terça-feira, 9 de outubro de 2012

historiadores


Tenho verdadeira admiração por todo e qualquer profissional que exerce sua função com amor e dedicação pois são anos e anos de estudo, anos e anos de pesquisas e conhecimentos até que todos os ensinamentos são colocados em prática e o exercício da profissão é reconhecido.
Muitas renúncias são feitas, muitas festas perdidas e muitas horas de solidão a fim de obter a excelência por conta da vocação. 
Poucos são os profissionais que fazem o que realmente gostam, unindo o útil ao agradável em uma sincronia que leva à uma vida de realização.
E hoje um destes profissionais merece a minha atenção em especial. Poderia falar de biólogos, médicos, arqueólogos, bombeiros, astrônomos, engenheiros, advogados, enfim, poderia falar de uma gama de profissionais sem fim porém resolví falar sobre os HISTORIADORES.
Aqueles profissionais que buscam os fatos passados, narram todas as fases da evolução, juntam peças, especulam, entrevistam, argumentam, vão à fundo para trazer a verdade dos acontecimentos, os motivos e as consequências do rumo desde uma pessoa até nações inteiras.
O comportamento de povos, a ascensão e queda de impérios, as minúcias, os grandes homens, as grandes mulheres que ampararam e ajudaram a derrubar estes grandes homens. O destino dos povos de um modo em geral.
O grande fruto do trabalho dos historiadores é justamente a comprovação dos fatos que nos servem como exemplos para o futuro. No passado o historiador nos mostra os motivos que regem nosso presente e futuro. Através de suas narrativas, obtemos conhecimento suficiente para trilhar os caminhos de nossas vidas.
E o mais interessante, o paradoxo disto tudo é que todos nós somos história e também historiadores.
Somos propagadores de casos passados, de experiências adquiridas, de exemplos de erros e acertos. Sempre seremos objeto individual de estudo de outras pessoas. Sempre seremos cobrados pelo que fizemos no passado e os frutos serão colhidos no futuro através de nossas gerações. 
Opiniões serão emitidas a nosso respeito por diversos outros historiadores individuais, amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho, conhecidos e desconhecidos. Fazemos nossa história para todos e somos ao mesmo tempo historiadores de suas vidas em uma profusão de casos e acasos. É um círculo vicioso do qual não temos como fugir.
Fazer a nossa historia com o menor número de erros possível e contar a história dos outros através de nossas considerações, de nossos conceitos, nunca foi e nem será fácil. Temos sim satisfação a dar para todos, todos os parentes, todos os amigos, colegas e conhecidos. 
Ser historia e historiadores ao mesmo tempo!!! Cuidar para não cair em erros e preconceitos, avaliar bem antes de emitir um parecer sobre outra pessoa, agregar a outra pessoa uma qualidade, um adjetivo, um conceito, bom ou mal, categorizar esta pessoa entre o certo e o errado, entre o exemplo a ser seguido ou evitado.
Saber entender os conceitos que fazem ao nosso respeito, respeitar as considerações que as pessoas tenham sobre nós mesmos, independente se estas nos fazem orgulhosos ou não, se são justas ou não. Respeitar a história que escrevem ao nosso respeito.
Uma grande pessoa, um grande ser humano sem dúvida consegue transitar entre estas duas fases com maestria, ponderando e considerando todos os fatos pois um grande ser humano carrega dentro de sí algo único, algo exclusivo. O historiador sobre a sua própria história.
Ninguém melhor do que si para escrever sem erros, a sua verdadeira história, mesmo que este livro jamais seja publicado, jamais seja lido por outra pessoa.
Carregamos dentro de nós um Juiz correto e implacável, que sabe de todos os nossos erros, que conhece cada um de nossos defeitos. Nos julgamos culpados a todo momento porém, como disse em outro texto publicado neste blog, nossos jurados são complascentes demais e dão nos o direito de continuar errando para o resto de nossas vidas.

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