sexta-feira, 24 de agosto de 2012


desintoxicação!

Em algum momento de nossa vida, nos tornamos dependentes de algo. 
Acho que precisamos dessa dependência para nossa auto afirmação. Precisamos depender de algo para nos sentir bem. Isso vem de reações químicas no cérebro. Não é nada incomum termos desejos e precisar de algo para nos acalmarmos.
O problema é quando precisamos nos desintoxicar. Abruptamente. Sem aviso prévio.
Muitas vezes passamos a vida toda tomando um remédio, jogando o mesmo jogo, usando a mesma droga, convivendo com a mesma pessoa sem nos darmos conta que tudo isso é um vício. Uma dependência. Uma obsessão. Uma loucura sem fim.
E é neste momento de desintoxicação obrigatória que vem as crises de abstinência sem fim. Alterações de humor, recordações, falta das sensações de prazer e loucura que nosso vício nos proporcionava. A idéia de incapacidade, de prostração, do desespero, do arrependimento, a falta de forças, os conselhos, as conversas, o tratamento de choque. Pois é mesmo um tratamento de choque. Como não? Imagine passar uma vida toda usando a mesma droga e no instante seguinte não ter mais acesso à ela? Imagine passar décadas com a mesma pessoa e num instante não vê-la mais, não ter acesso à ela sem que a morte a tenha levado?
Aos que passam por isto resta a certeza do incerto. Resta os pensamentos e as memórias. Resta um vazio que jamais será preenchido.
Mas, após todo o processo de desintoxicação, a luz se acende. Os olhos se abrem novamente e uma perspectiva de melhora aparece lá no horizonte, distante ainda porém já tangível. Soltar a corda que nos prende a esta dependência é a tarefa mais difícil que existe. Apenas o tempo em suas unidades de medida mais numerosas tem o poder de cura para a abstinência.

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