43 anos
Quem no auge da adolescência nunca imaginou-se com mais idade? com certeza aos 15 anos, aos 17 ou 18 anos todos nós nos projetamos com mais idade. Conseguimos imaginar nossa futura casa, nosso futuro parceiro, profissão, filhos, ca
rro, animais de estimação e com certeza sempre pensamos neste futuro com as mais boas intenções. Só conseguimos imaginar coisas boas, bons empregos, boa casa, filhos sadios, inteligentes e educados, um parceiro ideal, um bom carro. É o normal e lutamos a vida inteira, mesmo inconscientemente para isso. Ninguém, mas absolutamente ninguém pensa no futuro com pessimismo.
Mas a vida nos prega peças e alguns pensamentos para o futuro não são realizados, alguns projetos se perdem pelo caminho e vamos nos adaptando a cada situação de acordo como ela nos atinge.
O problema dos projetos futuros é que sempre desconsideramos a variável pessoas. Não levamos em conta que precisamos interagir com pessoas para que estes pensamentos utópicos se tornem realidade. Interagimos com pessoas ao longo de nossas vidas que criam atrito, pessoas que pesam nas decisões.
Quando adolescentes, somos donos de nossos futuros justamente por que desconsideramos esta interação com as pessoas que farão parte de nossas vidas.
Não temos a informação que nossas ações influenciam diretamente na felicidade e infelicidade das pessoas.
Teimamos em imaginar que nossa vida é uma inércia e que como tal, manterá-se em movimento constante porém subitamente nos damos conta de que forças atuam sobre nossa vida, pessoas interagem, dividimos nosso volante e não somos mais motoristas sozinhos.
Nossas carreiras sofrem ação das pessoas, nossos filhos sofrem ação de pessoas, nossos relacionamentos sofrem ações de pessoas. Não somos donos de nada.
Aqui, neste domingo, tudo está como sempre esteve.
Meus planos estão em curso, estão em andamento. O futuro só acaba um segundo depois do último. Muitos realizei, muitos tive e ainda muitos terei. O lugar está aqui. como sempre esteve. as portas abertas. A reflexão com honestidade é importantíssima. Deixar a poeira abaixar para depois vislumbrar os prós e os contras de nossas decisões torna as coisas mais nítidas.
Acredito que em nossos conflitos internos, somos juízes e júri de nós mesmos. Sabemos onde erramos, temos discernimento de nossas falhas e, como juízes, conseguimos nos condenar. O problema é que nosso júri é fraco quando aplica a pena. Vamos acumulando nossos erros, sendo julgados e absolvidos por nós mesmos.
Para tudo há um preço a se pagar.
Tomamos decisões, adotamos posturas, agregamos idéias, traçamos objetivos e formamos caráter em nossas vidas sempre influenciados por alguma coisa. Seja por uma pessoa, seja por uma situação, pelas circunstâncias. Vamos aos poucos perdendo nossa originalidade e igualando a nossa individualidade à dos nossos contemporâneos.
Vamos agregando à nossa vida aos poucos, medos, vergonhas, frustraçoes, inseguranças e fraquezas escondidos por trás de sorrisos e decisões fortes.
Temos medo de consertar o que não está funcionando direito. Não temos tempo para revisões.
Encontrar dentro de sí o juiz e o júri. Dar-se a sí o privilégio de encontrar-se é o melhor presente em qualquer momento.
Estou feliz? Está feliz?
Aqui neste domingo, tudo continua como antes. O lugar está aqui.
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