sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Elefante

Certa vez li que um elefante adulto fica preso à uma corrente insignificante por que quando filhote, fora amarrado da mesma forma e na intenção de se soltar, acabou machucando suas patas.
A dor que sentiu quando filhote o fez desistir de tentar se soltar quando adulto.
Assim fazemos com nossos filhos. Condicionamos nossos filhos sem a intenção de fazê-lo. Muitas vezes tomamos decisões que acreditamos serem as melhores. Pagamos um preço alto por isso pois sofremos em favor dos filhos achando que eles aceitarão, que eles entenderão e que os problemas serão resolvidos e eles no futuro causam o mesmo mal. Senão neles, em nossos netos.
Tenho exemplos disso. E muitos. Alguns meus, outros não mas exemplos não faltam.
Quem de nós algum dia não pensou: "Coitado de meu pai, coitada de minha mãe, quando eu era pequeno ele fez uma coisa pensando que era melhor para mim e não foi." "Se eu tivesse a maturidade que eu tenho hoje naquela época, não deixaria isto ter acontecido".
Quem algum dia não pensou: " Se naquele dia isso não tivesse acontecido, hoje minha vida teria sido diferente".
Fiz um tratamento certa vez de regressão e uma imagem que me veio na cabeça foi a de minha família em um comício para eleição de prefeito e o candidato que estava discursando resolveu distribuir camisas da campanha, jogando para o povo. 
Uma destas camisas acabou caindo metade na mão de meu pai e outra metade na mão de uma outra pessoa e eles começaram a puxar para tirar do outro a metade. Queriam para sí a mesma camisa. eu e minha irmã torcíamos para meu pai e de repente, um olhou para o outro e se reconheceram. No mesmo instante os dois soltaram sua metade e fizeram questão de ceder. No fundo eu torcia para que meu pai cedesse menos e que aquela camisa sem significado nenhum ficasse conosco mas não foi isto que aconteceu.
Mais tarde, voltando para casa meu pai explicou que a pessoa era um parceiro comercial e que por isso não insistiu.
Não estou criticando sua atitude mas hoje eu sei que, em uma situação igual, na frente de meu filho ou não, eu também cederia.
Aprendemos com exemplos e nossos pais são nossos principais professores.
Aprendí muito com os meus e os agradeço por isso.
Com o meu pai aprendí a ser fiel, dedicado e honesto. Com minha mãe aprendí a ser conformado, cuidadoso e prestativo. com ambos aprendí a amar uma só pessoa de cada vez e cada vez mais. com ambos aprendí que o amor é eterno e que a família vale tudo. Vale todo o sacrifício e que por ela, temos que melhorar o que é ruim em nós, sem tentar consertá-la. Quem tem há de concordar comigo. Quem teve, há tempo ainda!


Errei

Errei. Hoje eu soube disso... E hoje eu constatei o tamanho do estrago do meu erro, hoje eu pude perceber o quanto ele prejudicou a mim e as pessoas que eu mais amo na história de minha vida. 
Não vou falar sobre meu erro e nem justificá-lo. Não vou compará-lo com os erros de ninguém e também não vou me calar sobre o assunto.
Errei e passei algum tempo errando, passei algum tempo errado, sabendo que estava errado. 
Ninguém erra sem saber, ninguém desconhece seu erro. Como disse em outro texto, somos os mais severos juízes de nós mesmos com um corpo de jurados complascente. Nós sabemos nos julgar mas temos o péssimo habito de nos absolvermos. É um senso de defesa, ou a vontade de sermos perfeitos ou mesmo o medo de perder. 
O orgulho nos impede na maioria das vezes de pedir perdão e a partir daí o mesmo só aumenta e vamos acumulando erros durante a vida. Recorrendo aos mesmos e cometendo novos vamos nos encolhendo, escondendo-nos das pessoas e até de nós mesmos. Vamos nos tornando introspectos, fechados para a vida deixando de aproveitar as oportunidades.
Vamos ressaltando os erros dos outros, apontando o dedo na cara, falando mais alto, sufocando não só a pessoa mas a nós mesmos imaginando que assim nosso monstro permanece adormecido.
Mas não, não é um monstro adormecido que habita dentro de nós. É como se fosse uma pequena bactéria, um vírus ou até mesmo uma célula cancerígena que aos poucos vai infectando outras e outras e mais outras até que se instala de uma tal forma que a cura nunca devolve o organismo perfeito como antes. Deixa sequelas.
A cada erro acumulado o mal se instala. O medo se instala. Nos tornamos pessoas manipuladoras em favor de nossos erros e de nossas mentiras.
Mas temos cura. Admitir é o primeiro sinal de domínio sobre ele. Consertar suas consequências é o principal remédio para eliminá-lo de nós e fazer de nós e de nossos próximos pessoas mais felizes.
Não há erro que não cause amargura nas pessoas. Não há erro que não cause rancor ou memórias ruins.
Não vou comparar meus erros com os de ninguém. Quero aceitar os erros dos outros com a certeza e a confiança que quem os cometeu não cometerá mais. Quero que as pessoas aceitem meus erros com a mesma certeza e confiança. 
Errei sim, sem saber que estava errado. Adiei decisões sim, sem ter relógio em meu pulso mas acreditem, acordei. Acreditem, Acordei!

Mundo redondo

Engraçado como aquelas frases feitas que tanto inundam os facebooks e orkuts, os emails em correntes e nos dizeres dos mais idosos às vezes acabam acontecendo de verdade.
Quantas vezes ouvimos uma pessoa falar que o mundo é redondo e que onde imaginamos ser o fim é apenas o recomeço?
E não é que acontece mesmo de ser real!?!?
Um caso curioso aconteceu comigo. O ano era 1990, 1991 e o lugar era Jardim Camburí. Trabalhava em um clube, animando os sábados e domingos dos moradores do local com uma música eletrônica muito comum na época. Conhecí diversas pessoas e com algumas me identifiquei mais.
Uma delas, uma jovem menina, com seus 14 anos despertou em mim uma atenção que eu não conhecia ainda. Ela me encantava com seu sorriso fácil e sua simplicidade e apego por mim. 
Passamos dois anos juntos, escondidos pois nossa relação não era aceita por seu pai que de tudo fizera para evitar e quanto mais fazia, mais força ele nos dava, sem saber.
A situação ficou tão insustentável que ela acabou por ir morar na Europa com sua mãe que já havia se libertado deste problema a mais tempo e por fá ficou alguns anos.
A vida mais uma vez deu uma volta e me ví casado com uma mulher maravilhosa, pai de duas filhas lindas, emprego estável, casa e carro próprios e assim foi por 20 anos. Vida boa, alegre apesar dos problemas e dificuldades. Estável como deveria ser, para sempre pensava eu!
E a vida deu outra volta, e a vida mais uma vez pregou uma peça em mim e me ví separado, contra minha vontade mas separado.
E eis que, do nada, no meio de uma tarde quente, recebo a visita da mãe desta menina de 22 anos atrás, pedindo assessoria para vender um carro do agora falecido marido. conversa vai, conversa vem, notícias atualizadas, conversas colocadas em dia, fico sabendo que ela vive na Itália, tem uma filha de 7 anos de idade e que está separada do marido italiano a 8 meses.
Trocas de telefone e emails e me vejo parado em frente a webcam do notebook vendo ela do outro lado do mundo, tantos anos depois. O mesmo sorriso fácil, o rosto um pouco mais envelhecido pelas dificuldades da vida (como em todos) porém com o mesmo cabelo, grande!
A filha ao fundo com ciúmes da mãe, pedindo em uma língua misturada entre português e italiano para a mãe desligar porque ela não queria dividí-la com mais ninguém. Faz careta para mim e diz: A minha mãe é só minha!!! risos....
E eu percebo que a vida é mesmo redonda. Não digo que é um recomeço pois não é. Digo que estou no início de novo, com várias estradas para escolher seguir mas no início de novo.
A estrada que eu quero pegar está fechada para reformas. Não posso parar no início. Estou sem saber se já estão trabalhando para consertar a estrada ou se está em fase de licitação de obras. o que eu faço?

