Escrever não é fácil.
Digo isso por que quem escreve, além de saber falar bem, ter uma boa fluência verbal, além de ter que saber bem a língua portuguesa, além de ter que saber concatenar bem as idéias, tem que se despir. Tem que se despir de toda a vergonha, de todo o pudor, de todos os traumas e condicionamentos para poder atingir as pessoas de uma forma honesta, direta e verdadeira.
Assim como se vê alguém tocando violão de forma tão harmônica, assim como um saxofonista expõe as notas tão precisas que encantam os ouvidos, assim como um pintor retrata as mais belas paisagens que enchem os olhos de encantamento, o escritor escreve para a alma. O escritor escreve para a cabeça das pessoas.
Todo escritor é um propagador de idéias, um formador de opinião. A arte do escritor é se fazer entender.
Diferente da música que alimenta o momento, assim como o quadro que vislumbramos e guardamos na memória, o escritor modifica o modo das pessoas pensarem ou simplesmente reafirmam o seu pensamento.
Escrever é uma responsabilidade muito grande e os ensinamentos do que se é escrito perpetuam e regem os pensamentos de povos inteiros. A escrita é a base de tudo.
Então, quando alguém pede a um escritor um texto, esquece-se que deve haver inspiração, deve-se haver espontaneidade e principalmente falta de compromisso.
Hoje, no dia 09 de setembro, aniverário de minha irmã, ela jogou ao vento a suspeita de que haveria no blog um texto em sua homenagem. Mas como homenagear alguém através de letras?
Uma situação um tanto quanto complicada pois as pessoas esperam algo exclusivo, algo especial que possa ser mostrado como um presente único.
Então imaginei que para escrever sobre alguém existem dois caminhos bem definidos. O primeiro seria uma biografia e o segundo seria exaltar as qualidades deste alguém em detrimento aos seus defeitos.
Dois caminhos bem difíceis pois para biografia teria que se saber todos os pormenores da vida desta pessoa e para exaltar as qualidades teria que mascarar seus erros e defeitos e isto é impossível sem cair no lugar comum. O erro de quem escreve é justamente cair no lugar comum.
Não há uma forma de se falar de mãe, pai, irmão, irmã. São parte de um único todo. São carne da carne, sangue do sangue. O que acontece com um, atinge a todos os outros. O que um faz, é de responsabilidade de todos os outros. Guardadas as devidas proporções é claro!
Então não há como redigir um texto especial de aniversário para minha irmã. Não há como exaltar a data sem cair no erro do lugar comum. Há apenas como dizer que sei dos meus débitos para com ela pois ela, naquela relação de reciprocidade do texto anterior, sempre esteve muito mais do lado que dá do que recebe em relação a mim.
Não prometo saldar minha dívida pois nesta relação não há aquele desequilíbrio entre dar e receber. as coisas acontecem exatamente devido à necessidade de cada um.

Segurando as lágrimas....
ResponderExcluirrimã
Amei o texto
ResponderExcluirViu? Rendeu comentários!!! kkkkkkk
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