sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Relacionamentos

Pois é.... é isto mesmo... Não adianta mais encontrar justificativas. Eu sou errado e sempre estive errado. Não sou homem de muitas mulheres mas as poucas que eu tive me entreguei incondicionalmente e aprendí com muita dor que este não é o melhor modo de se amar.
Posso me expressar, posso resumir a minha  vida sentimental em apenas quatro relacionamentos. Desde o início aos 13 para 14 anos de idade até agora aos 43.
O primeiro foi o da emoção, foi o do deslumbramento, do primeiro beijo. Foi o dos sonhos.
O segundo foi o do amor verdadeiro, adolescente, fantasioso, escolar, com a turma, com as descobertas, com o primeiro ato sexual, o inesquecível e o inexplicável.
O terceiro foi o da rebeldia, da impossibilidade, da revolta, da luta, dos enfrentamentos, da separação e da dor.
O quarto foi o da família, da constituição, da estabilidade e do infinito.
Uma das coisas que me orgulho é que em nenhum deles precisei me desviar, em nenhum deles precisei experimentar outros sabores. Nunca em minha vida houve uma traição, não originada por mim. Em 30 anos de envolvimento emocional jamais precisei usar deste subterfúgio para me impor perante minha parceira ou mesmo perante os amigos. Acho que a fidelidade é o maior presente que um parceiro pode ofertar para o outro e a fidelidade é o segredo para um relacionamento duradouro e estável pois não havendo motivos para desconfiança não haverão as cobranças e a insegurança que minam qualquer tipo de sentimento.
Não é dinheiro, não é status, não é escolaridade e nem é beleza que sustenta uma relação. É apenas a confiança. Não havendo confiança, haverá o desequilíbrio e inevitavelmente ao menos uma das partes sofre e muito, quando não as duas partes.
O que eu nunca aprendí durante estes anos todos foi justamente me olhar. Eu sempre pensei da seguinte forma: Quando se ama, um cuida do outro!! Ledo engano (para quem não sabe, ledo engano é um erro que se comete de boa fé. sem intenção). Ledo e doloroso engano. Não é assim que a coisa funciona. Não se pode descuidar de sí pois não há garantia que o seu parceiro estará fazendo a parte dele.
E aí eu parei no tempo. Peguei minhas 24 horas diárias para cuidar dos outros e não de mim. Sempre fiz isso, do número 1 ao 4. O problema foram os anos que estes duraram...
Outro erro meu foi ser otimista... sempre acreditando no amor que não dói.
Mas o amor dói. Seja qual for o amor, ele dói. O amor não é um sentimento individual. O amor é uma profusão de sentimentos secundários e adversos, opostos pelo vértice, que se enfrentam diariamente, a cada instante. Não há equilíbrio no amor. E todo desequilíbrio dói.
E por que falo tanto em dor agora? Por que insisto tanto em falar em dor e em sofrimento?
Justamente por que o amor para existir se alimenta de vários elementos. Tempo, dedicação, renúncias, sonhos, esperanças, sorrisos, expectativas, resignações dentre tantos outros nutrientes alimentam o amor e quando um dos lados resolve que o amor não existe mais, estes nutrientes são absolutamente todos perdidos.
Talvez seja a mesma sensação de um amputado que se vê obrigado a não usar seu membro no intervalo de um instante. Sem tempo para adaptações, sem poder se acostumar.
Então Cazuza já dizia que o tempo não para e realmente não para, as horas passam assim como os dias e os meses. As datas se perdem e o que era comum torna-se nostalgia.
Já se foram dois aniversários, dois feriados e um dia das crianças. E isto é só o começo!!!
E neste momento de dor, garanto que estou pronto para amar novamente!!!

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