independente do lugar, das coisas, das ocasiões ou das pessoas contidas nas fotos, o que importa é realmente o momento.
E, como o próprio sinônimo (já ultrapassado) diz, o instantâneo tirado, registrado em papel é o que realmente queremos guardar. O instante. Não a pessoa...
Mas o instante está em nossas cabeças! Por que recorrer à imagem impressa para relembrar? Por que esta necessidade a não ser mostrar para outras pessoas aquilo que elas não puderam presenciar?
Então imagino eu que a fotografia seja para compartilhar com pessoas que não estiveram naquele momento, dos prazeres sentidos, da felicidade, da conquista.
Não vemos pessoas tirando instantâneos de velórios e enterros (a não ser dos famosos), não vejo casais tirando instantâneos de suas brigas, não vejo instantâneos de pessoas sofrendo. Geralmente são só os sorrisos que são captados. O objetivo é este.... Sorria!!!!! Diga "xis"!
É tão verdade o que eu digo que atualmente, de alguns anos para cá, as máquinas fotográficas já vêm com identificadores de olhos fechados, já vêm com programas que identificam o sorriso...
Ninguém diz:
- Feche os olhos e chore!!! Isso... fique assim que está bom!!!
Mas se são imagens de bons momentos, que nos recordam, nos remetem a momentos alegres, a lugares especiais, à datas importantes, por que então a fotografia é tão traiçoeira?
Por que como o próprio sinônimo (ultrapassado) diz, é apenas um instantâneo...
Instantâneo vem de instante, vem de momento. E os momentos passam, não retornam, os momentos existiram e existirão, eles mudam até de importância dado às condições de nossas vidas.
Quantas instantâneos são impiedosamente, brutalmente rasgados por conta da mudança de importância daquele momento?
Mas a dificuldade de se esquecer está proporcionalmente ligada à força que se aplica para rasgar uma fotografia.
Não é a força com que se rasga ou a quantidade de pedacinhos minúsculos que ajudarão a esquecer aqueles momentos.
Varrendo a casa encontrei debaixo do sofá um destes instantâneos..... Debaixo do sofá!!!


sábado, 6 de outubro de 2012

Oceano a fora ou oceano a dentro

- O que eu seria sem você? Um pedacinho de bosta flutuando oceano a fora!!!
- Não sua sonsa... Oceano à dentro!!! Se fosse oceano à fora, você estaria na praia!

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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Vai embora

Por que estamos do lado de alguém? Por que insistimos nos relacionamentos amorosos se estes não sempre um mistério quanto à intensidade e a durabilidade?
Geralmente procuramos uma pessoa que nos completa... A frase já é feita e percorre livros e a internet por muitos e muitos anos já... Uma pessoa que nos completa....
Mas esta frase é correta? Uma pessoa que nos completa? Pense bem.... Somos pessoas incompletas? e mais, somos pessoas incapazes de nos completar ao ponto de necessitarmos de outras para o fazerem por nós?
Incompleta é uma pessoa que usa uma prótese na perna, ou no braço. Uma pessoa transplantada é uma pessoa incompleta que precisou da vida de outra para manter a sua... 
O que é realmente ser incompleto ao ponto de precisar de outra pessoa? Significa a eterna incapacidade de melhoria?
Não podemos aprender a sermos completos com o que outra pessoa tem para nos oferecer? Precisaremos eternamente sermos dependentes de uma pessoa para sermos bons por inteiro? Ou só somos bons por inteiro ao lado de alguém que nos complete?
Acredito que esta frase não tenha nenhum sentido se nós não estivermos dispostos a aprender, aceitar o que nos torna incompletos e ir aos poucos aprendendo a ser como realmente queremos ser. Sanar nossos defeitos e nossas deficiências.
E por que uma pessoa me procura? o que nela falta que em mim pode servir para completá-la?
Por não saber andar devagar? Eu seguro
Por não saber sorrir? eu conto uma piada
Por não parar de chorar? Eu dou o lenço
Por estar cansada? eu carrego
Por estar desanimada? eu animo
Por falta de dinheiro? eu trabalho
Por falta de saúde? Eu cuido
Por falta de carinho? eu cuido
Por falta de orientação? eu oriento

