domingo, 16 de setembro de 2012

Os fortes entenderão

Então fica combinado assim: A culpa é mesmo minha.
A minha cara emburrada, a minha anti-socialização e meu jeito ignorante com ciúmes desmedidos e cobranças infundadas levaram a isto tudo.
Obviamente devo precisar de ajuda. Preciso de cuidados médicos, um psicólogo ou psiquiatra para tratar esta minha fobia por pessoas, a minha brutalidade e ignorâncias gratuitas devem ser reflexo de maus tratos ou abandono na minha infância. Devo ter sido uma criança sozinha, criado de qualquer jeito, sem as bases de uma família. Por isso a minha cara emburrada.
Meus ciúmes e cobranças também devem ser tratadas através de terapias pois nunca houve motivos para isso. Nunca houve mentiras ou desvios de moral em meus relacionamentos. Sempre fui um homem afortunado, sempre tive a sorte e a bênção Divina e se me preocupo, e se desconfio, devo estar tendo devaneios. Minhas sensações devem aos poucos me levar à loucura e se eu não for tratado, meu futuro será apenas em companhia da solidão. Eu e ela nos merecemos.
Então fica combinado assim. Não recairá culpa sobre ninguém além de mim. Não quis me reciclar, não soube perdoar e vi sempre coisas que não existiam, ouví pessoas que mentiam, me aliei a pessoas que só destroem  e querem o meu mal.
Aliás, não pratiquei o bem nunca. Não dei a liberdade, não dei a atenção, não dei o carinho necessário para manter um relacionamento. Talvez a bebida tenha prejudicado, talvez a falta de emprego e a falta de empenho. Talvez as necessidades fizeram mal. 
A minha violência doméstica, os cortes, tapas, socos, chutes eram potencializados pelas drogas que consumia.
Abandonei também as crianças. Não lhes dava a devida atenção. A mim só importavam os amigos e a vida boêmia. Desperdicei todo o meu dinheiro, todo o meu tempo livre não dediquei à minha família e por isso reafirmo. A culpa é mesmo minha. 
Nunca estive presente nas doenças, nas batalhas, nas conquistas. Perdi as datas especiais, esquecí aniversários, natais e feriados. Nunca esperei, nunca ajudei e não me esforcei para nada. Sempre quis as coisas de mãos beijadas. Era o senhor e dono do meu mundo. E nele mandava eu.
Não sei se adiantará daquí para a frente mas na próxima oportunidade que eu tiver, saberei como me comportar, larguei a bebida e as drogas, fiz terapia e resolví a minha questão de violência. Fiz alguns contatos com muito trabalho poderão se tornar uma espécie de coleguismo e quem sabe um dia uma amizade.
aprenderei a ser um bom marido se tiver esta oportunidade. Sou filho de Deus e sei que terei uma outra chance. Agarrarei com unhas e dentes e não farei mais uma família sofrer.
E quem sabe um dia eu terei a coragem de aparecer em público, com um sorriso nos lábios, olhar nos olhos das pessoas, ser simpático com desconhecidos sentados em uma mesa de bar no fim do expediênte de sexta feira, quem sabe eu passe o dia na cada das pessoas comendo e bebendo, me socializando ou então encha minha casa de pessoas para um churrasco a cada domingo. Agora aprendí que isso é o que importa.
Aprendí que as opiniões que importam mesmo na nossa vida são as emitidas da porta para fora e não da porta para dentro de nossa própria casa. Errei.
Só os fortes entenderão!!!





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