sexta-feira, 24 de agosto de 2012


The Wall

A parede!!! Chegamos na parede. A partir daqui, o outro lado desconhecido, o inusitado. Paro e olho para todos os lados, para cima e para baixo, apenas a parede. chegamos aqui de mãos dadas, umas vezes puxados, outras empurrando mas chegamos de mãos dadas, mãos que se multiplicaram e agora são em número de oito. Parede alta, desafiadora, misteriosa.
O que nos espera do outro lado? Como v
amos atravessar? De mãos dadas ou não?
De mãos soltas temos mais aderência, ousamos mais, encaramos desafios mas, de mãos dadas, somos mais fortes pois somos dependentes e a dependência causa união, conforto e mais esperança.
Sei que parados não podemos ficar, sei que voltar não está dentro das possibilidades pois o caminho até aqui foi duro e não há esta opção disponível.
Não há dúvida que de mãos separadas haverá divisão. Divisão de forças, divisão de objetivos, divisão de tempo, divisão de bens, de corpos e de mentes mas o caminho é livre (e desconhecido).
De mãos dadas o caminho que se abrirá será mais longo, mais cansativo porém com possibilidades muito mais recompensadoras afinal temos propósitos. Todos têm. Não somos diferentes.
Mas mesmo de mãos dadas o caminho ainda é desconhecido.
Chegamos até aqui imaginando que o caminho teria um fim e que o descanso estava próximo. Grande erro. O caminho não acaba nunca e o segredo se consistia em admirar a estrada, observar a paisagem, parar de vez em quando e alimentar corpo e mente com as experiências adquiridas. Não nos atentamos para este detalhe. Estávamos o tempo inteiro dentro da estrada buscando um objetivo que não existia além da própria estrada. Era a estrada que importava, era a paisagem que se vislumbrava à nossa frente o alimento para a nossa alma e, distraídos em nossos objetivos, não olhamos para dentro. Só para frente. 
Perdemos momentos importantes por não valorizá-los. Nos atentamos para coisas fúteis, efêmeras e por conta disso o fardo foi ficando cada vez mais pesado e difícil de carregar. 
Agora estamos aquí. Diante deste muro, com medo, cheio de incertezas, pesos, mágoas, decepções, cobranças, ressentimentos.
Não há retrocesso, não há certezas do que nos espera. A única coisa certa é a obrigação de atravessá-lo. De mãos dadas ou não, aprendemos até aqui.




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