Daqui a alguns dias ela estará de volta ao Brasil pois o pai deixou bens a serem inventariados, documentos a serem acertados, dívidas a serem pagas e outras coisas mais. Serão dois meses de presença física. E será que a vida dará mais uma volta? E será que a estrada estará livre? 

Aguardem cenas do próximo capítulo!

Televisão

Muito interessante a contribuição da televisão quando comparamos os comportamentos pessoais ao longo dos últimos 60 anos no Brasil.
Não tenho esta idade porém material de pesquisa não me falta, além de ser um telespectador assíduo desde a década de 1970.
lembro-me bem que comecei meu fascínio por esta engenhoca com o Vila Sésamo e o inesquecível Garibaldi. Depois vieram os outros programas como Shazan Cherife e Companhia, Sítio do Pica Pau amarelo, TV Globinho e tantos mais.
Mas o brasileiro gosta mesmo é de novelas. E como as novelas são a paixão, a preferência nacional, os seus autores são verdadeiros formadores de opinião, são os responsáveis pelas mudanças de comportamento pois nós imitamos o que gostamos.
Mas por que gostamos? Eis a pergunta crucial. Por que vilões e mocinhos lutam o tempo todo, durante meses e nós nos envolvemos tanto? Será porque a pobreza é mascarada nas novelas e a riqueza é exarcebada? Será que são os corpos malhados, desnudos, os rostos lindos e os dentes perfeitos? Será que é pelo motivo de mostrar as cenas na maioria das vezes em casa, nos bares, festas, eventos e quase nunca nos ônibus, escolas ou trabalhos? Será que é porque sempre tem uma saída milagrosa para as dificuldades, seja herança, seja loteria ou roubalheira?
Sei lá.. Só sei que a novela brasileira está longe de mostrar a realidade brasileira. 99% dos casais se desfazem e se trocam durante toda a trama para que no fim, reconhecer que o início era o certo. 
Passamos a novela inteira torcendo para os mocinhos e mocinhas se acertarem no final enquanto que no meio eles trocam de pares o tempo todo. Ficam juntos apenas na primeira semana e no último capítulo. Sempre torcemos para os casamentos no final. O bem vence o mal.
Não praticamos isto no nosso dia a dia. Acostumamos com o meio das novelas. Praticamos a primeira semana, agimos como os outros meses para ver no fim que era apenas o último capítulo que importava.
O certo é o tradicional, o certo é o antigo, o romântico. A mulher passa a vida inteira sonhando com o príncipe encantado mas enquanto está acordada age como uma piriguete, como uma cachorra, como uma patricinha.
O homem já não precisa mais se esforçar para encontrar a mulher ideal pois a maioria das jovens está globalizada. Gosto desta palavra, globalizada pois está tudo igual no mundo. Não há mais horário para chegar em casa, não há mais transgreção às regras pois não há mais regras. Não há mais respeito aos pais pois estes lutaram tanto tempo por direitos que hoje confundem direitos com liberdade. Esquecem dos deveres, esquecem da hierarquia.
Claro que existem excessões às regras mas estas pessoas que deveriam ser as normais sofrem de bulling (outra palavra da moda) e são excluídas do convívio social. São discriminadas, taxadas de antiquadas, quadradas, iludidas ou até mesmo de mal amadas.
A cultura do corpo, as roupas da moda, as músicas, as festas, tudo isso "evoluiu" e colocou os bons costumes familiares de escanteio. 
Meninas grávidas, com filhos pequenos, desiludidas com o amor, com o companheiro, tendo que trabalhar para sustentar os filhos que ficam com as avós e estudar a noite pois tiveram que abandonar a escola durante a gestação e amamentação dos filhos.
Rapazes na idade produtiva, na idade para crescer financeiramente, constituir família sólida tendo que pagar pensão ou pensões, ausentes do desenvolvimento dos filhos pois na maioria das vezes a ruptura fora dramática para todos.
Esta é a nossa realidade. Este é o preço a se pagar para ser moderno. Este é o que se precisa saber e fazer para ser normal e aceito na comunidade.
Mudar os canais, não da televisão mas sim das informações para nossas crianças, mostrar a elas que o certo é a família, o respeito a pai e mãe, o casamento e a luta para se conseguir as coisas é a melhor forma de resgatarmos um passado não muito distante e que, nostalgicamente, está fadado a ser só passado.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Fantasmas

Comungar dois corações que se encontram e se amam é a sensação mais maravilhosa que existe. Um homem e uma mulher se conhecem, se enamoram, encontram afinidades, igualdades e se harmonizam completamente durante um período que os cientistas e os românticos chamam de paixão.
Dizem que a paixão perdura por 6 meses ou aproximadamente este período. Outros dizem que a paixão pode ser eterna se bem cultivada e mais alguns dizem que a paixão quando não se acaba, transforma-se em amor.
E o objetivo de toda pessoa na vida é justamente amar. Encontrar o amor, a cara metade, a tampinha da garrafa, o guti-guti, o mozinho, o mozão, a pitucha, o pitoco (não chinchila) e outros apelidos carinhosos que parecem brotar do nada. 
Musicas, filmes, lugares, pessoas, fatos, perfumes, roupas dentre tantos outros itens marcam a vida destes dois corações apaixonados para o resto de suas vidas. Quem nunca passou por isso?
E quando dois corações apaixonados sobrevivem a este período de adaptação, quando passam pelo esfriamento da paixão, onde todos os defeitos, manias, todas as coisas irritantes são "bonitinhas", surgem os planos para o futuro. Surgem os projetos em comum, ambiciona-se o lugar próprio, o cantinho do aconchego. 
Os amigos individuais se afastam dando lugar aos amigos em comum, as famílias se conhecem, se gostam ou apenas se suportam e o casal outrora apaixonado e agora amando-se batalham para a edificação do lar ideal.
Casam-se, individam-se, procriam, batalham, vencem, perdem e convivem..... eternamente? alguns sim outros não.
Acontece que uma variável neste enredo todo quanse nunca é considerada, quase nunca é notada e a coisa toda torna-se uma roleta russa onde o fator sorte é fundamental para a perpetuação deste amor eterno.
Os condicionamentos da infância, a base familiar, o caráter, os limites, o que é aceitável e o que não é aceitável. os limites do normal e do anormal são variáveis, são ímpares e não eternos. Eles não mudam com o passar dos anos. Eles são como algo que ficou congelado e que volta à vida de uma hora para outra.
Esta é uma bagagem invisível que cada parte de um casal trás para dentro de casa e que fica escondida em um baú no sótão e que de uma hora para outra será aberto e todas as assombrações aparecerão para testar toda a paixão, todo o amor do casal.
É aí que a corda bamba começa a tremer e aquele casal que andava sobre ela de mãos dadas entra em crise. É aí que cada um tenta impor ao outro o seu passado correto, a sua própria normalidade e seus próprios limites. É aí que começam as brigas, os desentendimentos, as ofenças e as separações.
Cada um acredita fielmente em sua própria verdade, sua própria normalidade e o senso de defesa fica absolutamente aguçado. Não é culpa de um ou de outro. São os condicionamentos, são os limites trazidos do passado mostrando suas garras, corroendo o amor, a confiança e desmoronando a família.
E a história toda está acontecendo novamente. Todo o passado volta de uma forma avassaladora com esta vontade de se tornar presente. E os filhos vão novamente se condicionando como seus pais, vão acreditando nas suas próprias normalidades, criando seus próprios limites do aceitável, procurando uma fuga, seja em drogas, seja em dificuldades de relacionamento, seja enfiando a cara no trabalho, nos estudos, até que, sem mais nem menos a paixão os atingem, acalmando este passado.
E aquela história de que tudo será diferente daqui para frente esconde todo o passado no baú dos fantasmas.
Mas que eles existem eles existem.
Coloquem seus amores à frente de tudo. testem seus limites, aprendam a ceder, a dar espaço. Aprendam a colocar o outro como prioridade pois a recíproca é verdadeira. Lute pelo comum, não pelo individual. Deixe espaço, conserte seus erros, conviva com os erros do outro, perdoe, seja perdoado, tente não ferir, tente não magoar mas acima de tudo, acredite no DOIS. Acredite no par, acredite no casal. Acredite nos filhos, lute por eles.
Não há lugar no mundo melhor que um lar constituído. Não tente ter a coragem de se enganar por promessas alheias, por vidas perfeitas pois cada um de nós carrega o seu próprio baú para onde quer que vá. E mais dia menos dia ele se abre novamente e nossos fantasmas medem forças com os fantasmas dos outros. Por mais que se ame!!!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cinco Sentidos

