segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Política

Formação Superior

Participei a algum tempo atrás como "penetra" de uma palestra em uma faculdade no município de Cariacica, Campo Grande, ES onde o tema principal era sobre educação superior.
O palestrante principal, cujo nome não me lembro, perguntava à platéia sobre os grandes problemas das faculdades e do ensino superior e todos os argumentos apresentados direcionavam para uma só questão: A qualidade do ensino.
Algumas pessoas falavam da desigualdade do ensino público para o privado, outros falavam do sistema de cotas, mais alguns sobre as dificuldades de estudo a noite depois de um dia de trabalho, outros sobre a influência da internet e das pesquisas ctrl c + ctrl v e daí por diante.
Todos ao meu modo de ver, estavam ali, automatizados, guiados a olhar em uma única direção: O mercado de trabalho e a concorrência entre os profissionais.
obviamente que a platéia cheia devia-se a pontos extras na grade para quem participasse e eu, como um mero espectador penetra tive tempo para olhar a situação como um todo e percebí que, o objetivo era único. O diploma. A graduação.
Claro que este sempre foi o objetivo de quem estuda em uma faculdade mas as entrelinhas foram deixadas de lado. 
As faculdades formam profissionais. Apenas profissionais. E nada mais. 
Está cumprindo seu objetivo? Claro que sim. Mas já foi diferente no passado.
Em épocas não muito distantes, as faculdades formavam cabeças pensantes. As faculdades viviam cheias de cabeças pensantes. de pessoas revolucionárias, com visões humanistas, políticas, partidárias. As faculdades formavam opiniões. Formavam cidadãos preocupados com mudanças, com o regime, com o futuro da nação.
Hoje vemos alunos aplicados apenas nas disciplinas, preocupados com as melhores notas, com o mercado de trabalho e suas variantes. Os alunos entram, tiram as notas necessárias para o próximo semestre, acumulam trabalhos, monografias, TCC's e afins. Não repetem períodos, não repetem matérias pois tempo é dinheiro e dinheiro é dinheiro.
Tudo é muito rápido, muito apressado, muito objetivo.
Não há tempo para as entrelinhas, não há miscigenação entre os cursos cada vez mais objetivos e menos abrangentes.
Estamos nos fechando cada vez mais no individualismo, no "garantir o meu lugar ao sol" e deixando os politicos cada vez mais à vontade.
Não há uma formação política. não há mais movimentos subversivos, não há mais luta... Apenas remanescentes.
A política não se renova e no futuro, é possível que voltemos às mãos dos velhos e temidos Coronéis!!!
Ainda bem que seremos formados em alguma coisa e quietos, ficaremos no aconchego dos nossos lares!



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