Solidão
Desde que o ser humano percebeu que vivendo em grupos suas chances de sobrevivência aumentariam, desde que o ser humano passou a viver no sistema de comunidades, foram desenvolvidas diversas relações sociais entre os grupos de uma determinada população.
Os laços afetivos foram se formando, as regras e convenções sociais se estabeleceram naturalmente e as pessoas para serem aceitas com nor
malidade na comunidade em que estavam inseridas, deveriam seguir diversos comportamentos aceitáveis para as boas práticas de convivência.
Dentre os sentimentos mais avassaladores que surgiram, acredito que a solidão seja o mais absoluto de todos.
Costumo categorizar a solidão em três níveis. A solidão opcional, onde a pessoa resolve por sí mesma se isolar. A solidão forçada, onde uma pessoa é excluída de um certo meio social contra a sua vontade. A solidão natural, onde uma pessoa não consegue se adaptar aos usos e costumes do seu grupo de relacionamento.
Os sentimentos advindos da solidão, tais como rancor, amargura, tristeza, egoísmo, incapacidade, incompreensão, desamor, desunião, desapego vão corroendo os pensamentos do solitário de uma forma natural, simples e devastadora.
Seja em qualquer das três categorias de solidão descritas por mim, o solitário precisa de ajuda. O solitário precisa de uma atenção e uma dedicação que é muito difícil de obter por que ele, à vista do grupo, não é merecedor desta atenção e dedicação.
A solidão começa a se estabelecer quando nos colocamos à frente de qualquer importância e qualquer situação. Seja por instinto de sobrevivência, seja por ambição ou mesmo egoísmo.
Identificar estes traços em sí mesmo é uma tarefa difícil pois não gostamos de receber críticas de ninguém quanto mais de nós mesmos.
É preciso se adaptar, é preciso repensar, fazer uma análise crítica profunda de decisões, atitudes, comportamento. É preciso reflexões, conversas e acima de tudo, reconhecimento.
Ao solitário, qualquer um, em qualquer fase de sua vida, é preciso ceder. É preciso se doar, é preciso colocar os outros em algum momento à frente de seus interesses e opiniões. Ao solitário, é preciso reconhecimento, gratidão. Ao solitário, é preciso se olhar no espelho e ver os outros.
Decidir se a solidão é efêmera ou perene depende apenas de cada um pois, segundo à natureza humana ou à vontade de Deus, infelizmente conseguimos estar sozinhos mesmo rodeados de atenção.

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