De uns dias para cá tenho andado com meus sentidos meio desregulados. Uns potencializados para mais, outros para menos.
Em meu escritório sento de frente para uma parede de vidros que refletem imagens das pessoas que estão entrando na galeria de lojas vizinhas à minha e em qualquer movimento da rua já consigo perceber na silhueta que estampa a parede o sexo, altura, peso aproximado, tipo de roupa, calçados, acessórios, cabelo de quem se aproxima.
Quando estou me aproximando com o veículo de minha rua já estico o pescoço lateralmente para a esquerda traçando uma imagem de toda extenção da mesma e as pessoas que por ventura estejam paradas ou circulando nos arredores de minha casa.
O toque de meu celular, o som dos emails chegando, o barulho do skype e do facebook tiveram seus decibéis potencializados me levando diretamente a atenção aos mesmos acelerando meus batimentos cardíacos fazendo meu sangue circular com mais rapidez por meu corpo.
Minhas habilidades manuais e meu intelecto, fluência e concatenação de idéias me levaram a criar este blog e divulgar meus pensamentos de uma forma menos vergonhosa e mais direta e desta vez para o mundo todo. Para quem quiser ler.
Minha audição piorou um pouco e antes o que era música para meus ouvidos, já não ouço mais.
Minha articulação verbal também diminuiu e já não falo com tanta facilidade e por tanto tempo seguido. Estou cada vez mais restringindo o que digo e a quem digo pois os interlocutores ficaram escassos assim como os assuntos mais monótonos.
Minha disposição física aumentou bastante mas aquela vontade que eu tinha de ajudar, de ser prestativo e útil perderam um pouco a razão de serem trabalhadas em mim. Não quero e não vou me tornar um preguiçoso mas o incentivo me falta.
A percepção de tempo também está alterada. Não sei mais distinguir com certeza o que passa rápido e o que demora a passar. As vezes me perco na contagem dos dias, das horas. Não quero chegar a meses pois para anos nada custa. De repente posso acordar e perceber que os próximos 20 anos passaeram infinitamente mais rápido que os últimos 20. De repente posso acordar com 63 sem ter vivido.
A vida não para. O que diminui e aumenta são os olhos que desprendemos para a mesma. Nossa percepção de tempo é alterada de acordo como encaramos a vida. O que realmente conta é o que produzimos no dia e não as horas que ele contém. São sempre 24. O ano sempre 365 dias, alguns 366. Não quero ser conhecido como aquela pessoa que viveu como se tivesse nascido em um dia 29 de fevereiro, Nada contra quem nasceu nesta data mas quero comemorar com felicidade e saúde todos os meus aniversários, os aniversários de meus familiares, natais, anos novos, carnavais, feriados, dias úteis, dias inúteis... Quero comemorar com os que amo. Todos. Sem excessão. Presentes ou ausentes.
Os sentidos são assim mesmo. Uns exarcebados, outros reprimidos de acordo com as necessidades e de acordo com as emoções.
Eles não são apenas comandados pelo cérebro. Para os poetas, para os românticos, o coração também comanda todos os sentidos.
ah!!! ia me esquecendo... O paladar e o olfato.... estes vão sentindo o gosto e os aromas da mesma forma como sempre. Experimento o que alcanço, sinto o cheiro apenas do quê está próximo!!! Estes sentidos não funcionam à distancia...
...

Um segundo

Existe uma grande diferença em relação ao que se deve falar e o que realmente se fala quando damos ao nosso cérebro o intervalo de um segundo a mais para pensar.
Temos uma capacidade imensa de tomarmos as palavras como impulsos emocionais antes da razão e geralmente acabamos nos ferindo e ferindo as pessoas que estão ao nosso redor.
E então, quando estas palavras vêm seguidas de atitudes é que a coisa pode piorar de vez pois somos orgulhosos e para nós é muito mais fácil tomar um caminho errado do que retroceder, reconhecer os erros e abusos, nos desculpar e corrigir o que foi dito.
Muitas de nossas atitudes são tomadas justamente por não darmos à razão o tempo necessário para processarmos os caminhos corretos. Brigamos, discutimos, defendemos teses que nós mesmos sabemos não terem validade nenhuma em prol deste orgulho, desta necessidade que temos de estarmos certos o tempo todo e as pessoas erradas.
Sentimos necessidade de transmitir nossas idéias, nossas atitudes como se estas fossem o motivo e a justificativa para tudo o que é correto sem medirmos as consequências e sem pensarmos no futuro.
Magoamos e decepcionamos pessoas por conta deste orgulho. E no fundo sabemos que não estamos certos. Logo após este orgulho (ou junto dele) vem a vergonha e o medo da reação das pessoas perante nossa "fraqueza" como se reconhecer o erro e começar de novo para tentar acertar fosse um sinal de falta de força. Muito pelo contrário. Reconhecer o erro dentro de nós é muito fácil e até conseguimos parar de pensar neste erro. O difícil mesmo é reconhecer o erro para terceiros, pedirmos desculpas e a chance de voltar e começar tudo de novo. Temos orgulho! E o orgulho é ou não é um sinal de força interior?
Pois eu lhes digo que não. O orgulho é a principal armadura, a maior fantasia, o disfarce que separa a pessoa que realmente somos da pessoa que queremos que outros pensem sermos.
Temos uma alma pura, uma alma limpa e a mascaramos por baixo desta armadura. escondemos nossas fraquezas e nossos erros por acharmos que seremos admirados e seguidos pelos outros.
Algumas pessoas acreditam que os holofotes precisam estar sobre elas para aparecerem, para brilharem, para serem vistos. Algumas pessoas acreditam que seus defeitos somem no lusco-fusco, que desaparecem sobre as suas sombras. Algumas pessoas acreditam que seus defeitos desaparecem apenas por deixar de adimití-los. Passam a vida negando seus defeitos a fim de justificar suas atitudes. Chegam a colocar motivos em terceiros em prol desta perfeição utópica.
Ninguém é perfeito e pessoas passam a vida toda buscando a perfeição desmedidamente, loucamente e até inescrupulosamente sem saber que a perfeição está justamente nas diferenças, na auto avaliação, no acúmulo de experiências certas e erradas, nas diferenças, nas desculpas e nos acertos.
Caímos várias vezes para aprender a andar, trocamos erres e eles para aprender a falar, tiramos notas baixas para aprender a lição, ralamos os joelhos para aprender a andar de bicicletas, patins e skates, arrancamos unhas para jogar bola, quebramos vidraças jogando voley, queimada e basquete, levamos surras e castigos para chegar em casa de madrugada, beijamos sem língua para aprender a trocá-la, namoramos algumas pessoas até encontrar a ideal, ensinamos coisas aos nossos filhos que são certas e erradas ou seja, passamos nossas vidas inteiras errando mais que acertando, passamos mais tempo de nossas vidas tentando algo que julgamos certo sem saber o que é realmente certo e por fim, perdemos muito o tempo para realmente aproveitar o que já conseguimos sempre buscando um algo a mais.
Precisamos ouvir mais e falar menos, precisamos dar um tempo de funcionamento à nossa razão e sobretudo precisamos aprender a pensar não uma vez mas várias vezes antes de tomar alguma decisão em um momento de ímpeto. É desta forma, acredito eu, que vamos aos poucos aprendendo a controlar este monstro chamado orgulho. É desta forma que vamos aos poucos aprendendo que ceder para as pessoas o momento certo é o que nos fará diferentes, únicos, verdadeiros e admirados.
Afinal de contas, o que é um segundo para quem tem uma vida inteira?


