quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Estudo demais

Dizem que os excessos causam sempre danos a quem os pratica.
Geralmente esta frase se aplica a problemas físicos causados por bebidas, cigarros, drogas, sol, chuva, comidas, doces, remédios e tantas outras coisas que a falta e o excesso realmente atrapalham a fisiologia humana.
Mas o que se dizer do subjetivo? o que se dizer de coisas não tangíveis que vão se acumulando, vão tomando conta da vida das pessoas e acabam causando males tão nocivos quanto as doenças fisiológicas?
Hoje uma boa senhora me disse a frase que me inspirou a escrever este texto. A princípio a frase é de uma incoerência inacreditável mas quando refletimos sobre ela, quando realmente analisamos suas entrelinhas percebemos a grande sabedoria que ela carrega. 
Esta senhora não é nenhuma acadêmica, não é letrada em qualquer ciência, não parlamenta, não leciona e nem tão pouco medica ou diagnostica nada. Ela é a vida, ela é a experiência dos anos acumulados, dos sabores e dissabores, das felicidades e infelicidades que a vida lhe submeteu durante 65 anos vividos.
Temos que olhar para estas pessoas com mais paciência, com ouvidos mais limpos e atentos, não devemos nunca imaginar que o tempo destas pessoas já se passou e que são pessoas demodée.
E prestem atenção na frase!!!

O ESTUDO DEMAIS EMBURRECE A PESSOA!!!

Gente, quem em sã consciência falaria uma coisa assim?
Foi a primeira coisa que eu pensei.
E ela com seus olhos pesados, cansados, com sua voz abafada foi vomitando palavras que me deixaram perplexo....
Segundo ela, a pessoa que estuda demais, que passa a vida se dedicando ao conhecimento acadêmico, que cresce dentro de uma profissão por vocação ou por crescimento econômico, perde muitas coisas da vida. 
Perde amigos, perde amores, perde os passeios, perde as referências familiares, perde a atenção das pessoas, perde o crescimento das pessoas, perde as datas comemorativas, perde os encontros, perde os feriados, perde as fotografias que provariam no futuro que ela estava alí presente, apoiando as outras pessoas do seu convívio. Perde a felicidade.
E continuou esta senhora quando viu meu olhar de espanto: Perde a felicidade porque o objetivo nunca vem, as ambições são sempre superadas por outras maiores, mais importantes e, quando essa pessoa para, quando olha para trás para tentar relembrar os momentos, serão só histórias contadas por outras pessoas pois ela não estava lá.
Não estava nos aniversários, não estava nos churrascos, nos natais, nos dias de ano novo, não estava presente nos dias das mães, nos dias dos pais, não estava presente na vida das pessoas importantes quando estas pessoas queriam ou precisavam.
Daí ela não terá lembranças, ela só ouvirá histórias. Ela desejará o passado, desejará retornar e o passado não volta, o tempo não volta atrás. Não haverá máquina ou conhecimento científico e nem dinheiro para comprar sua passagem de volta ao passado. E esta pessoa não terá lembranças, não terá referência de vozes, de emoções, de gostos e de sabores. Não terá ido a lugares, não terá dado conselhos, não terá recebido conselhos.
E a partir disto, com todo conhecimento, com toda a importância de seus feitos, de seu cargo e com toda a riqueza acumulada, perceberá que não viveu o suficiente, que não amou suficiente, que não conhece as pessoas suficientemente, que não aprendeu a principal disciplina da vida. Viver para os outros como se fosse viver para sí mesmo.

E agora, o estudo demais emburrece ou não as pessoas?

Reflitam!!

Um comentário:

  1. Ja falei pra fazer um post sobre: Efluentes de industria textil e seus contaminantes quimicos????

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