Basta

Morreu para mim!

Chega, não deu mais para aguentar.

Não vou continuar insistindo em algo que quero mas não depende de mim.

Não vou perder mais que ninguém. Acredito realmente que é o contrário. Eu lutei para que tudo desse certo mas lutei sozinho. Enquanto eu tentava fazer dar certo o outro lado ficava cada vez mais distante, se envolvendo em projetos, em trabalhos e mais coisas e pessoas que realmente não acrescentavam em nada.

Parece que toda a culpa era só minha. Parece que só eu tinha que fazer dar certo. Chega. Não é assim.

A verdade tem que ser dita... Não vou tapar mais nenhum sol com a peneira. Não vou potencializar o que errei para justificar esta coisa toda. As coisas daqui para frente serão atribuídas de acordo com o peso que tem. Cada um carrega o seu peso.

As pessoas que me conhecem sabem como eu sou. As pessoas que realmente me conhecem sabe do que fui capaz e do que sou capaz de fazer. 

Quem me conhece sabe das horas e horas que eu esperei sentado dentro de um carro para alguém vencer na vida. Das noites de sono que perdi fazendo trabalhos, traduções e lendo livros que não são inspiração para ninguém. Quem me conhece sabe que sacrifícios assim não é qualquer um que faz. Quem me conhece sabe que estive presente em todos os momentos de aperto, que permiti todas as vontades, que perdoei todos os erros.

Quem me conhece sabe que não traí, sabe que não sou de me ausentar, que carrego no colo, que não sou violento, que não bati, que não bebo, que não fumo. Quem me conhece sabe de muita coisa. Quem me conhece sabe da minha dedicação incondicional.

Qual foi o meu erro? Pedir conformidade? Pedir presença física? Cobrar a permanência dentro de casa?

Cobrar segurança e fidelidade? Cobrar companheirismo?

Isso não deve ser cobrado. Isto é obrigação de qualquer marido para com a mulher e vice e versa. Isto é o certo. Chega de dizer que eu mudo só no começo e depois tudo volta ao normal sem assumir que tudo volta ao normal por que a outra parte não fez o que tinha que ser feito.

Chega disso. Assuma seus erros. 

As pessoas que realmente importariam, todas, sem excessão, deram conselhos, falaram, argumentaram, mostraram e fizeram tudo o que poderia ser feito. As pessoas que estão de fora não valem nada pois não sabem de nada. Querem o que estão podendo tocar, querem o que estão podendo ver. 

E o que veremos depois? E quando os anos se passarem e quem realmente importa hoje, estiver amadurecido e com opinião formada? O que estas pessoas vão pensar? Qual a consideração terão a respeito do passado e como este passado influenciará suas vidas?

Colocar as culpas nas brigas? AH, fala sério.... Achar que qualquer um gosta de brigar de graça????? Isso não cola mais... Assuma suas responsabilidades pelos motivos das brigas. Assuma o papel que você escreve para a sua vida. Não se coloque como vítima oprimida pois o erro foi justamente ter tido liberdade demais, autonomia demais. O erro foi sempre saber que o poste estaria sempre alí, iluminando os caminhos. Mas não ache que a sua caminhada chegou ao fim. Entenda que ainda tem muito caminho a percorrer. Aprenda que as crianças crescem, precisam de referências e de bons exemplos em suas vidas. 

Não pense que a grama do vizinho é mais verde ou que os seus frutos são mais saborosos pois não são. 

A grama é ácida e o fruto é bichado. O início é sempre igual, o lado bom sempre prevalesce... mas o tempo passa.. e a lembrança corrói tanto quanto o arrependimento. Olha, o tempo passa.. e passa rápido.. e as coisas se perdem pelo caminho... e as coisas não voltam... e as pessoas não são iguais e as pessoas não tem as mesmas paciências, as mesmas considerações e as mesmas tolerâncias.

Fazer agora por alguém que acabou de chegar o que seria obrigação dentro da própria casa é uma covardia imensa.... não tem como mensurar o tamanho desta covardia. 

Ser tão determinada desta forma fora de casa, com tanta força e coragem, jogando a culpa para cima dos outros é a maior mentira que existe.

Não vou carregar esta culpa mais em minha alma. Quem me conhece sabe que eu fiz muito mais para dar certo do que deveria. Não sou covarde. Não fugí da luta em momento algum. 

Deveria ter me amado mais e confiado mais em mim do que nos outros.