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Natal


Familia

Laços familiares e laços afetivos, gerações reunidas, em volta de uma mesa para a ceia de natal.
Esta cena se repete em milhões de lares, por milhões e milhões de Brasileiros em cada véspera de natal.
Avós, pais, mães, filhos, sobrinhos, netos, cunhados, irmãos, bisnetos, bisavós, primos, vizinhos, agregados e até os animais de estimação, por que naõ?!?!
Sentados ao redor da mesa, antes da ceia, no momento de oração, não comemoramos apenas o nascimento de jesus nem tampouco esperamos pelos presentes.
Celebramos o final de ano, mais um ano com saúde, com paz, com harmonia. Celebramos as semelhanças e diferenças dentro da família, celebramos o convívio, as dificuldades ultrapassadas, os desentendimentos, as brigas. Somos todos iguais. E toda família é igual.
Passamos os dias do ano em dificuldades, passamos os dias do ano com desentendimentos, sem contato, de cara amarrada, aborrecidos uns com os outros.
Mas família é assim mesmo. Família é para unir, opinar, sugerir, ajudar, atrapalhar. Família é para conviver e como em qualquer convivência, sempre há atritos.
Mas é Natal, as crianças fervem de emoção pelos presentes, pela música, pela comida, pelas brincadeiras. As crianças vêem tudo isso, guardam em seu coração, guardam em suas mentes e no futuro, repetirão isto com seus filhos, proporcionarão a eles a continuidade do encontro familiar. Tudo é alegria e festa.
Deveria ser abolida deste dia as distâncias que separam as pessoas, deveria ser abolido deste dia os hospitais, os presídios, os internatos. Deveria ser abolida deste dia a morte dos que já se foram.
Mas o importante é que estamos aqui, todos juntos, todos unidos só com sorrisos nos rostos.
O que seria do natal sem as crianças? Acho que 90% do natal é baseado nelas. Acho que as famílias preparam as melhores comidas, arrumam as mais belas mesas e endividam-se nos próximos meses para comprar os presentes para as crianças. Projetamos nelas o desejo que todos os natais devem ser iguais ou melhores do que este que estamos passando. Queremos um natal melhor do que o outro a cada ano, com mais alegrias, com mais festa, com mais presentes e com mais gente, independente das dificuldades do ano todo.
Devemos sempre preservar o maior presente que o nascimento de Jesus nos proporcionou. Devemos preservar a família. Devemos preservar os laços que uniram duas pessoas em casamento, onde filhos foram gerados, onde estes filhos constituiram uma outra família e se dispuseram a estarem juntos nesta data. Devemos perpetuar a tradição, devemos fazer de tudo para propagar o amor, perdoar os erros, defeitos, modos de vida, escolhas. Devemos nos dar, nos contentar e ver, nesta imagem do vídeo e nas outras que carregamos na mente, apenas os sorrisos de satisfação, alegria e felicidade.
Somos como um elo de uma corrente que só é corrente se todos os elos estiverem unidos.
Quem tem uma família de verdade sabe o que estou falando. E quem já teve uma família unida também....
















segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Matéria prima


Moléculas de carbono, tecido, barro, madeira, ferro, rocha.
Palavras soltas sem qualquer conexão, nada que as una de uma forma coesa.
Vamos tentar unir estas palavras através de uma outra. Mãos!!!
Começa a fazer algum sentido?
Arte, talento, inspiração.
Diamantes, quadros, esculturas...
O poder da transformação sobre as  matérias... A arte humana criando as mais belas jóias, os quadros mais perfeitos, as esculturas realistas e surrealistas...
Somos todos matéria bruta. Somos um composto de moléculas agindo de uma forma harmônica de acordo com o DNA. Só isso. Somos todos matéria bruta.
O que nos difere, o que nos faz únicos, com nossas identidades, com nossas individualidades é justamente a arte, o talento e a inspiração das pessoas que passam por nossas vidas.
São as pessoas que nos individualizam, são as pessoas que têm o poder de nos incurtir qualidades subjetivas.
A cor da pele, altura, peso, olhos, cabelos não são determinadas pelas pessoas mas, amor, carinho, respeito, fidelidade, sinceridade, atenção, dedicação, simpatia, alegria, raiva, ódio, rancor, impaciência, desapego, indiferença dentre tantas outras qualidades são moldadas em cada um como fiel reflexo da arte.
A arte da influência que as pessoas têm umas sobre as outras.
Assim como um grande lapidário trabalha o diamante bruto transformando-o em uma expetacular jóia, assim como os grandes pintores presentes nos maiores museus do mundo, os escultores que deixaram suas marcas em formas precisas, assim como os arquitetos que construíram e constroem maravilhas pelo mundo, assim como o músico que trabalha as palavras para nossa satisfação, assim como o escritor que ordena as palavras para nos fazer viajar pelo mundo da imaginação, nós, pessoas, somos matéria prima bruta uma nas mãos das outras.
Somos lapidados, pintados, esculpidos, edificados, cantados e lidos de acordo com a arte, o talento e, principalmente a inspiração de quem nos acompanha durante a vida.
Somos a obra prima na mão do nosso semelhante se bem trabalhados.
Nascemos como moléculas de carbono, estamos como um tecido branco, um pedaço de madeira, ferro ou rocha. Passamos de mão em mão durante nossa vida. Permanecemos mais com uns, menos com outros mas cada pessoa assina esta obra. Cada um tem uma participação, pequena ou grande na nossa formação.
A grande vantagem que temos em relação às matérias primas enumeradas no início deste texto é que a partir de certo ponto, temos o poder de escolher quem será nosso artista. Temos o discernimento de nos entregar a este ou aquele que acharmos mais talentoso e que poderá moldar em nós a mais maravilhosa obra de arte que possamos ser.
pensem nisso antes de se entregar a alguém ou antes de aceitar ser o artista de outra pessoa!!!