Porém, dar-se exige um comprometimento e responsabilidade incomensuráveis. Exige uma dedicação e um desapego a si mesmo pois dar-se a alguém é um jogo velado. É uma troca inconsciente. Não é uma obrigação explícita, é uma obrigação inconsciente de retribuição... 
E qual é a recompensa???? A união eterna... Nos piores momentos... É aí que não se deixa entrar ninguém com algo a mais para oferecer, é aí que as palavras não podem iludir, é aí que a grama mais verde do lado não pode ser desejada. Nos momentos difíceis é a hora que devemos realmente olhar não o que nos falta mas sim o que estamos deixando de dar.... A troca é inevitável....
E quando a pessoa controla seus passos, aprende a sorrir, para de chorar, descansa, anima, ganha seu dinheiro, obtém saúde, carinho e se orienta?? e Quando a pessoa se completa? qual é a recompensa????

Ela Vai EMBORA....


Egocentrismo!!

Uma de minhas frases em um texto passado gerou um grande e entusiasmado debate e pr consequência, fui intimado a dissertar sobre o que eu quis dizer exatamente quando tive a idéia central sobre o que escreví.
A frese foi esta: Uma pessoa que só acerta na vida não é uma pessoa experiente.
Gente, não há nada a se explicar nesta frase... Ela é clara, lógica e evidente. Direta e objetiva.
Quem não erra, não sofre com as consequências de seus erros e não cria duas circunstâncias primordiais para o crescimento pessoal:
1ª - Sensibilidade à dor. Sem o peso da dor não há medo.
2ª - Fronteiras. Sem fronteiras, uma pessoa não aceita os limites estabelecidos pelos iguais, acaba sempre invadindo territórios e desconsiderando diretos e deveres.
A falta de fronteiras é sem dúvida um dos principais problemas de quem não se considera errado e que por conta disso não aprende com seus erros. A falta de fonteiras torna qualquer pessoa essencialmente egoísta, egocêntrica. A falta de fronteiras torna qualquer pessoa insensível e predadora.
Predadorismo... palavra aprendida nas aulas de ciências do 1º grau, que denotam meio de subsistência praticados por animais que caçam e se alimentam se suas vítimas.
Agora a aula é de português: Denotação e Conotação.
Denotação: Uso literal de uma palavra.
Conotação: Uso subjetivo de uma palavra.
Subjetivamente, predadorismo, predadorismo humano, no sentido de uso das pessoas para sustento próprio, tirando das memas exatamente o que elas possuem de melhor para obter vantagens pessoais. Escravidão da alma, cerceamento dos sentimentos, procedido por total abandono e indiferença à vitima.
Quem não erra e não tem a oportunidade de aprender com seus erros, torna-se uma pessoa assim, consequentemente indiferente aos sentimentos alheios, egoísta e autoritária. Intolerante às opiniões e conselhos, orgulhosa e prepotente.
Não obstante destas consequências, pessoas que agem desta forma costumam alcançar seus objetivos traçados pois não escolhem os caminhos a percorrer. Em muitas situações são pessoas de fácil projeção pessoal, profissional. Formadores de opiniões não devido ao seu carisma, impõe suas idéias pela força, pela determinação em detrimento ao convencimento. 
Não sei se a astrologia, numerologia ou qualquer outra gia explique e categorize pessoas que agem desta forma. Não sei se dia de nascimento ou ascendência astral possam causar propensão a esta ou aquela personalidade. Talvez a formação familiar, talvez a facilidade financeira, talvez as dificuldades e traumas da vida possam transformar as pessoas e levarem a atitudes deste tipo. Não sei...
Talvez o tempo, os avanços do intelecto, a globalização, aos tempos modernos, à liberdade de expressão confundida com imposição desta própria expressão... Sei lá.. são tantas as coisas, tantos os fatores a serem analisados que se eu continuar escrevendo não paro mais.
Temos pouquíssimos regimes ditatoriais vigentes ainda em nosso planeta e a população de um modo em geral está lutando para derrubar os que ainda restam mas parece que estamos vivendo ao redor de pequenos regimes tiranos, comandados por poucas pessoas que conseguem ainda impor suas verdades em grupos específicos, seja na família, seja na atividade econômica, seja na atividade social. Estamos nos curvando aos poucos à frente de pessoas insensíveis e egocêntricas como se fossem magnânimas.
Então, ao final deste texto, estão implícitos dois conselhos que podem ter passado despercebidos pelos leitores:

- Permita-se ao erro pois é através deste que aprendemos e traçamos nossas fronteiras.
- Não desista de tentar, independente dos erros cometidos pois a insistência é o que molda nossa personalidade para melhor.

Procedendo desta forma, nos tornamos pessoas mais simples, humildes e dispostas a aceitar dentro de nossas fronteiras, as sombras das pessoas que nos rodeiam!!!



jogo de xicaras

Carregamos pela vida uma série de experiências oriundas de ações seguidas de acordo com exemplos, de acordo com a educação recebida em casa e através de nosso circulo social, nossa convivência com as pessoas.
Somos a soma de tudo e de todos que passam por nossas vidas, alguns com mais influência outros com menos influência. Não somos únicos, não somos nem diferentes nem iguais a ninguém. Somos um pouco de cada um.
Nosso limite à dor, nossa tolerância às situações, nosso índice de satisfação e insatisfação, nosso contentamento, nossa disposição e falta de disposição, o modo como enfrentamos os problemas, o modo como convivemos com os problemas, nosso apego e desapego, a forma como educamos nossos filhos, nosso gosto musical, toda a nossa erudição, a inteligência, a moral e a ética. Tudo isso é o resultado de uma conta matemática de adição e subtração, sem variáveis, apenas números que não acrescidos e retirados de acordo com o que cada um tem a nos oferecer e demandar.
Bens materiais agregados ao longo de nossa jornada são resultados de nossos acúmulos de riquezas e podem ser perenes ou voláteis, de acordo com a nossa sorte comercial ou inexperiência perante aos negócios. A inteligência acadêmica é adquirida em função de nossos esforços e também de situações de ensino variáveis financeiramente e governamentalmente. Digo até que pessoalmente pois o intelecto deve ser alimentado dia após dia pela pessoa. Algumas possuem um metabolismo intelectual mais ativo, outras não... Metabolismo Intelectual!!! Que frase é esta???? já imaginaram quantas vezes o cérebro pede cultura ou quantas vezes ele não é alimentado culturalmente e vamos levando nossa vida com o que temos?
Então, pensando desta forma, podemos dizer que o que somos é o que recebemos de exemplos durante nossa vida inteira? Absolutamente certa a frase no que tange as atitudes que tomamos e deixamos de tomar ao longo da vida.
Algumas coisas não fazemos por incapacidade física, outras por incapacidade moral e outras por incapacidade intelectual. O mesmo se aplica às coisas que fazemos....
Em outro texto eu disse que uma pessoa que não erra é uma pessoa inexperiente. Pois se aprende com os erros e estes são a base que estabelecem nossos limites. Um erro geralmente causa uma dor. E ninguém quer sofrer....
Móveis, carros, jogos de lençóis, jogos de porcelana são heranças físicas, são bens consumíveis e são apenas lembranças de um passado glorioso ou não, servem para sentir orgulho, saudades, lembranças nostálgicas de um passado vivido, outras vezes apenas contado...
Nossa verdadeira herança, nosso legado, o que devemos mesmo nos orgulhar são das amarras, são dos limites estabelecidos, do convívio em família, do respeito às instituições, do suor pelo dinheiro trabalhado, das horas perdidas, das promessas feitas e cumpridas. 
Nosso legado é a PALAVRA. O COMPROMISSO. 
O que devemos deixar para nossos filhos, para acrescentar em suas vidas é justamente isso... são poucas coisas... são PALAVRAS, EXEMPLOS, HONRA, MORAL E ÉTICA.
Devemos deixar para nossos filhos a base que é a FAMÍLIA. Os ensinamentos!!!
Devemos deixar para nossos filhos a certeza que a felicidade compartilhada é muito mais, infinitamente mais importante que a felicidade individual....
A busca pelo desconhecido sempre nos leva realmente AO DESCONHECIDO!!!!



