terça-feira, 25 de setembro de 2012

Inteligência x passividade

Circulo com alguma desenvoltura nos mais variados grupos de pessoas. Possuo boa fluência verbal e sou conhecedor médio de vários assuntos. Procuro sempre estar em dia com as notícias sobre economia, esportes, televisão, política e até sobre futilidades. Some-se a isto uma boa memória que torna as coisas bem mais fáceis e um prazer imenso pela leitura de um modo em geral. Livros, revistas, jornais, literatura clássica ou moderna, estudos, teses, opiniões. tudo escrito é digerido com prazer.
Um dos meus grandes problemas sempre foi os relacionamentos sociais. Não gosto de ser inserido no contexto, prefiro ir me chegando aos poucos, pelas beiradas, analisando o terreno e identificando afinidades para aí sim me soltar e conseguir me expressar com todos da mesma forma.
Atualmente resolví assumir uma postura mais agressiva e descontraída em minhas abordagens e com isto percebí que as pessoas gostam disto e se aproximam mais.
Aqui em Presidente Prudente - SP conheço uma pessoa que demonstra gostar muito de conversar comigo. Boa ouvinte e sábia palestrante, Drª Maria Isabel, uma futura leitora deste blog, discutia comigo hoje acerca dos relacionamentos pessoais e afetivos. As concordâncias e discordâncias entre as pessoas.
Emitindo minhas opiniões, quase sempre controversas porém diretas, disse-lhe que quanto mais inteligente uma pessoa é, mais passiva ela se torna. 
Observei uma certa dilatação de suas pupilas, potencializada pelo arqueamento de suas sombrancelhas e enrugamento de sua testa, ou no sentido de reprovação ao que eu disse ou então desejando uma explicação para satisfazer sua curiosidade. 
Parecia que ela queria saber até onde eu iria chegar com meu argumento.
Eu lhe disse que uma pessoa inteligente torna-se passiva pois analisa melhor as situações e consegue abstrair-se do cerne dos seus próprios problemas e analisá-los de uma forma mais profunda e imparcial. 
A pessoa com uma inteligência (não digo acadêmica) acima da média enxerga os motivos antes das consequência dos atos das pessoas. 
Estas pessoas antes de reagirem, colocam-se no lugar da outra para entender nos detalhes, coisas que até mesmo estas pessoas desconhecem ou não consideram como variáveis significativas.
É como um pai que segura o braço de seu filho no momento de tomar uma injeção. Mesmo conhecedor da dor que sentirá a criança, é conhecedor da importância de tal ato. 
À medida que eu ia falando estas coisas, não com estas mesmas palavras porém iguais nos sentidos, percebí que ela procurava algo para me desmontar. Para derrubar meus argumentos. 
Foi quando ela num arroubo de idéia, argumentou que a moral das pessoas que erram é frágil e defeituosa.
Amigos, digo e repito sempre.... 
Não devemos confundir caráter com moral e ética!!! 
Caráter é o que irá regir a vida de uma pessoa e forma-se dentro do âmbito familiar até por volta dos 9, 10 anos de idade de uma criança.
Moral e ética são os códigos de conduta, são as regras veladas, não escritas, não formalizadas, que variam de grupo a grupo e de tempos em tempos. Elas são variáveis, maleáveis e adaptáveis.
Não temos o direito de julgar os padrões de moral e ética nem de pessoas e nem de grupos pois não podemos impor nossos limites e nossas regras próprias a ninguém.
Temos que aceitar, mesmo não concordando, com as atitudes de ninguém. Nossa alternativa é banir, é afastar, evitar o convívio com pessoas de moral e ética não aceitos por nós.
Agora, caráter... ah!!! este não... Este é implacável e perene. Este é rocha. Uma ver formado, é definitivo. Não há o que fazer.
E é justamente o caráter de uma pessoa que o levará a conviver com pessoas dentro dos mesmos padrões de moral e ética. É o caráter que aglutina pessoas iguais!
Cabe às pessoas com inteligência um pouco acima da média, entender e aceitar estas variações de moral pois o que é certo para alguém pode ser certo apenas para este alguém.

Deixe a pessoa apertar o botão que quiser de sua vida!!! entenda e seja passivo enquanto puder pois não se julga os dias vividos de ninguém.




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