Política

Formação Superior

Participei a algum tempo atrás como "penetra" de uma palestra em uma faculdade no município de Cariacica, Campo Grande, ES onde o tema principal era sobre educação superior.
O palestrante principal, cujo nome não me lembro, perguntava à platéia sobre os grandes problemas das faculdades e do ensino superior e todos os argumentos apresentados direcionavam para uma só questão: A qualidade do ensino.
Algumas pessoas falavam da desigualdade do ensino público para o privado, outros falavam do sistema de cotas, mais alguns sobre as dificuldades de estudo a noite depois de um dia de trabalho, outros sobre a influência da internet e das pesquisas ctrl c + ctrl v e daí por diante.
Todos ao meu modo de ver, estavam ali, automatizados, guiados a olhar em uma única direção: O mercado de trabalho e a concorrência entre os profissionais.
obviamente que a platéia cheia devia-se a pontos extras na grade para quem participasse e eu, como um mero espectador penetra tive tempo para olhar a situação como um todo e percebí que, o objetivo era único. O diploma. A graduação.
Claro que este sempre foi o objetivo de quem estuda em uma faculdade mas as entrelinhas foram deixadas de lado. 
As faculdades formam profissionais. Apenas profissionais. E nada mais. 
Está cumprindo seu objetivo? Claro que sim. Mas já foi diferente no passado.
Em épocas não muito distantes, as faculdades formavam cabeças pensantes. As faculdades viviam cheias de cabeças pensantes. de pessoas revolucionárias, com visões humanistas, políticas, partidárias. As faculdades formavam opiniões. Formavam cidadãos preocupados com mudanças, com o regime, com o futuro da nação.
Hoje vemos alunos aplicados apenas nas disciplinas, preocupados com as melhores notas, com o mercado de trabalho e suas variantes. Os alunos entram, tiram as notas necessárias para o próximo semestre, acumulam trabalhos, monografias, TCC's e afins. Não repetem períodos, não repetem matérias pois tempo é dinheiro e dinheiro é dinheiro.
Tudo é muito rápido, muito apressado, muito objetivo.
Não há tempo para as entrelinhas, não há miscigenação entre os cursos cada vez mais objetivos e menos abrangentes.
Estamos nos fechando cada vez mais no individualismo, no "garantir o meu lugar ao sol" e deixando os politicos cada vez mais à vontade.
Não há uma formação política. não há mais movimentos subversivos, não há mais luta... Apenas remanescentes.
A política não se renova e no futuro, é possível que voltemos às mãos dos velhos e temidos Coronéis!!!
Ainda bem que seremos formados em alguma coisa e quietos, ficaremos no aconchego dos nossos lares!



Carater

Neste curto período de tempo compreendido entre o dia que nascemos até a nossa morte, em todos os dias e em todas as horas, somos obrigados a tomarmos decisões. Somos obrigados a decidir, a escolher, a preferir.
Talvez o fator  mais preponderante que diferencie o ser humano dos demais animais seja justamente este. Os animais decidem por instinto e nós, humanos, decidimos por conveniências, tendências, usos, costumes, influências.
Em todas as etapas de nossas vidas, enquanto decidimos algo, nós o fazemos com a participação de terceiros. Seja em que idade for, sempre direcionamos nossas decisões em favor de alguém, de alguma vontade, de alguma ocasião. Agimos de acordo com a moda, com as influências e até mesmo de acordo com a mídia.
A formação do caráter de uma pessoa se dá em sua infância. Desde o seu nascimento até aproximadamente os dez primeiros anos de sua vida. Tudo o que ela vivencia, tudo o que ela observa em seu meio é o que vai regir a sua vida daí por diante.
Os conceitos de moral e ética são variáveis de acordo com o tempo e a cultura em que se está inserido porém o caráter não. Este é prório. Uma vez formado, não se muda. Pode até se adaptar em função do meio mas é invariável.
Temos que ter um cuidado extremo para com as crianças. Temos que analisar todas as palavras antes de ditas, todos os atos antes de serem executados na frente de uma criança pois justamente através de nossos exemplos elas formarão as bases para as regras que influenciarão suas vidas adultas.
Os limites de um adulto são traçados até os seus dez primeiros anos. O que se vê até esta idade se repete no futuro.
Os relacionamentos amorosos, profissionais e pessoais, com suas facilidades e dificuldades são exemplo deste convívio pré adolescente. Crianças instrospectas ou crianças ativas demais. Crianças falantes ou silenciosas demais.
Estas características identificadas em adultos são oriundas da sua infância. Há de se buscar em seus primeiros anos de vida o que levou a este comportamento atualmente. Há de se encontrar alguma coisa.
Quando reclamamos de uma criança, quando ressaltamos seus problemas comportamentais, sua hiperatividade ou sua excessiva instrospecção, devemos procurar ao seu redor e identificar quais são os comportamentos e atitudes das pessoas que a cercam.
Também as vitorias e derrotas são importantes na formação do caráter de um adulto. Os procedimentos e atitutes de seus responsáveis. O que se vê é o que se repete. Como todos, aprendemos por exemplos e somos repetidores de ações vivenciadas.
Familias sólidas, vivendo em harmonia e com amor, com marido e mulher dedicados um ao outro, respeitando-se e amando-se, gerarão filhos da mesma forma. Sacrificar-se e doar-se pelo futuro de seu filho é a maior prova de amor que um pai e uma mãe podem demonstrar. A sua maior herança. A base para que uma criança quando adulta, tenha uma família traçada dentro da normalidade.


Apresentação Escola Dom José Mauro

Quem nunca passou por isso? Uma apresentação na Escola, com a presença dos pais que, abrindo mão de seus afazeres diários comparecem mais por comparecer do que por vontade própria. Não digo todos mas uma considerável parcela sim.
E os filhos lá nos bastidores, falando entre sí, em suas gírias modernas: "que mico" "fala sério" "ai que vergonha"
Mas o resultado é sempre o mesmo. Uma fantástica admiração por aquela pessoinha que você colocou no mundo e que vai lhe dar, apesar de muito trabalho, uma imensa satisfação por ser pai. Por ter constituído uma família.
Todo o seu trabalho e esforço são compensados!!!


domingo, 26 de agosto de 2012

20 DIAS

20 dias se passaram. Um para cada ano de convivência.
Na memória guardo um pouco de cada fase que se passou. A fase do novo, do desconhecido mundo que se abria nos idos de 1992. O dia exato, 17 de julho. Uma sexta feira, aproximadamente oito horas da noite, no máximo nove quando eu jogava em um fliperama a minha melhor partida da máquina 1942.




Estava com todas as vidas extras e bônus quando ela entrou. 13 anos, loira, copo de caipivodka na mão. Viera de guaraparí. Com a irmã, depois de tanto tempo para um final de semana.
Vida simples, Difícil e sem grandes expectativas aparentes. 
Sorriso tímido contrastou com meu comportamento inesperado de não dar atenção.
Também fui pego de surpresa e tive medo. A idade não era compatível com o cor.po. Mais medo ainda.
Motel no mesmo dia. Quanto medo. A bebida tirara dela a percepção do certo e do errado e eu, obviamente, poderia ter me aproveitado da situação.
Agradeço a educação que recebí de meus pais. Senão...
A partir daí, a distância dificultou muito as coisas e paradoxalmente, tornou tudo mais fácil.
Aquela menina simples, de sorriso fácil e olhos brilhantes se entregou a mim e eu, como não poderia deixar de ser, abracei todas as suas lutas, vontades e desejos.
Assim vieram as viagens para guarapari, de quinze em quinze dias, alternadas com vindas para a Serra. Assim vieram os melhores encontros e as mais tristes despedidas no entardecer de cada domingo.
Assim vieram os quilômetros e quilômetros de bicicleta (ao todo 150 por domingo).
E foi assim que a coisa toda tomou uma proporção tão grande que os cinco dias que separavam os finais de semana tornaram-se insuportáveis para ambos e novos planos e mudanças.
Mudanças para Serra. Encontros diários. Escola pois a vida não pode parar.
Daí vieram os conflitos na casa e a vida nos aproximou ainda mais. 
E veio o noivado, no centro de Vitória, atrás de um banheiro público. O cheiro de urina que exalava contrastava bem com a aliança de ferro pintada de amarelo simulando Ouro. 
Mas ouro mesmo era o brilho dos seus olhos castanhos claros. Olhos que ilustram a capa deste blog.
E vieram os planos e os anos se passaram. Quatro anos depois e uma casa pequena construida com a ajuda de todos, veio o casamento.