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Obra perfeita

Queria ter a inspiração para escrever o texto perfeito. Queria ser tocado por todos os sentimentos possíveis para escrever algo que se destacasse junto às pessoas, algo que as fizessem comentar, divulgar, ler e reler diversas vezes, algo que elas se emocionassem e que servisse de inspiração para às suas vidas.
Queria escrever A Monalisa, queria escrever as Piramides do Egito, queria escrever o Coliseu em Roma, queria escrever a Torre Eifel em Paris, queria escrever a Estátua da Liberdade nos Estados Unidos.
Queria a inspiração para escrever a 9ª sinfonia de Beethoven, o Requiém de Mozart, queria escrever as cataratas do Iguaçú, queria escrever o nascimento de um filho, os seus primeiros passos, suas primeiras palavras.
Queria ter a inspiração para escrever a emoção do primeiro beijo, a primeira noite de amor. Queria escrever a lua, ou melhor, o luar. Queria escrever o povo e suas crenças e costumes, queria escrever o campo, a roça.
Queria ter a inspiração para escrever o amor e todas as coisas que são maravilhosas em nossas vidas.
Gostaria de ter a inspiração para escrever o original, o novo, o que nunca fora escrito. A melhor receita de bolo, a melhor mistura dos melhores perfumes, os melhores sons para o ouvido, para o coração.
Queria ter a inspiração para surpreender, inovar, marcar a vida das pessoas com minhas palavras, ser lembrado pelo que escreví e pelo que fiz.
Queria ter a sorte te atingir as pessoas de um modo geral e algumas especialmente. Queria ser o Roberto Carlos, o Pablo Neruda, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina, Sheakspeare, queria muito ser Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Chico Buarque e Caetano Veloso.
Queria a inspiração que tocasse no coração das pessoas....chegar em suas almas para aliviar suas dores, compartilhar de suas alegrias e conquistas, apoiar nos momentos ruins e andar junto nos bons momentos. Queria que as pessoas me carregassem consigo, me levassem como leitura de viajem, pré-sono, até mesmo leitura de banheiro.
Queria que as pessoas lembrassem de mim em suas indicações de uma boa leitura, que propagassem o que acham de bom no que eu escrevo pois eu escrevo com a alma limpa, pesada de sentimentos mas carregada de esperanças em dias melhores. Escrevo com disposição, com coragem, com determinação e acima de tudo, com muita verdade.

Vinicius de Moraes assim escreveu:

"Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude."
Existe coisa mais bela??? Pode alguém se igualar neste profundo escancarar da alma?
É isto que queria conseguir. Expressar meus sentimentos sem copiar, sem usar as palavras já escritas por grandes poetas. Queria a originalidade de meus sentimentos, de meus pensamentos transcritos aquí neste blog, em papéis, em qualquer lugar. 
Enquanto isto não acontece, enquanto a mão dos grandes mestres não me abençoam com este presente, passo o dia a admirar estas maravilhosas obras de arte, que arrancam de nós os sentimentos mais profundos e variáveis como as cores do arco-íris. Da felicidade à amargura, em sete tons diferentes, do riso ao choro, do amor ao ódio. Da mesma forma como a ausência de cores forma o preto e a confluência de todas as cores forma o branco... A ausência de sentimentos e todos os sentimentos ao mesmo tempo devem causar o absoluto negro da alma ou a mais bela profusão de cores na vida das pessoas.
Quero saber quais são as cores de cada pessoa, quero dividir, ajudar a pintar a vida, dar a luz, sombrear, vislumbrar, sorvir, brincar de aquarela... Quero a confiança, a confidência, os conselhos, os segredos. Quero viver junto, apoiar, beber da mesma água... Quero tentar chegar perto dos meus grandes mestres.... o principal: Vinícius de Moraes...

