E aí que hoje eu peguei as roupas para passar, depois de quase 40 dias. Passei todas. Tal como Xitãozinho e Xororó, encontrei ainda alguns fios de cabelo grudados em minhas camisas.
Joguei todos fora. Coisa mais sem sentido.
Minhas filhas chegaram do passeio. Agora é só passeio. A responsabilidade e o futuro delas foram trocados por algo muito mais vantajoso. O amor!!!
Ah.... o amor... como o amor vale todo sacrifício. Como o amor tem que ser sempre trocado por outro amor maior, mais intenso. O amor tem que ser trocado por outro mais belo, com mais futuro,
Então, voltando ao texto, aproveitei a chegada das minhas filhas do passeio e pedí ajuda para limpar o guarda roupas. Jogar fora todos os lençóis e fronhas do passado. Jogar fora as cobertas, os travesseiros que não valem mais nada pois a essência não existe mais.
Não fui eu quem entrou no bote salva vidas. eu afundei junto com o navio. não fui o rato. No meio marítimo todos sabem que quando os ratos abandonam o navio é por que ele vai afundar. São os primeiros.
Eu não sou rato. Nem tampouco desleal. Foi-me proposto um jogo, com as regras estabelecidas. Mas o jogo era de cartas marcadas. Já se sabia o final e joguei sozinho.
Enquanto eu seguia as regras, os dados eram jogados em outro tabuleiro, as cartas eram dadas em outra mesa. O jogo foi desleal.
Mas o prêmio deste jogo, as medalhas, o pódio não é alcançado agora. É na hora do acerto de contas. É na hora que o futuro e o passado se encontram que o prêmio é dado ao vencedor. E nem sempre o dono da bola controla o time todo.
Então, voltando ao texto novamente (hoje estou meio "avuado"), tomando minha terceira latinha de heinekken, assistindo ao pânico na TV, me desfiz dos lençóis, fronhas e travesseiros (não velhos) ultrapassados. Pensei em fazer uma doação porém tive receio que quem os recebesse, acabasse levando junto alguma coisa errada, algum desvio da normalidade e acabasse sofrendo do mesmo mal que eles carregaram. Preferí mesmo o lixo.
Vida nova. Gente nova.
Não tenho pressa nenhuma. Minha prioridade ao contrário do que possam imaginar não é o sexo. Não é o órgão sexual feminino e nem os prazeres que ele me proporciona. A minha prioridade é o companheirismo, é o sentido de igualdade. Igualdade de tratamento e igualdade de responsabilidades.
Estive pensando sobre isso e acho que vou me acostumar mal quando enfim eu souber o que é isso. tenho medo de minha reação e também dos sentimentos que posso alimentar de raiva, rancor, ressentimento.
Outro dia ouví um marido discutindo com uma esposa por telefone e me espantei com o tom rude e áspero e tive medo. Fiquei sobressaltado com medo do que poderia acontecer a este casal e o homem me disse que é normal falar assim e que antes mesmo de ir deitar-se tudo estava resolvido.
Acho que este foi o meu problema. Não me deitava. Ou me deitava sozinho.
Recordo-me muito bem que fui aos poucos me anulando e me adequando justamente para não discutir. Para não passar por estes problemas normais entre casais. Isto foi-me tirado.
Gostava muito de internet e de computador. Conversava em salas de chat, bate papo, baixava músicas, filmes, séries, gravava em cd's, dvd's, numerava, arquivava. Passava horas e horas. Mas isto incomodava e aos poucos me "curei" deste vício que estragava meu relacionamento.
Também tinha um problema de gritar muito alto durante uma discussão e isto atrapalhava meu relacionamento. Jogava as coisas, quebrava, socava as portas e todas estas coisas. Mas como isto atrapalhava meu relacionamento, aprendí a falar baixo, aprendí a me conter, e fui aprendendo tanto que aprendí a me calar para não discutir. Aprendí a deixar de lado mas estas coisas não ficam de lado. Elas se acumulam e uma hora voltam à tona com força total.
Gostava de som, de boate, de ver o pessoal se divertindo. Gostava da noite. Odiava (e ainda odeio) o forró mas isto era ruim pois estragava o meu relacionamento. Aprendí a ir só em forrós. Todas as vezes.
Fiz uma conta e cheguei a ir dezoitos vezes seguidas em forró e faz mais de 2 anos que não vou à uma boate. A última vez foi em 31 de julho de 2010.
Aprendí a não gostar de fazer almoço no dia de domingo em casa pois trabalhava a semana toda fora e o domingo era para gastar dinheiro no shopping, na praia ou na fazendinha. O domingo não foi feito para almoçar em casa com a família.
Aprendí que não se deve compartilhar, não se deve dar satisfações e nem acionar a família se tiver algum problema pois a família só atrapalha. é mole? foi gente que não teve família quem me ensinou isso pois conseguiu vencer sem ninguém.
Então estas regras foram sendo passadas e eu fui aprendendo e jogando sem saber que no fim o resultado já estava marcado.
E não vou negar que meu coração está em pedaços e minha cabeça preocupada com o futuro de minhas pequenas. Não por que eu possa vir a faltar. Isto é impossível. Estou com elas para todo o sempre. O meu medo é justamente elas amadurecerem e compreenderem o que se passa. Saberem dos pormenores.
Hoje elas se adaptam mais quando formarem opinião verão que os motivos foram fúteis. Os argumentos todos sem base sólida alguma. E o preço disso é alto.
Tenho medo do arrependimento. Não o meu.
Não faltou a conversa. Não faltou a vontade.
Acredito que tenha faltado um pouco de mim mesmo. Eu não era eu.
Algumas pessoas que lêem este blog me conhecem pessoalmente e sabem do meu bom humor, da minha alegria, da minha prestatividade, da minha comunicação.
Algumas pessoas conhecem minha dedicação e meu empenho e sabem que faço as coisas por amor.
E foi por amor que joguei muita coisa fora hoje. Não sei por qual amor mas foi por amor que me desfiz de coisas que me prendem não ao passado mas ao presente.
Estou preso ao presente.
Tenho hoje três amores, um do passado, um do presente e um do futuro mas não sei quem ocupará este futuro pois a decisão não depende de mim.
ah... e voltando ao assunto do rato e do navio.... O capitão jamais abandona o navio!!!

Lendo esse texto eu fico pensando, você foi um homem ou um rato? Mais digo que foi um rato, porque homem que e homem não troca sua esposa por computador ou coisas fúteis da vida, você colheu o plantou, agora esquece viva a sua vida, parte para outra e deixe ela ser feliz, sua felicidade não depende dela e sim de você. FICA A DICA.
ResponderExcluirInteressante também a questão da felicidade. As pessoas acham que felicidade é um lugar. Um período. A felicidade se saboreia, a felicidade é um momento. a construção de vários momentos. A felicidade é o contentamento e não a troca, a busca por novos sabores constantemente. A felicidade é o reconhecimento do tempo recebido. Mas quem não tem nada a oferecer, só receber, talvez não saiba o que é ser feliz.
Excluirmuitas vezes as histórias são contadas de um lado só...
Excluirem uma vida a dois, sempre existirão dois protagonistas... Não é um monólogo!!! Ouvir os dois lados faz parte...
O que é a troca? E quantas vezes fui trocado por outro?
ResponderExcluirSó quem estava vivendo para saber. Estive dentro de casa e mesmo assim fui trocado por outro, várias e várias vezes. Não se fala sem conhecimento de causa. E eu falo e assino!
Para os fracos só resta o ataque quando não se tem defesa.
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