E veio a primeira filha


E veio a segunda filha


E veio a casa, e veio o carro, e vieram empregos, e vieram cursos, faculdades e vieram todas as conquistas.
A maior delas, na minha opinião, a maior conquista, o maior presente e o bem mais importante nestes 20 anos foi a minha presença, incondicional.
Estive alí, fiel, como um cão de guarda, como um pai, como uma mãe, como irmãos, como um pouco de cada familiar. Estive ao lado em todos os ótimos momentos, e nos ruins também. Muitas vezes empurrei, outras segurei e nos momentos para mim mais difíceis, carreguei no colo.
Iluminei a estrada quando ela não enxergava direito.
Por não saber como terminar este texto, deixo uma reflexão muito bonita que lí de uma amiga do facebook hoje.... é a essência do que é a nossa vida

E como não sei a forma de finalizar este texto, posso dizer que estou aqui, pronto para mais 20 anos, não suportando estes 20 dias e pronto para carregar no colo novamente.



sábado, 25 de agosto de 2012





Somos os autores de nossas vidas e também, ao mesmo tempo, somos na vida das pessoas que nos cercam, coadjuvantes. Escrevemos nossa história porém atuamos na história das vidas das pessoas constantemente.
Muitas vezes escrevemos um drama, algumas comédias, outras um filme de terror, escrevemos filme de romance, escrevemos filme de ação. Ao mesmo tempo, vamos escolhendo os atores que irão contracenar conosco, que farão papel de mocinho, de bandido, que farão as cenas mais intensas e os que participarão apenas como uma ponta. Mas todas as pessoas que passam em nossa vida, são atores escolhidos por nós ou indicados por outros atores a participar de alguma forme e em algum momento da nossa história.
Como escritores, temos o poder de cortar cenas, adicionar, repetir, contratar e demitir os atores no momento que queremos. Somos escritores, diretores e protagonistas. Mandamos em tudo e em todos na nossa própria história.
Porém não somos na maioria do tempo protagonistas. Nosso filme está em cartaz ao mesmo tempo com os de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo. Somos escritores, diretores e protagonistas de um filme que passa apenas no nosso cinema. Cada um tem seu próprio cinema.
Na maior parte do tempo somos coadjuvante nos filmes das pessoas que nos cercam. Somos coadjuvantes nos filmes de nossos parentes, amigos, filhos, maridos e esposas, colegas de trabalho, motoristas no trânsito,  parceiros comerciais, escolas, enfim, cada um está escrevendo, dirigindo e atuando no seu próprio filme e nestes, nós obedecemos. Recebemos o papel e somos obrigados a interpretá-los.
E hoje, enquanto assistia à apresentação de minha filha na escola, me dei conta que haviam atores atuando em leitos de hospitais, presídios, nas ruas procurando o que comer, trabalhando, ausentes, mortos, para morrer em seu último ato.
Enquanto eu estava sendo diretor deste musical, enquanto minha filha estava sendo protagonista do musical dela, haviam presenças e ausências.
Quando o filme acabar e os créditos subirem nesta tela, constarão nomes de muitos e faltarão nomes de muitos.
As ausências me preocupam.
Precisamos aprender a sermos coadjuvantes nos filmes dos outros.
Precisamos a todo custo, sabermos dar uma pausa em nossa exibição para que outro artista brilhe.
corremos o risco de perdermos um filme premiado com o Oscar enquanto atuamos em um thriller classe B.
E quando no futuro, cansarmos de nosso filme, que cinema estará aberto para participarmos do filme dos outros?



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

E eis me aquí de novo, coração aberto ao amor.
E eis me aquí de novo, amando novamente.
Pensei que isto jamais fosse acontecer comigo pois o último amor que tive estes desse deixou marcas ruins e profundas.
Mas a vida continua e o coração nos prega peças...
Então, eis me aqui amando de novo e com uma intensidade que jamais imaginei que aconteceria.
Ela é linda. Ela é meiga. Carinhosa e simpática, ela me entende como ninguém. Rí de minhas bobagens, compreende os meus momentos de rabugice. Quando estou com raiva ela costuma dizer que fico bonitinho quando estou nervosinho...
Que linda ela é.
A vida não poderia ter me dado melhor presente.
Não imaginei que fosse acontecer assim tão rápido.
Parece que foi ontem que eu estava amargurado, triste e com o coração partido a tal ponto de duvidar que o amor existisse para mim.
Achava que o amor existisse só para os outros e que eu não era merecedor. Para mim o amor deveria ser eterno. O amor dos outros era eterno, por que o meu não seria?
Agora estou eu aquí amando de novo.
E como ela é linda. Nâo tem defeitos. Faz tudo o que eu gosto, é simples, ela é humilde. Seus olhos transmitem paz e segurança. Admiro isso nela. Ela admira qualquer coisa que eu faça. Não há brigas nem desentendimentos.
E agora estou eu aquí, amando de novo.
Desculpem se estou sendo repetitivo mas é que a alegria transborda em meu coração que eu quero propagar para todos terem certeza. Eu estou amando de novo. E ela é linda. E o amor é lindo.
quantas boas surpresas a vida nos trás.
Agora chega vida. Não precisa mais nada. Já me deu tudo o que merecia colocando ela ao meu encontro neste momento tão difícil. Agora entendo quando dizem que a tristeza é necessária para que a alegria volte a inundar nossas vidas.
Nossa, gente, pela última vez!!! Estou amando novamente.
E como um bom amante, eu me entrego, eu me dedico. E ela se entrega e ela se dedica.
E como é bom estar com ela. E como ela mesma diz, como é bom estar comigo.
não precisamos de mais ninguém. Nós nos completamos....





Mas o tempo passa... e a convivência, e a influência das pessoas, e as obrigações do dia a dia, e a falta de dinheiro, e a pressa, e os caminhos desencontrados e tudo o mais vão aos poucos diminuindo a admiração, o carinho, o respeito e a vontade.
Não sou mais bonitinho quando estou nervoso. Não sou mais o preenchedor de todas as necessidades. Não sou mais o tudo. sou quase o nada!!!
E eu vejo que o amor é assim. Um círculo. E eu percebo que não adianta buscar novas pessoas pois os erros são cometidos novamente. E entendí que quem te admira, é no futuro seu crítico.

Quantas pessoas não se dão uma segunda chance por imaginar que o bom está lá fora e que o mal já não tem conserto?

pensem nisso!!!
Vida.