"Se você quer ser minha namorada
Ai que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer
Um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porque
E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos tem que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem de ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois"


Pitty

Como diz a roqueira Pitty Te vejo errando e isso não é pecado, Exceto quando faz outra pessoa sangrar.
Te vejo sonhando e isso dá medo Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias "Cê" acha que eu sou louca Mas tudo vai se encaixar"

E ontem especificamente eu não tive a minha dose de carinho e atenção. E ontem eu recebi apenas um torpedo, não ouvi a voz rouca e nem ví aquele olhar tímdo com o sorriso doce...
E hoje eu sentí muita falta disso, acho que já me acostumei. E como é fácil se acostumar com o que faz bem, e como é fácil e bom se acostumar com a verdade. E como é fácil se identificar com um sentimento que é verdadeiro, ingênuo e despretensioso. Como é fácil se acostumar em receber também, sem obrigações, sem cobranças. 

E continuando com mais Pitty " Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se Curam (não)
E essa abstinência uma hora vai passar"

E eu vou me acostumar aos poucos com esta nova situação. Com uma situação que há muito tempo eu já não vivia, de compartilhamento, de igualdade de condições e de emoções. Tenho receio de ficar mal acostumado, tenho receio de não saber usar esta liberdade de me manifestar, de poder expressar meus desejos e minhas vontades sem medo de ofender, sem a sensação de estar recebendo favores. Tenho receio de muitas coisas mas cada uma destas coisas inexplicavelmente são boas. Tenho receio desta nova vida, tão normal na maioria das vezes mas que eu já não conhecia mais faz anos.
Tenho medo desta outra felicidade, diferente da que eu já estava acostumado, desta felicidade que não prende, desta felicidade que permite, que não ameaça, que existe sem condições.

E a Pitty continua ditando as regras da minha vida desta forma: 

"Tantas decepções eu já vivi. Aquela foi de longe a mais cruel. Um silêncio profundo e declarei:
Só não desonre o meu nome!
Você que nem me ouve até o fim Injustamente julga por prazer. Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome!"

"Por isso hoje estou tão triste,
Porque querer está tão longe de poder
E quem eu quero está tão longe; longe de mim..."

Letra da musica me adora Pitty





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Anônimos

Anonimos...Nunca conviví tanto com eles... Estão aos montes em minha vida nos últimos dois meses.

Já tenho quase 2.500 acessos às páginas do meu blog, quase 2.500 leitores dos meus textos e um número ínfimo de comentários.
Não peço elogios e nem críticas. Fico realmente muito curioso em saber se estou agradando ou não, se meus textos têm servido para alguma coisa, se eles inspiram alguém, se dão forças ou um choque de realidade, se transmitem otimismo ou causam qualquer tipo de depressão. Se fazem rir, chorar, refletir, pensar, acreditar ou desacreditar em um mundo melhor....

Já me pediram algumas vezes para retirar os textos, acabar com o blog. 
Algumas (poucas) vezes cheguei a pensar, a cogitar mesmo terminar com tudo mas quando vejo o número de leitores em minhas postagens, eu realmente acredito que ele esteja sendo lido.
Já me perguntei diversas vezes se as idéias não vão parar de vir, já duvidei diversas vezes de minha capacidade de continuar escrevendo sobre diversos assuntos e até agora não sei quando isso vai pagar. eu sempre escerví muito, sempre flertei através das palavras, sempre critiquei através das palavras, já falei sobre política, sobre economia, sobre natureza e principalmente sobre o amor.
Tive poucas porém maravilhosas musas inspiradoras, que me fizeram ter a inspiração para os mais sinceros poemas, versos, dissertações.
Minhas emoções e idéias sempre afloraram mas quase nunca tive o tempo e coragem necessários para escrever. Acreditem, em minha mente bastam poucas palavras e muita vontade para um texto se formar, completo.
Meu "modus operandi", para quem não sabe, é escrever sem correção. Sem releitura. Do jeito que o texto sai da minha cabeça ele é publicado. Não faço revisão e não farei. Por isso algumas frases sem conexão, por isso alguns erros de português. Acredito na originalidade. E confio nela.
Portanto anônimos, gostaria muito de saber algumas opiniões..... 
Por favor, o canal está aqui... manifestem-se!!! à vontade!!!