quarta-feira, 5 de setembro de 2012

conserto



Quando olhamos para a história, quando voltamos nosso olhar critico para o que já se passou, conseguimos identificar grandes erros e acertos praticados pelos povos e através destes exemplos podemos planejar o futuro.
Falando desde o mercantilismo que transformou o mundo a partir do século XV através das grandes navegações, a descoberta das Américas, o caminho das Índias, as especiarias, a riqueza do comércio Europeu, a migração do povo do campo para as cidades, o aparecimento dos comerciantes e prestadores de serviço, os Sans Cullotes, a revolução Francesa, a revolução industrial e a produção em série de bens de consumo, notamos que o mundo passou a agir e pensar de uma maneira diferente. E esta transformação se dá até os dias atuais.
O comércio vende de tudo. E tudo o que o comércio vende, dura cada vez menos tempo. A mídia vende tudo, e tudo o que a mídia vende, com qualidade ou não, não dura o tempo suficiente para valer o seu preço.
Por conta disso, por conta desta necessidade de se renovar, de continuar produzindo, de gerar emprego e renda, de capitalizar, de investir em inovações, em novos modelos, a necessidade de ter e se mostrar que tem, das propagandas cada vez mais enganosas, dos investimentos milionários em equipamentos, nas descobertas de materiais novos mais baratos substituindo os antigos, por conta disso tudo os preços também se tornam mais acessíveis, principalmente pelas linhas de crédito disponibilizadas pelas instituições bancárias.
Então, geladeiras, fogões, móveis, televisões, video games, celulares, roupas, bens de consumo em geral, enfim, tudo isto, com uma vida útil maior ou menor, quando se quebra, quando se estraga, precisa ser consertado ou substituído.
Os novos lançamentos, a facilidade do crédito e o preço relativamente alto dos serviços de recuperação levam ao consumidor sempre optar pela substituição.
Então, a família entra no carro, vai ao shopping, passeia e aproveita a oportunidade estampada nas vitrines divulgando a liquidação relâmpago, imperdível, com 50% de redução de preços e acaba adquirindo um bem, doando o antigo ou mesmo se desfazendo dele em algum lixão da cidade.
E tem sido assim e cada vez mais assim. E isto vai se proliferando para outros setores. Novos lançamentos, moda, sabores, gestos, palavras e culturas se tornam cada vez mais efêmeros, cada vez menos duradouros.
Estamos perdendo a referência de gostos, de estabilidades.
Está ficando tudo mais fácil de substituir. E vamos nos apegando menos, e vamos nos fidelizando cada vez menos. Em tudo!!







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