Não prometí causar dor nem tampouco sofrimento. Sempre honrei com as minhas obrigações e acredito ter até em certos momentos feito além do que deveria ter feito.
Lutei o tempo todo. Vestí minha armadura e não tirei até o final do combate. O fardo foi pesado porém os motivos nobres.
As palavras ferem e doem tanto quanto a faca que corta a carne. Palavras doloridas foram trocadas porém o motivo da luta jamais esquecido. Onde era para caminhar na mesma direção, os caminhos se desencontraram. O objetivo sempre foi um só mas a vida apresentou vários caminhos, várias escolhas, várias opções.
Fosse fácil, não seria vida.
Acreditar que todas as considerações foram feitas, foram medidas e colocadas sob avaliação é tão difícil quanto aceitar que agora a felicidade impere e que tudo esteja melhor do que antes.
Acho que valores negativos aprendidos no passado não deveriam influenciar em decisões pois não representam o presente e nem exemplificam o futuro.
Acho que os problemas presentes deveriam ser distribuídos e resolvidos de acordo com a carga de cada um, com responsabilidade e compromisso. Não há ação sem movimento.Não há movimento sem gasto de energia.
Prioridades são estabelecidas mas sempre deve haver excessões às regras. Não deve haver ditaduras quando se estabelece metas pois caímos em duas armadilhas. A primeira é não viver o presente e a segunda é não se realizar no futuro.
Quando estabelecemos metas e as seguimos à risca, procedemos como aquele cavalo de carroça  que usa o  tapa olho para não se distrair com o que acontece ao seu redor. Não sejamos cavalos de carroça.
Necessário se faz que reconheçamos nossos erros e os consertemos por vontade própria e não como moeda de troca. Em qualquer competição existe 50% de adversário e 50% de nós mesmos em jogo. Em relacionamentos não. As pessoas envolvidas são 100% uma só. Muitas vezes somos mais responsáveis pelo outro que por nós mesmos. Temos que ser absolutamente sinceros e introspectos. Temos que olhar no fundo e perceber até que ponto nossos erros nos levaram e quais as vantagens que eles nos trouxeram. Pois é verdade... Os erros trazem vantagens, efêmeras, mas vantagens.
Não há desamor onde houve amor um dia. Nossas decisões devem ser sempre tomadas levando-se em conta as felicidades das pessoas envolvidas. às vezes uma só, às vezes mais...
O recomeço não é fácil mas começar do zero é muito pior.
Onde há recomeço tem que haver mudança de atitude, tem que haver reconsiderações e compromissos. tem que se abrir mão de coisas. Às vezes pequenas, outras grandes mas tem que se abrir mão. tem que ceder, não recuar, ceder.
Há de se manter um equilíbrio entre todos. De compromissos, de responsabilidades, de satisfações, de ambições. Há de se haver um compartilhamento, de sonhos, de projetos, de tarefas, de realizações.
Não se caminha sozinho nesta estrada.
A vida é cíclica. É redonda e complicada. Enquanto vivos, vamos repetindo atos, acertos e erros. A vida é feita de altos e baixos e as pessoas são sempre as mesmas em suas relações. Sempre há conflitos, medos, cobranças, indisposições, amarguras, defeitos. Eles vão aparecendo aos poucos. e acredite: Eles aparecem, mais cedo ou mais tarde.
Os erros e acertos de um relacionamento são cometidos em outros relacionamentos. Mais dia menos dia.
Impossível que seja de outra forma. Somos humanos. Somos a espécie animal complicada. Precisamos de psicólogos, psiquiatras, terapeutas e terapias para acharmos que nossa vida é boa, tão boa quanto à daquela pessoa que queríamos ser. Ledo engano.
Não devemos viver de aparência. Não devemos viver de orgulhos. Se erramos, sabemos antes de qualquer um onde errados fomos. Se não conseguimos corrigir nossos erros, procuremos ajuda para corrigí-los.
Pagar pelos erros com a autopenitência é fundamental para sermos aceitos em sociedade novamente. Arcar com as consequências de nossos erros é fundamental para o crescimento e a não reincidência.
Aquele que não paga pelos seus erros, está fadado a repetí-los.
A vida é assim, a  vida se compõe de perdas e ganhos. É uma sucessão de vitórias e derrotas alternadas.
nossas atitudes são determinantes porém nosso contentamento é essencial para sermos felizes.




Independência e Insegurança

Passei parte de minha tarde de ontem no hospital, na emerência. Nâo estava doente e nem sofri qualquer tipo de acidente. Estava de acompanhante. Fui prestar socorro a uma amiga que estava sentindo-se mal. Infecção intestinal por um tipo qualquer de bactéria.
Uma moça simples, jovem, muito bonita. Veio do interior do Espírito Santo para morar na capital, para estudar e trabalhar, em busca de um "futuro melhor", em busca de melhores condições e conhecimento.
Bonita, baixinha e determinada. Quando ela fala de sí, de suas qualidades, a primeira que ela cita é ser independente. Seus olhos brilham quando ela diz que não depende de ninguém. Com orgulho ela diz que trabalha, tem seu dinheiro, paga seu aluguel, compra suas roupas, vai aonde quer na hora que quer e que não tem que dar satisfações a ninguém.
Quando lhe pergunto pelo seu coração invariavelmente ela diz que está bem, que está sozinha por opção própria, que não quer saber de relacionamentos, que já se machucou muito no passado, que está focando nos estudos, que quer uma boa carreira, que vai sair do mercado financeiro e por este caminho ela segue até que o tema coração é colocado à margem da conversa.
E ontem estava ela deitada na cama do setor de emergência do hospital, soro com buscopan na veia de um lado e de mãos dadas comigo do outro.
Seus dedos acariciavam os meus e seus olhos emitiam um brilho que misturava dor, sonolência e angústia.
Perguntei em meus pensamentos se havia outra pessoa para estar alí no meu lugar. Um parente, um outro amigo ou até mesmo uma pessoa pela qual ela pudesse nutrir um sentimento mais profundo. Tinha mesmo que ser eu?
Tenho certeza de que fui uma boa compania e que conseguí fazer daquelas horas as mais agradáveis possíveis dada a situação em que ela se encontrava porém, não pude deixar de correlacionar a sua independência tão propagada com a sua insegurança em relação às pessoas.
Já escreví sobre isto mas este assunto deveria ser debatido sob diversos aspectos pois é uma fonte interminável de controvérsias. A independência da Mulher.
Historicamente, quem tem em torno de 40 anos atualmente, é fruto de uma geração em que seus avós penavam com a ditadura militar no Brasil, eram influenciados pelas notícias do pós guerra mundial, as modas e costumes europeus e americanos, a juventude, o rock de Elvis e dos Beatles.
O Brasil vivia seu primeiro ciclo de êxodo rural intensivo, as cidades cresciam, sem planejamento, sem infraestrutura. Os empregos eram criados sem qualificação, de acordo com a necessidade dos patrões, a taxa de natalidade beirava os cinco filhos por casal, a estrutura da família absolutamente patriarcal e a mão de ferro da ditadura vigiando a tudo e a todos.
Os jornais e revistas censurados, propagavam culturas internacionais e o modelo de vida era absolutamente copiado da Europa e Estados Unidos.
Sonhava-se muito. Vivia-se pouco.
O sofrimento destas famílias da década de 1950, 1960, 1970, controladas pelo governo, infuenciadas pelas culturas internacionais incurtiu em seus filhos, uma liberdade domiciliar muito grande. Compensava-se a opressão do governo com a idéia de que os filhos seriam o futuro da nação à qualquer preço. Seriam os filhos os responsáveis pela real independência do Brasil. Criava-se os filhos sempre para lutar pelos seus direitos, a batalhar pelos estudos para ter sucesso na vida, colocava-se como principal objetivo para os filhos a não dependência. Criavam-se crianças para serem fortes, culturalmente, socialmente, financeiramente. Esqueceu-se da família. Não estou direcionando nem generalizando. Estou afirmando que para conseguir a independência política, para conseguir os direitos de cidadãos, para conseguir a liberdade, as famílias foram obrigadas a criarem filhos fortes e independentes. Esqueceu-se do emocional, da estabilidade, da hierarquia familiar e a estrutura das famílias foi gradativamente mudando e o que antes era patriarcal, passou a ser indefinido.
Os homens sofreram porém acho que as mulheres passaram por momentos muito piores. Os movimentos feministas pipocavam pelo mundo e chegavam até nosso país as lutas pelos direitos de igualdade de uma forma avassaladora.
Muitas mulheres se destacaram, muitos lares ruíram e as crianças foram crescendo e acostumando com o sentido de igualdade entre os sexos.
Se em algum momento do texto dei a entender que sou machista ou que tenho preconceitos contra o poder feminino, este é o momento ideal para ressaltar que absolutamente isto não faz sentido. Dentre as pessoas que conheço, talvez eu seja o maior admirador que existe das mulheres quer seja como profissional, quer seja como provedora, quer seja como sexo forte. 
Porém, vendo aquela moça deitada, com dores, frágil e delicada, precisando de carinho, afago e atenção, com aquelas idéias sobre independência, meu instinto masculino e provedor falou mais alto.
Acredito que a mulher deva ser cantada em versos e prosas, que a mulher deve ser bela e cheirosa, que seu sorriso deva ser eterno e tranquilizante. Acredito que a mulher deve ser protegida, que deve ser cuidada pois é dela que depende a raça humana. É ela que é responsável pela perpetuação da nossa espécie. É a mulher que pode dar ao homem toda a tranquilidade e segurança que ele necessita para ser o provedor principal.
Faz-me pensar com tristeza quando passo nos bares de esquina e os vejo cheios de homens bebendo e jogando dominó ou porrinha. Quando vejo nos campos de futebol de várzea aqueles times todo participando de campeonatos, aqueles churrascos com os amigos. Onde estão as mulheres, as esposas desses homens? Em casa? Cuidando dos filhos?
E onde estão os filhos destes homens? Crescendo acostumados com esta situação? Achando que isto tudo é normal?
Faz-me pensar com tristeza quando vejo as mulheres absolutamente empenhadas com o trabalho e com a afirmação profissional. Com os cursos e aprendizado. Comprometendo todo o seu tempo fora de casa. Onde estão os maridos destas mulheres? Em casa ou nos bares com os amigos? Onde estão os filhos destas mulheres? Crescendo acostumados com esta situação? Achando que tudo isto é normal?
Faz-me pensar com tristeza quando vejo estas mulheres de micaretas, bailes funks, raves, boates, forrós, marias chuteiras banalizando os relacionamentos por conta de aceitação social, para evidência e liberdade, direitos iguais.
A triste constatação que faço dessa história toda é que cada vez mais nossas famílias, escolas e faculdades deixam de formar pessoas com idéias, deixam de formar pensadores para formar meros profissionais para o mercado de trabalho.
A excelência, perfeição, conhecimento e profissionalismo em detrimento à estabilidade sentimental.






vidaemebulicao: Os relacionamentos

vidaemebulicao: Os relacionamentos: Os relacionamentos Os relacionamentos, independentemente de grau de parentesco e afinidades, baseiam-se em um princípio único. O da TROCA. A...

Os relacionamentos

Os relacionamentos

Os relacionamentos, independentemente de grau de parentesco e afinidades, baseiam-se em um princípio único. O da TROCA.
Aliás, desde os primórdios da civilização humana, desde que o homem descobriu que vivendo em grupo aumentaria suas chances de sobrevivência, o escambo surgiu naturalmente assim como a necessidade da comunicação gestual e verbal.
Todos sabem que dando algo que 
se tem em troca de algo que se necessita torna a vida muito mais fácil e prazeirosa.
Assim também é nos relacionamentos afetivos. Convencionar que quem faz algo por alguém não deve esperar receber algo em troca é um dos grandes erros dos ditos "tempos modernos" e "politicamente correto".
Até o amor precisa ser retribuído. Não existe amor incondicional.
Uma troca, como o próprio nome diz, sugere um caminho de mão dupla onde as ações são as mesmas para as pessoas participantes. Dar e receber ao mesmo tempo é fundamental, independente do que está se dando e se recebendo.
Geralmente as pessoas dão dinheiro, outras dão seu tempo, outras dão carinho, atenção, satisfação, orgulho, dedicação, fidelidade, honestidade, hombridade, compromisso, sorrisos, beijos, abraços, motivação, tranquilidade, conforto, presença física, conselhos, segredos, cumplicidade, paciência, paz, alegria. E geralmente as pessoas recebem em troca os mesmos atributos. É uma regra simples onde mesmo se dando tudo o que se tem, no fim das contas os dois tem mais ainda para oferecer.
O retorno é multiplicado!!!
Agora nos acomodamos em dizer que quem faz, faz por que quer e não deve receber nada em troca porém, as coisas negativas que também trocamos, estas sim, são devolvidas e potencializadas. Os sentimentos negativos que recebemos, estes sim, temos o prazer em retribuir.
Estamos nos tornando uma sociedade EGOCENTRISTA e em alguns casos, até AUTISTA.
O autista não tem domínio sobre o sentimentos das pessoas que lhe cercam e por conta disso não mensura as consequencias de suas atitudes no meio em que está inserido.
Temos vivido relacionamentos assim, cada vez mais autistas, cada vez mais egocêntricos, individualistas. Talvez pela mídia televisiva, talvez por uma questão de mudança de costumes mesmo pois vivemos tempos modernos onde as pessoas atropelam seus semelhantes em busca de seus projetos pessoais.
Os projetos são pessoais demais, os objetivos são traçados muito cedo, o tempo deixou de ser relativo para se tornar absoluto. Somos prisioneiros deste tempo e por conta deste tempo não conseguimos mais nos prender a pessoas e a relacionamentos abrindo mão da projeção pessoal.
Tudo pelo SUCESSO! E nos resta aplaudir!





02 de agosto


O ser humano, com todos os seus usos e costumes, convencionou o uso de datas especiais para comemorar e/ou adotar metas, estabelecer mudanças de estilos, começar dietas dentre tantas outras coisas.
Mas o que faz uma data ser especial? O nascimento de Jesus Cristo, o nascimento de um filho, o primeiro beijo, o dia de um casamento, a virada de ano, o início de namoro, a morte de um ente querido? São
 tantas opções que sempre estamos no dia ou próximos a uma data especial.
E o que nos leva a tomar certas decisões baseados em uma data? O que nos leva a crer que nossa intenção terá mais chance de sucesso se iniciada em uma data específica se um dia vem após o outro como ocorre a bilhões de anos?
Nossa necessidade de acreditar no místico, na supertição, no obscuro e no desconhecido minimizam a capacidade que temos de acreditar em nosso real potencial. Basta querer, independente de uma data.
Amanhã, dia 02 de agosto seria uma data especial? Em que momento os deuses do Olympo, Buda, Maomé, Brahama, Oxalá, Deus do catolicismo, Odin ou qualquer outro ser superior, estipulou que esta data seria importante na minha vida?
O que fiz eu a eles para merecer ou desmerecer esta importância? Vai saber!!!
O que me intriga é que após 20 anos esta data acaba tomando um outro viés de importância na minha vida pois o que outrora fora motivo de comemoração, amanhã torna-se motivo solidão, amargura e angústia.
Ora, é uma data como outra qualquer vocês dirão! Mas, de acordo com os Deuses descritos alí em cima, e de acordo com a natureza, neste dia veio ao mundo uma pessoa que estava destinada a mudar, drasticamente e constantemente, os rumos da minha vida.
Um dia como outro qualquer e eu, logo eu, tão cético em relação a estas crendices, costumes e convenções populares, passarei o dia de amanhã pensando que, este sim, é um dia especial para mim na história da humanidade.